- Ai, está doendo
muito meu ombro, muito mesmo. Me ajudem, por favor! –gritava Aleph com bastante dor.
- Só iremos
soltar quando você disser onde John está. –falou William.
- Nunca direi
onde ele está. Nunca!
Passaram o
restante da noite tentando fazer com que Aleph falasse algo, mas ele não contava,
de jeito nenhum. Ele era um cara durão que não tinha medo de nada, nem mesmo da
morte. Christian e William foram até a sala.
- O que vamos
fazer? Não podemos deixar ele aqui por muito tempo, até porque isso que estamos
fazendo é crime. –falou William.
- Verdade!
–concordou Amanda.
- Mas o que vamos
fazer? Ele não quer falar. –falou Christian.
- Meu antigo
parceiro, o agente Taylor, era muito bom em interrogatório. Mas eu nunca fui
tão bom assim. –falou William.
- Eu nunca fiz
isso, não tenho a menor ideia de como o fazer. Vocês se virem! –concluiu Priscila.
Enquanto isso no
hospital, Mylena esperava sua irmã acordar para saber como ela iria reagir a
sua nova condição. Ela passou o resto da noite toda acordada olhando para sua
irmã e lembrando de como elas eram felizes antes dela partir e o quanto sua
irmã fez falta quando foi embora. No inicio do dia ela sentou e por causa do
cansaço acabou pegando no sono.
Os minutos de
soneca foram o suficiente para Mylena sonhar com sua família inteira, todos
sorrindo e felizes. Um barulho a acordou, era a enfermeira.
- Olá. Como ela
está? –perguntou a enfermeira ainda na porta do quarto.
- Continua na
mesma. –respondeu Mylena sonolenta.
- Eu vim aqui
avisar que o café está sendo servido.
- Ah, muito
obrigada. Irei já.
Mylena se
levantou e deu um beijo na testa de sua irmã e foi até o refeitório tomar seu
café da manhã. Ela não parava de pensar em sua família em nenhum momento. Sentou em uma mesa no canto e comeu, ao terminar voltou para o quarto onde
permaneceu ao lado de sua irmã.
O quarteto já
estava desgastado de tanto interrogar Aleph, o dia ia passando lentamente e nenhuma
pista saia da boca dele, William saiu do quarto, foi até a sala, só ficou
Christian e Aleph.
- Você tem
família cara? –perguntou Christian, mas sem resposta. – Talvez sim, talvez não.
Mas a pouco descobri que eu era pai, pai de uma menina linda. Não tive a coragem
de olhar em seus olhos, sabe por quê? –mais uma vez sem resposta. Aleph apenas
olhou para ele. - Porque seu patrão matou a mãe dela friamente e aquela menina
ficou sem mãe. Você tem amigos? Amigos de verdade. Pois bem, eu tinha um bom amigo, mas ele foi morto também. Vou te falar uma coisa, cara. -Christian falou bem próximo dele. Eu vou achar John, com ou sem sua
ajuda, eu vou encontrar aquele canalha, mesmo que dure uma eternidade, não
tenho pressa para isso! E quando eu o encontrar... –concluiu Christian dando as costas e indo até a porta.
Christian chegou
até a sala, estavam todos lá, Amanda sentada no sofá, Priscila no chão e
William na janela, ele sentou ao lado de Amanda.
- Conseguiu
alguma coisa, Chris? –perguntou Amanda.
- Não, nada! Não
tem como, ele não fala nada.
- Precisamos
partir para a agressividade. –falou William.
- Não tem como,
William está certo. –concordou, Priscila.
- Quero só mais
uns minutos. –levantou Christian e foi até o quarto novamente.
Chegando lá,
Aleph estava se remexendo tentando se soltar.
- Tá bem
apertado. Mas se quiser tentar mais, fique a vontade, eu tenho o dia inteiro.
–Christian falou. – Ou melhor não tenho! Meus amigos querem partir agora para
violência, eu sou contra tudo isso, mas um contra três não é muita vantagem.
Vou perguntar só mais uma vez, se não me responder irei sair por aquela porta e
daí em diante será apenas sofrimento, não responderei mais. Onde John Cater está?
Aleph permaneceu
em silêncio, Christian ficou parado por uns minutos em sua frente. Ele não
falou mais nada só deu as costas, quando ia abrir a porta, Aleph falou baixinho.
- Sim, eu tenho.
Eu tenho uma família.
- Não entendi o que você falou. Fale mais alto.
- Eu tenho uma família.
- Ah, e você não quer
ver eles novamente? –questionou Christian.
- Claro que sim,
mas eles não me querem.
- Você tem que
tentar reconquistar cada um deles. Não pode deixar que seus erros afastem eles de você. O mal da vida é a solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição.
- Você tem razão,
preciso disso. Vivi por tanto tempo sozinho.Mas não quero ir para cadeia, não posso voltar para lá.
- Mas quem falou
em cadeia? Eu posso te ajudar e você me ajuda também.
- Como?
- Você me conta
onde John está e eu te solto.
- Assim tão
fácil?
- Claro que não,
meus companheiros não deixariam você sair, mas ali atrás tem uma janela, você
“se soltaria”, me agredia e fugiria por ela.
- Mas... –Aleph ficou
pensativo.
- Pense na
proposta, pense rápido sua ferida está infeccionando e meus companheiros estão
loucos para fazer você sofrer.
Christian falou
voltando para sala. Aleph usou aquele tempo para pensar um pouco e refletir no
que Christian havia dito, mas ele sabia como John era, se nada desse certo ele
iria atrás dele e o mataria. Mas essa chance seria única fugir sem ir para
prisão. Ele havia tomado sua decisão.
Lá no hospital
Karoline não dava nenhum sinal e Mylena permanecia ao seu lado.
- Ô minha irmã,
como eu queria que você acordasse. –disse Mylena em pé ao lado da cama.
Segundos depois
que Mylena falou isso, Karoline mexeu as pálpebras, ela ficou alegre e chamou a
enfermeira.
- Enfermeira,
enfermeira, enfermeira...
- O que houve? –chegou
as pressas a enfermeira preocupada.
- Ela mexeu o
olho, o que isso significa?
- Nada, isso é
normal. Sinto muito. –falou colocando a mão no ombro de Mylena.
- Ah, obrigada.
Desculpa pelo incômodo. Eu só queria que ela... –falou baixando a cabeça.
A enfermeira saiu
do quarto, já passava das três da tarde e então Mylena sentou novamente ao lado
de sua irmã. Seu desejo era que Karoline abrisse os olhos e sorrisse para ela
novamente. Já era começo de novembro o dia de ação de graças, o natal e o ano
novo estavam próximos, ela só queria passar essas datas especiais com sua
família.
Quase que no
mesmo tempo Christian voltou para o quarto.
- Olá, você já
tem sua decisão?
- Sim.
- E então?
- Irei falar onde
John está e em troca você me solta e eu saiu pela janela, como combinamos.
- Claro, sou um
homem de palavra.
- Qual a garantia
que terei.
- Minha palavra.
- Mas isso não é
o suficiente.
- Infelizmente, é
apenas o que tem.
- Hum, tudo bem.
Aleph começou a
dizer onde encontrar John e seus capangas, falou todos os detalhes e mais ou
menos quantas pessoas tinham lá dentro. Depois de quase dez minutos de
conversa, Christian agora sabia onde encontrar John.
- Já contei tudo
que eu sei, agora me solte.
- Ah sim, claro.
Christian soltou
Aleph, sem nenhuma resistência, ele deu um soco em Christian para a encenação e
foi, com dificuldade, até a janela, seu ombro estava muito dolorido e já
infeccionado. Aleph saltou pela janela. Christian não gritou, nem falou nada. Quando
ele terminou de descer pela janela William estava lá esperando por ele.
- Olá, vai sair
sem despedir? –William falou com os braços cruzados.
- Mas... –tentou falar
alguma coisa Aleph, mas estava confuso.
Christian foi até
a porta da casa e ficou lá frente com Priscila e Amanda. Ele havia combinado tudo com William, não podiam deixar Aleph fugir.
- Nós fizemos um
trato. –falou Aleph irritado.
- E eu cumpri,
deixei você fugir pela janela e você o fez. Parabéns! –Christian falou sarcástico.
- Seu canalha! –disse
Aleph sem ter mais o que fazer.
- Pense pelo lado
positivo, agora você pode recomeçar, a escolha é sua. –falou Christian.
- Aleph, você
está preso. Tem direito a um advogado e tudo que falar pode e será usado contra
você no tribunal. –William falou.
Quando William
pegou os braços de Aleph para amarra-lo novamente, o tio dele estava achando
estranho seu sobrinho não aparecer lá, então foi atrás dele, na hora que estava
chegando, ele viu toda a cena, foi quando disparou três vezes contra todos lá. William logo se
abaixou e Christian e as meninas fizeram o mesmo, Aleph por sua vez correu e fugiu.
O quarteto correu
para dentro de casa, o tio de Aleph disparou mais duas vezes, depois de alguns
minutos perceberam que não havia mais disparo. Aleph tinha ido embora e ao
encontro de John.
- Droga ele
fugiu. –falou William.
- Se quisermos
pegar John, vamos ter que agir hoje mesmo, Aleph irá, com certeza, atrás dele e
contar tudo. –Christian falou com serenidade no olhar.
Todos
concordaram. Já era noite e Mylena ainda estava sentada ao lado de sua irmã, quando
ela abriu os olhos. Ficou olhando de um lado para o outro sem saber onde estava
e o que havia acontecido. Mylena nem havia percebido, quando sentiu algo e
virou, ela viu sua irmã com os olhos abertos, deu um salto da cadeira.
- Karoline,
Karoline você acordou!
Ela ficou olhando
para Mylena ainda sem entender nada e um pouco assustada e não falou nada.
Alguns minutos depois, ela perguntou com dificuldade.
- Onde estou?
Quem é Karoline? E Quem é você?
Continua...

Perda de memória? É sério? Já basta ela ficar tetraplégica, não é um fim muito doloroso para ela? Apesar que se olhar por outro lado pode ser um recomeço mesmo que ela tenha feito várias maldades e vai "pagar o preço" encima de uma cama, mas, achei que o arrependimento não viria associado à uma perda de memória. Enfim, eu gostei até!
ResponderExcluirSem falar nos conflitos internos de cada personagem, principalmente esse de Aleph às vezes tenho a sensação que estou lendo um drama e não uma trama de ação (não me entenda mal não quero discutir teorias de gêneros, não) até porque não é relevante para a história em questão.
Não estou conseguindo superar a perda de memória dela. Será que ela recupera? Estou curiosa para saber como será essa vingança. Será que eles pagarão na mesma moeda? Vamos esperar para ver, ou melhor ler!
Ela tem que recuperar logo essa memória e se arrepender, pois já vai ser muito complicado ficar tetraplégica mas sua irmã vão está por perto, adorei a jogada de mestre de
ResponderExcluirChristian de fazer Aleph pensar que ia fugir, até eu acreditei kkkk voce está cada dia melhor, não entendo de teoria de gêneros kkkkkkk só sei dizer uma coisa cada dia gosto mais desta historia e sei que vou sentir falta quando tudo isso acabar. Parabéns meu escritor ♥♥