Já era noite quando Christian e
Amanda estavam fugindo mais uma vez da polícia, eram mais de dez viaturas em
uma perseguição implacável. Os policiais disparavam tiros e mais tiros em
direção aos dois e Amanda parecia preocupada. Ela sentia que Christian não
conseguiria protegê-la, não dessa vez.
O olhar dela estava tão triste que
Christian não entendia o que estava acontecendo. Os policiais estavam mais perto
e cada vez Christian se via sem saída, um tiro então acertou o pneu esquerdo
traseiro, fazendo com que Christian perdesse o controle do carro e batesse muito
forte em outro carro que estava parado.
Christian ficou um tanto desnorteado
com aquela batida, mesmo com o cinto ele bateu a cabeça na porta e ficou com uma
ferida um pouco grande e que sangrava muito. Ele foi se recuperando aos
poucos e lembrou-se de Amanda, ela não falava nada e então ele perguntou:
- Amanda? Amanda? Você está bem? –Christian
falou sem resposta por parte dela.
Ele insistiu:
- Amanda? Você se feriu? Você está
bem? Precisamos sair daqui.
Christian não teve resposta mais uma
vez, então ele pegou no ombro de Amanda e a balançou uma, duas, três vezes e
não teve resposta. Quando ele a virou viu uma barra de ferro fixa em seu coração e muito sangue em sua roupa. Naquele momento ele se desesperou e ficou
balançando ela tentando reanimá-la, nesse meio tempo a policia já tinha cercado
seu carro e um policial gritava para ele sair, ele logo reconheceu aquela voz,
era a voz do seu amigo JC. Mas o que ele estaria fazendo com a polícia? Christian
logo pensou.
Já conformado com a morte de Amanda, ele
saiu do carro com as mãos para cima e a cabeça baixa, um pouco machucado por
causa da batida. Ele apontou para o carro e falou baixinho:
-
Ajudem ela, por favor! Ela está ferida. –Os policiais não deram atenção para
aquilo que Christian falava.
Ele
então mais uma vez falou:
-
Ela está machucada. Ajudem ela, por favor! Por favor! Eu imploro. –E mais uma
vez os policiais não deram importância ao que ele falava.
Aos
prantos ele gritou:
-
Ela vai morrer... –Nesse momento ele levantou a cabeça e olhou para frente, os faróis
das viaturas atrapalhavam sua visão, mas tinha alguém em sua frente, era JC
sorrindo para ele.
- O que você está fazendo aqui? Como você se tornou um policial?
–Ele estava confuso com tudo aquilo.
JC
não falava nada, apenas sorria debochando dele e estava com uma arma na mão. Ele
caminhou lentamente em direção a Christian e foi até o carro, naquele momento
ele pegou na mão de Amanda e a tirou do carro, ela veio caminhando com JC,
Christian não entendia nada daquilo e não se movia, estava em estado de choque.
JC e Amanda pararam em frente a Christian, ele disse:
-
Amanda você está bem?
Amanda
olhou bem no fundo dos olhos dele, pegou a arma de JC, inclinou a cabeça para o
lado direito e sorriu ironicamente com um olhar demoníaco.
-
O que você está fazendo Amanda? –Christian perguntou assustado.
Amanda
então puxou o gatilho várias e várias vezes. Christian colocou a mão na frente
do seu corpo e assustado gritou:
-
Não!!!
Naquele
momento ele acordou assustado com o pesadelo que acabara de ter. Já era manhã e
ele ainda estava preso. O suor escorria pelo seu corpo, ele respirava fundo e
mais uma vez se perguntava o porquê daquele sonho, já era a terceira vez na semana
que ele tinha tido aquele pesadelo estranho.
Já haviam se passado um ano desde a prisão de Christian e
ele cada dia que se passava pensava em Amanda, e ainda mais com esses
pesadelos estranhos que ele estava tendo. Ele não soube as razões de sua traição
e não a viu desde aquela noite em que ficaram juntos.
Christian se perguntava o que ela estaria fazendo, com
quem ela estaria e por onde. Mas aquele turbilhão de pensamentos tinha espaço,
também, para Joanna. Ele queria entender o porquê daquela mentira, não tinha
como as coisas se encaixarem. Ele queria saber se ela estaria bem e se estaria
feliz. Em um ano de prisão ele não recebeu visita de ninguém, ninguém mesmo.
Enquanto aqueles meses iam passando, Amanda continuava fugindo da polícia e ainda sozinha, ela não confiava em mais ninguém. Joanna já tinha tido sua pequena filha, Sophia Miller, ela não colocou o sobrenome de Christian na menina, apenas o seu. Donald e Pedro ainda estavam presos, na mesma prisão que Christian, algumas raras vezes eles se viam, um tanto distantes, em algumas horas.
O agente Ucker
continuava a procura de Amanda e JC, agora com menos dedicação, pois existiam
outros trabalhos a serem feitos. Depois da prisão de Christian o agente Ucker
recebeu de seu chefe um novo parceiro, ou melhor, uma nova parceira, a agente do
FBI Priscila Walker foi promovida de cargo e saiu do escritório para trabalhar
nas ruas com o agente Ucker.
Aquela semana
estava tão normal na prisão, nada para ser feito. Então na sexta-feira o agente
Ucker, depois de quase seis meses sem ver Christian, chega na cela dele.
Christian fica surpreso.
- Oh meu Deus,
que ilustre visita. Queria poder convida-lo para entrar, mas não dá, a casa
está uma bagunça. –Brincou Christian com aquela visita.
O agente Ucker
permaneceu sereno e falou:
- Se eu fosse
você não brincaria nessa hora, aconteceu algo que você não irá gostar.
Christian
continuou sorrindo e indagou com os braços abertos:
- Querido agente,
olhe para onde eu estou, veja como estou, o que poderia ser pior que isto? O
que poderia ser pior que viver mais de um ano em uma sela, sem nenhuma visita e
cada dia mais perceber que não é importante para ninguém?
- Talvez você ache
que não é importante para ninguém ou que ninguém liga para você, mas acredito
que lá fora exista alguém que você ame e ame incondicionalmente.
- Sim, existem
tantas pessoas que eu amo lá fora, mas incondicionalmente só uma e esse alguém
é meu avô. –Christian respondeu sorrindo.
- É sobre ele mesmo que vim falar. –Nesse momento
o agente baixou a cabeça e falou baixinho. – Eu sinto muito!
Christian mudou
seu semblante e ficou sério.
- Como isso
aconteceu? –Perguntou Christian.
- Ele passou mal
em casa e foi atendido essa noite, mas chegando no hospital já estava sem vida.
Os médicos disseram que foi uma parada cardíaca.
- Obrigado,
agente. –Christian deu as costas e foi para cama.
O agente Ucker se
retirou e foi ao seu chefe pedir para ele mesmo levar Christian ao velório, seu
chefe concordou. No dia seguinte, era o dia do velório, Christian estava com um
blasé preto, camisa preta, calça e sapato também preto. O policial que
acompanhou eles ao velório pediu para o agente Ucker pôr as algemas em
Christian. O agente falou que não precisava.
O caminho até o cemitério
foi em silêncio, aquele dia estava nublado, bastante cinza. Chegando lá,
Christian ficou duas horas parado em frente ao caixão olhando para seu avô, ali
mesmo, em silêncio, ele nem viu o tempo passar. O reverendo que estava lá
presente, tocou em seu ombro e disse que era hora.
Naquela cerimônia
estavam Christian, o agente Ucker e os poucos amigos de seu avô, lá atrás Joanna
também estava com sua filha no colo. Christian estava muito triste para notar
quem estava presente naquela cerimônia.
Ele pegou o
microfone e começou:
- Eu poderia fazer muitas coisas bonitas e poderia
derramar muitas lágrimas nesse dia, mas eu escolhi só ler um texto que fiz em
sua homenagem, homenagem mais que merecida para uma pessoa tão especial...
‘Onde você está? Procuro em todos os lugares,
mas não te vejo. Se foi sem ao menos falar. Eu esperei tanto tempo para poder
dizer o quanto você é especial pra mim, porém já é um pouco tarde. Não vou
deixar o tempo apagar o que ficou aqui dentro de mim e se penso eu sei que
choro só queria voltar, é o meu coração que não se esqueceu de te amar. A
saudade vai doer quando eu pensar em você. Vai em paz! Eu nunca vou te esquecer,
é tão difícil te deixar ir assim, mas vou aceitar você teve que partir.’
Um silêncio se fez presente naquele
lugar, o caixão foi fechado e desceu aos poucos naquele buraco, Christian jogou
uma rosa. Antes que aquele velório acabasse a agente Walker chegou as pressas
no local e chamou o agente Ucker no canto, eles cochicharam por alguns minutos
e ela foi embora. No fim daquele velório Joanna e a pequena Sophia já haviam
ido embora.
Christian, o agente Ucker e o policial
voltaram para prisão, desta vez o agente entrou na cela e sentou na cama.
- Pode ficar tranquilo agente, estou
bem. –Falou Christian.
- Não estou preocupado com você, mas
preciso te falar uma coisa. –Respondeu o agente. – Antes de mandarmos o corpo
do seu avô para o velório, nossos médicos fizeram uns exames e antes de sairmos
do velório a minha parceira trouxe o resultado. Foi confirmado o que eu já
suspeitava, seu avô foi assassinado, foi colocada uma dosagem exagerada de um
medicamento no jantar dele. Isso fez com que seu coração parasse e ele
morresse.
- Quem fez isso? –Christian irritado
falou.
- Não sabemos, mas será nosso
primeiro caso, descobrir o assassino de seu avô.
Christian agradeceu pelo o que o
agente fez e se despediu dele. O agente perguntou se ele iria ficar bem, ele
respondeu dizendo que sim. Quando o agente foi embora, Christian decidiu que
não iria esperar pelo FBI, ele iria planejar sua fuga daquela prisão.
Enquanto isso JC e Karoline estavam
conversando.
- Onde você estava esses dias John? –Perguntou Karoline assustada.
- Eu estava resolvendo umas coisas,
minhas coisas. –Respondeu John.
- Você não fez o que eu estou
pensando, fez? –Perguntou Karoline.
- Comecei minha vingança, tirarei
tudo que ele mais ama, comecei por seu avô. –John sorriu com uma cara de satisfeito.
Christian começou a planejar naquele
dia mesmo sua fuga. John Cater matou o avô de Christian para começar a vingança
que ele planejava há tantos anos. Ele e Karoline já haviam acabado seu plano,
era hora de por em prática e ganhar dinheiro, muito dinheiro.
Continua...

Primeiramente, gostaria de parabenizar por uma "abertura" de história em grande estilo bem emocionante quanto a primeira parte isso é fato.
ResponderExcluirConfesso que esse sonho foi bem real para é bom que chama atenção do leitor para si. Tens uma qualidade que acredito ser de todo bom escritor que é o dom de prender a gente, envolver de maneira clara e objetiva com reviravoltas que ninguém, ninguém mesmo pode imaginar.
Acredito que já comentei também sobre sua marca de citar outros textos seus para enriquecer a história é um ótimo recurso é mais que mera intertextualidade ou auto citação, acredito que deveria ter um nome próprio tal ação, mas, voltando à história...
Matar alguém tão importante fazer parte da vingança? Ele já estava preso foi cruel demais da parte de JC, o avô dele não tinha culpa de nada, fiquei bem triste. De uma coisa eu tenho certeza não dá para se apegar aos personagens dessa história porque quando menos se espera eles se vão por algum motivo. Confesso também que fico muito abalada com essas mortes repentinas, kkk!
Aguardado ansiosamente pela fuga de Christian.
Ufá que volta super emocionante, concordo com tudo que Rossana falou principalmente que vc consegue prender a atenção do leitor e desperta uma curiosidade sem limite parabéns vc é especial .
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