sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Busca II pt. XV (Determinados!)

           
O regresso de Donald ao grupo

                   Já era novembro e a neve caia lá fora. O quarteto havia voltado para a chácara e estavam se planejando para ir atrás de John. Christian e William estavam na sala concluindo os últimos detalhes, Priscila e Amanda estavam conversando na cozinha, elas estavam ouvindo rádio quando começou a tocar ‘Love of my life’ da banda britânica Queen. Naquele momento Amada olhou para o horizonte e seus olhos se encheram de lágrimas, Priscila olhou para ela, mas não falou nada.

            - Essa canção me faz refletir, ela é tão linda, mas tão triste ao mesmo tempo. Me faz pensar no que sinto pelo Christian. Tenho 21 anos e, para mim, já achei meu grande amor. Nunca senti nada assim por ninguém. Hoje sinto que sou feliz de verdade. –falou Amanda.

            - Eu entendo, Amanda. Não tive a sorte de sentir tudo isso, mas o pouco que senti, me fez feliz e foi algo mágico. Pena que ele se foi. Aproveite ao máximo cada minuto com ele, não deixe o curto tempo passar despercebido. –falou Priscila tristonha.

            - Sinto muito, você estava gostando realmente do Pedro. Por isso precisamos ir até lá. –Amanda falou com bastante raiva.

            Quando menos se espera alguém toca a campainha, Amanda e Priscila foram até a sala e Christian foi até a porta e deixou só um pouco aberta, então foi para fora da casa.

            - Boa noite, obrigado por ter aceitado minha proposta. –falou Christian dando um abraço na pessoa que estava na porta.

            Todos estavam bastante curiosos para saber quem era.

            - Pessoal, recebam nossa primeira ajuda de peso, Donald Lewis. –anunciou Christian.

            Todos ficaram surpresos, Amanda correu até ele e deu um forte abraço nele. Ele estava tão diferente, barbudo, com o cabelo grande e bastante sereno.

            - Uau, que visual novo. –Amanda falou

            Donald apenas sorriu.

            - Mas como? –perguntou William surpreso.

            - Fui até... -começou Christian, mas foi interrompido por Donald.

            - Deixa, Christian. Deixa que eu falo. Depois dos últimos acontecimentos, Christian me procurou e me contou tudo. Eu não poderia deixar John fazer isso, não com um dos nossos, eu gostava do Pedro e também gostava bastante da Joanna. Sei do meu respeito e carinho por ele, mas não sou assassino e não compactuo com eles. Quero ajudar a pegar ele e seu grupo. -revelou Donald. - Esse lugar era do meu irmão! Saudades dele. –falou Donald se referindo a Karl.

            - Mas continuo sem entender como você saiu de lá. Porque a proposta da saída era temporária e você recusou. –ainda confuso Wiliam falou.

            - Essa questão eu posso responder. –falou Harry chegando na chácara. 

             Todos olharam para a porta. Então Harry continuou:

           - Mesmo me odiando muito, Christian me ama muito, são sentimentos iguais. –falou sorrindo. – Mas recebi uma ligação de Christian, me pedindo um favor, eu tenho muitos contatos em todos os lugares. Inclusive, seu chefe, Wiliam, é um bom amigo meu. Ele só estava me devendo um favor e eu cobrei. Daí uma coisa levou a outra. –concluiu Harry.

            - Eu só conversei com Donald e pedi mais um favor ao Harry. –Christian falou.

            - Caro agente, que fique bem claro que não somos amigos, só faremos um trabalho juntos. Então, cada um em seu espaço. –Donald falou para o agente Ucker. – Nunca vou esquecer que por sua causa meu irmão está morto.

            O clima naquele lugar ficou estranho, então Christian tratou de mudar rapidamente.

            - Vamos focar aqui! Vamos passar para vocês o que Wiliam e eu combinamos.

            Nessa altura, Aleph já tinha chegado até John e estava contado tudo para ele dentro de sua sala, John ouviu tudo em silêncio.

            - Cansei de fugir, cansei de me esconder deles, esperarei e matarei todos eles. –John falou ficando de pé.

            - Vamos pegar eles! –Aleph concordou.

         - Eles pensam que nós vamos fugir, mas isso não irá acontecer. –John falou confiante. – Raphael!!! –gritou.

            - Pois não!

            - Prepare o pessoal que vamos para a guerra, talvez, nossa última guerra!

            - Sim, senhor! –obedeceu Raphael e se retirou.

            - Vamos nos preparar! –Aleph falou animado.

            - Vamos sim. Mas antes preciso fazer uma coisa. –falou John indo até um birô que tinha em sua sala.

            Ele abriu a primeira gaveta e de lá tirou sua preciosa arma, talvez tenha aprendido com Christian a fazer discursos antes de alguma ação ou para explica-las.

            - Há tanto tempo venho buscando encontrar pessoas que me orgulhassem e me honrassem com seus trabalhos e com suas amizades. Não posso ser hipócrita a ponto de dizer que você não o fez, sim, você foi um bom amigo e bom parceiro, mas eu não aceito erros e muito menos traições. Você me conhece e mesmo assim contou toda verdade, mas isso não vai mudar nada. –John falou caminhando calmante até Aleph e colocando a arma em sua cabeça.

            Aleph não falou nada e não fez nada, apenas fechou os olhos. Lá de fora Raphael ouviu um tiro, ele correu rapidamente até a sala de John.

            - O que foi esse tiro? –perguntou entrando na sala.

            John havia atirado para cima.

            - Nada, apenas estava mostrando minha nova arma ao Aleph.

            - Ah, sim, que susto. –Raphael falou fechando a porta.

         - Como falei, você é um bom amigo, mas que fique bem claro que isso foi um exceção. Agora vá cuidar dessa ferida e trabalhar.

            Aleph continuou sem falar nada, até ele mesmo pensou ter levado um tiro, então saiu da sala e foi até o banheiro. Lá, ele lavou o rosto e foi se acalmar depois desse susto. Mas era hora de se recompor, foi tratar a ferida e colocar uma tipoia.

            Esse dia estava bastante movimentado para todos os lados. No hospital, Karoline havia se acordado, mas não lembrava de nada e nem de ninguém. Mylena havia chamado o médico e relatado o que havia acontecido, então saíram da sala e foram conversar.

            - Não se preocupe, sua irmã ira se lembrar de tudo, isso é normal. –O médico falou.

        - Que susto, eu pensei que ela não iria se lembrar mais de mim. –Mylena falou assustada.

            - O bom seria você conversar com ela, dizer quem ela é, quem você é, o que vocês são, onde ela mora. Essas coisas para estimular seu cérebro.

            - Tudo bem. Irei fazer isso sim.

            O médico se retirou e ela voltou para sala, queria ficar com sua irmã.

            - Oi, eu sou Mylena Johnson. E você é Karoline Johnson, nós somos irmãs.

            - Nós somos? –perguntou Karoline surpresa.

            - Sim, mas não tente falar. Temos uma outra irmã, a casula, Amanda Johnson.

            - Onde ela está? O que aconteceu comigo?

            Mylena com calma começou a conversar com ela e contar tudo sobre as irmãs e sobre seu acidente, ela preferiu não contar a parte das mortes e da pessoa má que ela havia se tornado, para Mylena, essa seria, talvez, a hora do recomeço para sua irmã.

            Tudo estava pronto, era hora de ir até John, hora de acertar as contas. Foram Christian, Wiliam, Donald, Harry, Amanda, Priscila e todos os capangas de Harry, mais de quarenta homens. Seria, de fato, uma guerra. Amanda antes de sair ligou para sua irmã, mas ninguém atendia. Ela queria se despedir, não sabia se iria voltar. Antes de partirem, ainda na chácara, Harry falou a todos.

            - Vocês sabem de verdade o que estão fazendo? Sabem que em guerras de facções você mata ou morre. Estão dispostos a isso?

            - Eu só quero pegar o John, se for preciso matar, eu matarei. –falou Christian com raiva e dando as costas e indo para o carro.

            - Eu digo o mesmo! Ele merece pagar pelo que fez com o Taylor. –concordou Wiliam indo ao carro.

            - Não preciso nem falar. –Priscila falou indo com Wiliam.

            - Estamos todos juntos! –Amanda concluiu e foi para o carro.  

            Christian queria John por causa da morte de Pedro e Joanna; Wiliam por causa de seu antigo parceiro, o agente Taylor; Priscila por causa de seu amor, Pedro. Donald e Amanda estavam com Christian, mas queriam que ele pagasse pela morte de Joanna e Pedro. Foram todos, John estava em um presídio abandonado. Chegaram lá em uma hora, todos os seis desceram do carro, os demais estavam escondidos e espalhados pelos cantos. Estavam na frente do presídio John, Aleph e Raphael. Mas os capangas estavam armados por perto.

            - Hora, hora, hora! Donald?! Até você meu amigo! –falou John.

            - Como você pôde? Pedro e Joanna eram nossos amigos. –respondeu Donald.

            - Ah, ainda sobre isso? Christian foi fazer fofoca sobre mim. Mas eles tiveram o que mereciam, deveria ter matado primeiro Christian. Que pena que não o fiz. –John falou com seu sarcasmo no rosto.

            - Você tem duas escolhas e duas saídas. –falou Wiliam.

          - Estou ouvindo, alias estamos ouvindo, não é rapazes? –falou John fazendo menção a Raphael e Aleph.

            - Primeira, se entregue e venha conosco e entregue o dinheiro que você roubou. Ou segundo, resista e lute e seremos obrigados a pegar vocês a força, mesmo que tenhamos que matar todos. –Wiliam falou. – Eu quero muito você, John. Quero arrancar cada pedacinho de você. Então, por favor, escolhe a segunda opção. –concluiu.

            - Nossa, quanto ódio, por uma coisa que aconteceu há tanto tempo. Vocês são tão rancorosos. A propósito, Amanda, você tem falado com sua irmã?

            - Claro, só não consegui falar com ela hoje. Acho que Mylena estava dormindo.

            - Não falo de Mylena, falo de Karoline.

            - Não falo com ela, ela não é minha irmã.

            - Ainda bem, estava pensando como você iria reagir a sua morte. –falou John com um sorriso irônico no rosto.

            - Morte? Como assim? Você a matou?

            - Não, não. Alias, não diretamente. Ela fugiu e eu mandei o Raphael ir atrás dela, ela acabou se acidentando e foi ao encontro do capeta!

            - Seu miserável. –Amanda falou indo para cima dele.

            - Não deixe ele te irritar! – falou Christian segurando ela.

            - Então, vocês vão me capturar sozinhos? Seis contra mais de cinquenta?

            Harry sorriu alto e disse:

            - Claro que não!

           Nesse momento, cada capanga de Harry foi aparecendo aos poucos, John olhou para os lados assustado pela quantidade de pessoas. Ele recuou, deu dois passos para trás.

            - O que foi, John? Não está mais confiante ou com aquele sorriso safado no rosto, por quê? –falou Harry.

            John não falou nada, só recuou e foi entrando no presídio. Antes dele fechar a porta, Christian gritou:

            - Eu vou te pegar, nem que isso seja a última coisa que eu faça! 





Continua...

3 comentários:

  1. Muito bom!!!! A história prende de verdade e vc quer ler tudo! Pôxa vida, parece real!😃

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  2. Tem que ter no charme de Jonh logo no final? Poxa! Vai ter mesmo guerra? Será um final épico se houver. Bem digno de uma trama como essa. Vou sentir falta de cada personagem e ver que Christian assumiu que mataria pessoas que não tem nenhuma ligação com John em prol de sua vingança subiu no meu conceito em 25% (os bonzinhos também ferem e são egoísta) achei muito bom ver esse lado obscuro dele. John se fazendo de vítima é impagável (melhor vilão kkk) espero que esse final saia logo. Vai ter epílogo não é? Nessito de um "😑😴
    Alguns anos depois..
    (Ignorem as carinhas, kkk)

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  3. Adorei a sugestão de Rossana eu quero também epílogo e alguns anos depois, estou aguardando o próximo capítulo.

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