1990 e pouco
Aquelas crianças
brincavam na rua, sorriam, corriam, estavam bastante felizes. O ano era 1990 e
pouco, não dá para ser exato. As crianças eram as irmãs Johnson, Karoline a
mais velha, Mylena a do meio e pequena Amanda com apenas sete anos, era a mais
nova.
- Corre, corre
Amanda. –falou Mylena
- Eu vou pegar
vocês. –Karoline falou correndo atrás de suas irmãs
- Não, não deixe
ela pegar você, My. Corre. –Amanda falou.
Karoline alcançou
Mylena e a pegou.
- Você agora é o
pega. –disse sorrindo e correndo.
Elas eram unidas,
quem via e convivia jurava que nada iria atrapalhar sua união. Jacob tinha
orgulho de suas filhas e as protegiam a cima de qualquer coisa. Pena que os
anos passam, as pessoas mudam, os tempos são outros e uns se tornam maus.
2016
Depois do
acidente, Karoline havia sido encaminhada as pressas para o hospital mais
próximo e estava passando por uma cirurgia, pois havia lesionado uma das
vértebras e tinha tido um traumatismo craniano por causa do impacto da batida.
- Quem é essa
moça? –perguntou um dos médicos.
- Não sabemos, os
socorristas falaram que ela estava só no carro e não tinha documentos.
–respondeu a recepcionista.
- Ela não está
bem, ela corri vários riscos, principalmente de morte. –falou o médico
apreensivo. – Tente achar algum parente dela.
Os médicos faziam
de tudo para tirar aquela moça da situação que estava e pedia para ela ser
forte e sobreviver. Estava bastante complicado seu estado.
1990 e pouco
- Ai, ai, ai!
–chorava Amanda depois de ter caído.
- O que foi minha
irmã? –Karoline perguntou preocupada.
- Eu cai e machuquei
meu dedinho. –respondeu Amanda chorando e segurando o pé machucado.
- Deixa eu te
contar um segredo. Certa vez o papai me contou que quando a gente cai e se
machuca, uma pessoa que te ama muito tem que dar um beijo onde você se machucou
e se a ferida fica melhor e a dor passar é porque ela te ama de verdade. –falou
Karoline pegando o pé de Amanda e dando um beijo no dedo mindinho. – Melhorou?
– perguntou Karoline
- Sim, está
passando. Você me ama! –falou Amanda sorrindo e dando um abraço em sua irmã. –
Eu te amo Karoline.
- Eu também minha
pequena, agora vai lá brincar de novo, não deixe essa dorzinha te atrapalhar. Você
é mais forte. –Karoline disse.
- Vou sim. –falou
Amanda saindo para brincar com suas amigas na rua.
2016
- Desfibrilador, rápido! –pediu o médico que
estava operando Karoline.
Ela havia tido
uma parada cardíaca, com muito esforço conseguiram reanima-la. Seu estado ainda
era crítico e as horas se passavam mais e mais. Minutos depois ela teve mais
duas paradas cardíacas, estavam lutando junto a ela pela vida, por sua vida.
1990 e pouco
Mylena estava
fazendo a tarefa de casa com bastante dificuldade. Quase desistindo de resolver
aquelas coisas difíceis.
- O que foi My? –perguntou
Karoline.
- Eu não consigo
resolver isso. –respondeu Mylena irritada.
- Não se preocupe
eu irei te ensinar. –falou Karoline risonha.
Karoline e Mylena
passaram a tarde naquele dia estudando, Mylena conseguiu terminar seu dever e
aprendeu com mais facilidade. Sua irmã era uma pessoa maravilhosa. Todos
daquela casa a amavam muito.
Naquela mesma noite a pequena Karoline estava
sem sono, seu pai estava na sala falando ao telefone bastante irritado. Ela levantou e foi até a cozinha, na volta ficou atrás da porta ouvindo a conversa dele, no fim Jacob revelou uma coisa
que mudaria para sempre a vida da sua filha mais velha.
- Como a culpa
foi minha, Harry? Ele mereceu aquilo que fiz. Deveria ter matado ele mais
lentamente, sua sorte que o matei com um tiro apenas na cabeça. –Jacob falou
dando um boa gargalhada.
Karoline já sabia
que seu pai era um ladrão, mas não assassino. Ela ficou bastante magoada,
naquela mesma noite juntou suas coisas e com apenas doze anos foi embora, antes
de sair deu um beijo na testa de Amanda e Mylena, era uma despedida, era seu adeus.
2016
Estava sendo uma
noite bastante agitada naquele hospital, cada vez mais Karoline respondia
melhor e ficava mais forte, naquela mesma noite os médicos perceberam que ela
não corria mais risco de vida.
- Ela tá mais
forte e respondendo bem aos medicamentos. Acredito que ela vá escapar com vida.
–falou o médico que a operou.
- Senhor,
consegui achar seus dados, ela é Karoline Johnson Cater. –a recepcionista falou
animada.
- Conseguiu algum
contato? –perguntou o médico.
- Sim, irei ligar
imediatamente. –respondeu a recepcionista.
Karoline nunca se
importou em mudar seus dados nos cadastros, ainda estava o número da casa de
seu pai.
- Alô? –perguntou
a recepcionista.
- Alô! Quem é? –respondeu
uma mulher do outro lado.
- É da casa dos
Johnson?
- Não, não é. Eles
moraram aqui há muito tempo.
- Queria falar
com um deles, é algo bastante serio.
- Espere, eu
acredito que tenho o contato de um deles.
Mylena havia
vendido a casa de seu pai, desde sua morte e tinha deixado o contato dela por
alguma emergência. Aquela mulher voltou depois de alguns minutos com um papel
em mão. Disse a recepcionista o número, ela agradeceu e ligou para Mylena, era
madrugada, ela estava dormindo quando o telefone tocou. Com bastante calma ela
foi até lá e pegou o telefone. A recepcionista falou o que havia acontecido,
ela se desesperou e começou a chorar, foi a casa da vizinha e pediu para ela
olha sua filha e explicou o que estava acontecendo. Saiu rapidamente e foi ao
hospital.
1990 e pouco
Pela manhã, Jacob
estava desesperado atrás de sua filha, Amanda não entedia nada e Mylena estava
chorando bastante. A pequena Karoline estava muito distante, sobreviveu
durante muitos anos sozinha na rua, até uma família a encontrar e cuidar dela.
Depois de muitos anos Jacob já não tinha mais o que fazer e aceitou a perca de
sua filha mais velha. Já Amanda foi crescendo e a memória de sua irmã foi ficando
mais fraca, até ser uma lembrança distante. Mylena da mesma forma, mas sempre
guardou os bons momentos de sua irmã, ela nunca deixou de ama-la nem por um
instante.
Karoline cresceu se
perdeu no mundo das drogas, depois de muitas tentativas saiu e virou uma pessoa
bem sucedida, até conhecer seu marido, John Cater, ele a completou de uma
maneira que não tinha como explicar. Viveram felizes até as brigas e a frieza
tomarem conta deles.
2016
Os médicos já
haviam tranquilizado Mylena dizendo que ela não correria mais risco de vida e
que estava sedada por conta das dores, mas que logo iria se acordar. Nessa
noite, ela percebeu o quanto sua irmã ainda era importante em sua vida e que ela
ainda a amava, amava muito.
- Senhora, sua
irmã não corre mais risco de vida. Ela está respondendo bem e está se
recuperando aos poucos. Mas tem um problema gravíssimo, ela lesionou uma das vértebras
no acidente que acabou comprimido a medula e ela irá ficar tetraplégica. Sinto
muito. –falou o médico.
- Não!!! –falou Mylena
chorando bastante.
Não foi sua
escolha se acidentar, mas a vida a pregou um peça e ela acabará em cima de uma
cama o resto dela. A culpa não foi sua, ela era apenas uma criança que
descobriu que seu pai era um assassino, ela só queria fugir dessa realidade e
acabou fugindo de si mesma.
Enquanto isso na
casa de Aleph ouviu-se um tiro, Priscila e Christian estavam desarmados
rendidos. Mas ao perceber que seus companheiros estavam demorando William e
Amanda foram atrás deles e chegaram antes de Aleph disparar. William deu um
tiro no ombro de Aleph, no lado que ele estava segurando a arma soltando-a e se
debruçando no chão de dor.
- Desculpe a
demora! –brincou William sorrindo para seus amigos.
Continua...

Que capítulo lindo e triste lindo a amor das irmãs, linda a chegada de William e triste ela ter ficado tetraplégica mas tudo tem um porque, essa história está cada dia melhor parabéns.
ResponderExcluirNossaaaa!! Que trágico o "fim" de Karoline, ou talvez seja um começo de um novo ciclo totalmente diferente é claro e bem melancólico por sinal. Terminar os seus dias em cima de cama não foi uma escolha dela,😧🏥mas... acidentes acontecem.
ResponderExcluirSabia que alguém iria aparecer para salvar os seus amigos.
Qual sai o próximo mesmo?
Preciso comentar de novo sobre esse capítulo porque não dá para acreditar que Karoline mostrou um lado que até certo ponto da trama que ninguém conhecia, nem mesmo suas irmãs, o que torna esse lado bastante obscuro.
ResponderExcluirConfesso que fiquei com bastante pena dela, mas o acidente foi consequências de ações que se perderam quando ela resolve fugir de John.
Achei interessante esse jeito de escrever de tempos em tempos com um longo espaço de tempo no meio. É bom de ler e imaginar as irmãs pequenas e como tudo terminou no fim triste dela.