segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Busca II pt. XII (Sinceras lágrimas)


            Depois que tomaram a decisão de ir atrás de John e seus capangas, estavam a mais de duas semanas estudando como iriam atrás deles. Resolveram ir a campo, ir atrás de pistas e encontrar cada um deles.

            - Vamos nos separar em dupla e ir atrás de pistas. –sugeriu William Ucker.

            - Vamos sim! Eu fico com Amanda e você com a Priscila. –disse Christian.

            - Não. Eu fico com Amanda e você com Priscila. Você não pode deixar nada atrapalhar essa nossa missão. Você se preocupa demais com as pessoas e esquece de você mesmo. Não se preocupe que irei proteger Amanda. –falou isso dando um sorriso.

            - Não preciso de proteção! –concluiu Amanda.

            Foram então a procura de pistas, quando estavam saindo, William entregou a Priscila seu distintivo.

            - Talvez seja útil.

            - Obrigada!

            Assim, cada dupla foi para um lado. Era manhã ainda e passaram aquele dia nos bares, mercados, bancos, em cada canto da cidade eles procuravam. Era um trabalho muito cansativo, procurar assim sem pistas e sem direção certa. Mas eles não iriam desistir.

            As coisas aconteceram muito rápido para Karoline e isso a balançou, sua consciência pesou e ela resolveu deixar John, mas claro que ela sabia que ele não iria aceitar aquela decisão, por isso, foi embora sem ninguém ver e escondida, no calar da noite. Ela já fez tanto mal na sua vida, mas dessa vez, ver sua irmã quase morrer a deixou pensativa, ela precisava de um tempo para si mesmo.

            Naquela mesma manhã que estavam procurando John, ele levantou e não viu Karoline, ligou para ela e sem resposta. Resolveu aguardar seu regresso, ele pensava que ela teria ido passear logo de manhã. Depois de muitas horas John percebeu que ela não iria voltar, então pediu para Raphael ir atrás de Karoline e a trazer de volta, ele falou que ela estava, com toda certeza, na casa da irmã. Na mesma hora Raphael foi atrás de Karoline na casa de Mylena.

            Apesar de toda dor que Mylena sentia por Karoline ter se tornado uma criminosa, ela entendia que sua família era mais importante, depois de ter andado a noite toda, Karoline no meio da manhã foi até a casa de sua irmã.

            - Ah, é você. O que você deseja? –perguntou Mylena bastante fria.

            - Acredito que Amanda já tenha contado tudo para você.

            - Sim, eu confiei em você, minha irmã, e você me traiu e isso quase custou a vida da nossa irmã. Como você consegue dormir de noite?

            - Eu não consigo. –falou Karoline baixando a cabeça e então uma lágrima rolou de seu rosto. – Dói tanto que as vezes nem consigo respirar. 



            Mylena viu aquelas lágrimas e a convidou para entrar, ela ofereceu um copo com água que imediatamente foi aceito por sua irmã. Lá dentro continuaram a conversa.

            - Só estou cansada. As pessoas mudam, Mylena. Você me conhece, mesmo o pai sendo quem era, nunca me deixei levar por tudo. Inclusive fui embora e sumi da vida de vocês justamente por ele. Mas eu me envolvi com um cara no meu trabalho a mais de dez anos atrás e tudo mudou. Eu mudei, mas ver Amanda quase morrer por minha causa... –ela silenciou. – Não consegui, não pude ver, virei as costas naquele momento.

            - Você é uma covarde, Karoline. Depois de tudo, você aparece com esse papinho e com lágrimas no rosto. Sabe o que eu sonhava?

            - Não, não sei.

            - No dia do natal você, eu e Amanda juntas, cada uma com seus maridos e filhos, se tivessem. Todas juntas na ceia, a neve caindo lá fora, um frio de graus negativos, nossa lareira nos aquecendo e estaríamos sorrindo e felizes, de verdade. Eu desejava isso, nem que eu fosse tetraplégica e só visse e vivesse para que isso tudo se tornasse verdade um dia só em minha vida. –concluiu Mylena.

            - Um dia... –Karoline foi interrompida com alguém batendo na porta.  

            Mylena foi até lá e abriu, era Raphael.

            - Onde está sua irmã?

            - Ela não está aqui senhor. Quem é você?

            - Não importa, John me mandou para leva-la de volta.

            - Mas ela não...

            - Saia da frente. –falou Raphael empurrando Mylena.

            Apesar de tudo que sua irmã havia feito, Mylena ainda a protegeu ferozmente. Karoline, estava escondida atrás do sofá. Raphael entrou e a procurou em todos os lugares da casa, ele foi até a cozinha, nesse momento, Karoline estava saindo devagar, meio que por um descuido, ela bateu o cotovelo em um jarro que estava com flores belíssimas, aquele barulho fez Raphael correr para sala, Mylena então pulou em seu pescoço.

            - Corre, corre!

            - Mas My... –falou Karoline preocupada.

            - Não se preocupe, corra. Fuja!

            Karoline correu até o seu carro, Raphael atirou Mylena no chão a deixando inconsciente e correu atrás de Karoline. Ela já estava dentro do carro, quando ele chegou até lá bateu duas vezes até quebrar a janela, ela deu partida no carro e fugiu. Raphael entrou em seu carro e foi atrás dela. Uma perseguição perigosa havia se iniciado.

            Enquanto isso, Christian e Priscila chegaram a um lugarzinho pacato que existia um mercadinho de bairro e mostram a foto de todos do grupo, eles alegavam ser de um programa de premiação e estavam perdidos, perguntaram ao dono se ele conhecia alguém dessas fotos. Ele respondeu dizendo que conhecia sim, apontou para a foto e era Aleph, disse ainda que ele morava ali perto. Pediram o endereço e aquele senhor simpático deu.

            Amanda e William não encontraram nada, então resolveram voltar. Priscila e Christian foram até o endereço que homem do mercado deu, chegando lá a casa estava vazia. Eles resolveram entrar e vasculhar para achar alguma pista. Procuraram bastante, mas não encontraram nada, resolveram ir embora, quando estavam saindo, Aleph chegou apontando a arma para eles. Colocaram as mãos para cima e recuaram.

            - O que vocês estão fazendo aqui na minha casa? Pra ser bem sincero, não me interessa. Ainda bem que meu tio que trabalha no mercado da esquina me ligou, cheguei a tempo e vou matar vocês logo de uma vez, não farei aquele falatório todo igual John. –falou Aleph com o dedo no gatilho.

            Eles estavam encurralados e assustados. Nesse mesmo momento, Karoline ainda fugia de Raphael quando perdeu o controle do carro e bateu em um poste, ela não havia colocado o cinto de segurança na correria para fugir e por isso, foi arremessada a cem metros do carro, batendo a cabeça e ficando desacordada. Rapahel parou e desceu do carro, olhou bem para ela e viu que ela estava morta, não tinha como leva-la para John. Ele a deixou ali mesmo. Amanda e Mylena tiveram um mal pressentimento, sentiram o mal que estava acometendo sua irmã.

            As pessoas que moravam ali perto escutaram e viram aquele acidente, logo ligaram para emergência. Chegaram em alguns minutos e Karoline foi levada ainda com vida ao hospital, mas seu estado era bastante crítico, estava correndo risco de vida. Raphael chegou e falou o que havia acontecido a John.

            - Tudo bem! Ela teve o que merecia. –foi só isso que ele falou.


            Raphael ficou impressionado com sua frieza. Já Aleph, continuava com a arma apontada para os dois, Priscila estava sem sua arma e não tinha nada o que fazer naquela hora, ele estava disposto a por um fim neles. Naquele momento ouviu-se um tiro na casa... 





Continua... 

2 comentários:

  1. Perfeitoooo pena que sempre acaba na melhor parte que tiro foi esse quanto tempo vou ter que esperar para descobrir? Espero que logo

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  2. Espero que logo também! Agora, ter que esperar sem deduzir é uma verdadeira tortura, então o que resta fazer é deduzir. Será que um dos heróis vai morrer? Mais um?? Acredito que não. Será que o tiro não saiu da arma de Aleph e sim de outra pessoa que surge como um herói? Talvez William ou alguém que não temos nem ideia de quem poderia estar lá nesse momento tão crítico.
    Não sei se depois da confissão de Karoline, mostrando um lado totalmente diferente ela merece morrer acho que não, ou seja, vilões tem sentimentos e isso é bom de ver, ou melhor de ler... Muita coisa se perderia e John se mostrar frio não era novidade para ninguém, mas mesmo ele sendo tão cruel, ele é inteligente à sua maneira, ele não tem um lado apenas e seria interessante descobrir um lado escondido por trás da maldade e frieza dele. Vocês não concordam? Eu gostaria muito de ver se Karoline tem um acredito que John possa ter também, não é mesmo?

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