terça-feira, 22 de novembro de 2016

Busca II pt. XI (Amanhã é outro dia)

           
Christian e seus pensamentos


          - Priscila, Priscila, Priscila... Eu vou encontra-la! –a voz de Pedro ecoava no sonho da agente Walker.

            Ela se acordou assustada, olhou o relógio eram apenas duas horas da manhã. Já haviam se passado dois meses desde a morte de Pedro e Joanna, e nesses dois meses todos os dias ela sonhava com ele. Estava bastante difícil para ela aceitar que ele tinha partido. O agente Ucker já havia informado a seu chefe da situação sobre o carro-forte que Christian havia roubado, todos estavam atrás de John e seus capangas.

            Nesses dois meses Christian ficou na chácara, não saiu um dia se quer, nem queria ver ninguém. Ele só queria organizar seus pensamentos e entender o que realmente estava acontecendo em sua vida. Amanda depois que saiu do hospital foi para casa de Mylena, ela respeitou o silêncio dele e o deixou em paz o tempo que precisasse, lá na casa de sua irmã, ela contou tudo o que aconteceu e contou como era verdadeiramente sua irmã, Karoline.

            Naquele dia, a gente Walker pediu para não ir trabalhar, ela não estava se sentido bem, coisa que era frequente naquela última semana. Alguém bateu na porta, ela foi até lá com sua arma em punho, não queria correr o risco de acontecer tudo novo. Quando ela abriu a porta, era Christian.

            - Ah, é você.

            - Sim, posso entrar?

            - Claro! Entre.

            - Obrigado.

            - O que você quer?

            - Não sei! Só queria conversar, só queria sair de casa. Não aguentava mais, não poderia ir atrás de Amanda assim. Estava andando e resolvi parar aqui.

            - Eu também não aguento mais, eu estava apaixonada por ele. Nós tivemos uma noite juntos, apenas isso, sinto que não vivemos tudo o que tínhamos para viver. –a agente Walker falou com a cabeça baixa.
           
            - Vocês o que? –Christian perguntou surpreso.

            - Na noite anterior a tudo aquilo, Pedro e eu passamos a noite aqui juntos.

            Em questão de segundos a agente Walker lembro daqueles últimos momentos com Pedro.
                
              [...] - Quando transpira muito, é bom se hidratar. –brincou a agente. - Vou tomar um banho, já volto.

            Ela foi andando e sumiu em uma das portas do corredor da casa, alguns segundos depois, ela colocou a cabeça para fora da porta e falou:

            - Você não vem?

            Pedro levantou nas pressas correndo e foi até o banheiro.

            - Claro que vou! [...]

            Ela deu um sorriso de alegria e ao mesmo tempo derramava lágrimas. Christian se levantou e deu-lhe um abraço.

            - Eu sinto muito, Priscila. Não sabia de vocês!

            - Obrigado!

            - Não vou deixar isso assim, ele queria guerra e agora terá.

            - O que você pensa em fazer?

          - Vou atrás dele. Vou procura-lo em cada canto desse país, em cada canto desse mundo.

            - Irei com você! Vou fazer com que ele pague pelo que fez.

         - Mas precisamos do agente Ucker. Eles são muitos e mesmo você sendo uma agente do FBI não daríamos conta.

            - Você tem razão. 

           A agente Walker ligou para seu colega e pediu para ele ir até sua casa que ela queria conversar. Depois de duas horas o agente chegou lá, ainda na porta, deu dois beijos em sua colega e entrou.

            - Christian? O que você faz aqui? Como você está? –o agente perguntou surpreso.

            - Estou bem, agente. Estou caminhando na verdade.

            - Nós precisamos conversar. –falou a agente Walker.

            - O que vocês querem? –perguntou o agente Ucker.

            - Vamos atrás de John. –Christian respondeu.

            - E precisamos de sua ajuda para isso. –a agente Walker concluiu.

          - Vocês estão loucos? O que vocês pretendem fazer? Matar cada um deles e se safar? Vocês viram o quanto aquele homem é perigoso? –perguntou o agente Ucker irritado.

            - Você quer que nós fiquemos aqui parados, sem fazer nada, enquanto aquele monstro nos destrói? Um por um! –gritou Christian.  

            - Não é isso. Vocês querem correr um risco sem precisão. Estamos fazendo nosso melhor para capturar eles, você sabe disto Walker.

            - Seu melhor não será o suficiente, precisamos de mais. –Christian rebateu.

           - O meu chefe esta pensando que você cometeu o roubo por estar mancomunado com John.

            - Ele pense o que quiser, agente. Já que não vai nos ajudar, não nos atrapalhe. Se quiser me impedir, essa é a hora. –Christian falou.

            - Não irei impedir vocês.

            - Desculpe, William. Mas agora tudo isso virou algo pessoal. –falou a agente Walker deixando seu distintivo em cima da mesa.

            - Mas agente... –tentou indagar alguma coisa o agente Ucker.

            - Estarei fora de serviço por enquanto. Por tanto, não serei agente Walker, mas sim Priscila, Priscila Walker. –falou isso dando as costas. – Quando sair feche a porta. –concluiu

            Priscila e Christian foram até a casa de Mylena. Christian entrou e ela ficou esperando no carro, ele cumprimentou Mylena e deu um beijo em sua filha.

            - Chris! –falou Amanda correndo e dando forte abraço nele.

            - Como você está? -perguntou Christian preocupado.

            - Estou bem, às vezes ainda dói um pouco, mas vai passar. Que bom que você está melhor e saiu daquela chácara.

            - Não estou. Só estarei quando John pagar. –Christian falou com os olhos cheios de raiva.

            - Entendo. –falou Amanda baixando a cabeça.

            - Eu vim aqui me despedir.

            - Como assim?

            - Irei atrás de John, e não sei se voltarei.

            - Não, não faça isso. Ou então me leve com você.

            - Isso será perigoso. Não posso suportar a ideia de você se ferir.

            - E eu como fico se algo acontece a você?

            Christian não soube responder, apenas deu-lhe um beijo e baixinho falou:

            - Eu te amo!

         Falou isso e a deixou. Amanda chorava muito e não conseguia aceitar aquela decisão. Ele entrou no carro e foram embora, Christian dirigiu até sua antiga casa, parou por um monto, até que viu a vizinha de Joanna brincando com uma menina linda, ele não tirava o olho dela.

            - Aquela é sua filha, não é? -perguntou Priscila.

            - Sim.

            - Eu sinto muito pelo que aconteceu com a mão dela.

            - Não sinta. John quem vai sentir! –falou dando partida no carro e indo embora.
  
            Mais tarde, à noite, Christian e Priscila estavam na chácara pensando como iriam atrás de John, eles ouviram passos lá fora, ficaram assustados e em alerta. Abriram a porta, era Amanda.

            - O que você está fazendo aqui, Amanda? -perguntou Christian.

            - Se forem se sacrificar por uma causa, irei também, eles eram meus amigos, e não adianta você ou qualquer um dizer que não, porque eu mando em mim e eu irei para onde você for! –ela falou com convicção do que queria. – Ah, eu também te amo. Amo muito! –concluiu dando um sorriso.

            Ainda estavam perto da porta quando um homem se aproximou, tentaram ver quem era, mas ele estava no escuro. Ele foi se aproximando e viram que era o agente Ucker.

            - Agente? –perguntou Prisicila assustada.

            - Não, sou William Ucker. –falou dando uma piscadinha para ela. – Onde estamos? Ou melhor o que perdi? –concluiu.


            Agora o quarteto estava junto e preparado para a ação. Era hora de ir atrás de John. O lado vingativo de Christian havia despertado rapidamente. 





Continua...

2 comentários:

  1. Eitaaaaa que o próximo capítulo vai pegar fogo, quando sai o próximo????

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  2. Poxa! Por um momento eu achei que ele iria deixar Amanda.Seria meio cruel da parte dele se declarar e partir sem saber se voltaria, é doloroso demais ter que viver com os "e se" das escolhas não escolhidas (ignorem meu pleonasmo, kkk) Melhor declaração da vida! Amanda com essa atitude, mesmo jovem já ciente do que realmente sentia por Christian (ela subiu 75% no meu conceito como personagem querida e "maravigold", sempre torci por eles mesmo)
    Adorei que os agentes se desprenderam de seus rótulos em nome de uma causa maior quando vidas se perdem no meio do caminho, principalmente se for alguém que amamos não existe mais profissionalismo a questão se torna pessoal como disse Priscilla.
    Outra observação é um capítulo em que foca-se apenas nos diálogos e não nos quadros imagéticos o que proporciona uma quebra na linha de narração que faz uma diferença enorme é claro pelo lado bom porque assim os personagens tem mais voz que narrador sendo guias da trama.

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