segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Busca II pt. III (A noite)

Robert Smith
         
          Robert era um cara bem carismático e um homem bem feliz com sua vida. Por onde ele passava deixava boas vibrações e fazia com que o ambiente ficasse mais positivo. Ele trabalhava em uma empresa de computação há mais de dois anos e morava com sua namorada Joanna Miller de apenas 16 anos e por quem ele tinha um amor gigantesco. Robert era bem realizado em seu trabalho e muito bem sucedido financeiramente.

            - Bom dia amor, vamos levantar que hoje é domingo e nós vamos passear um pouco. Hoje o café da manhã é por minha conta. -Robert falou levantando e indo até a cozinha preparar o café da manhã.

           Ovos com bacon e uma xícara de café bem quente. Naquele domingo ensolarado Robert iria levar Joanna ao shopping, era dia de compras e de se divertir um pouco, pois as semanas dele no trabalho estavam muito corridas, cansativas e, consequentemente, estressantes. Logo aquele domingo passou, e na segunda-feira todo aquele trabalho recomeçou.

Joanna Miller, casa com Robert
            Robert tinha planos de ter um filho com Joanna, mas sabia que ela era muito jovem e preferia aguardar mais uns anos. Ele cada dia tinha mais certeza de seu amor por aquela menina. Os dias naquela empresa iam passando e uma notícia chegou por lá, um novo companheiro iria chegar para fazer os trabalhos junto com Robert, pois ele estava muito sobrecarregado com os afazeres. No dia seguinte o patrão de Robert o chamou em sua sala e anunciou o esperado.

    - Robert, sei o quanto você está sobrecarregado com o trabalho, por isso resolvi contratar uma pessoa para lhe ajudar. Ela é bem experiente no que faz e vai contribuir muito a essa empresa. Assim, você não precisará resolver tudo sozinho.

       Robert agradeceu e ficou muito feliz, pois ele estava muito estressado por conta do trabalho que estava aos montes. O patrão dele falou que o mais tardar em duas semanas seu novo companheiro de trabalho chegaria. As duas semanas se passaram e em uma segunda-feira, seu novo companheiro chegou, ou melhor, sua nova companheira, era uma moça jovem, bonita, com olhos escuros e uma simpatia invejável. Ela chegou à empresa com o patrão de Robert e a secretaria do mesmo. Então um aperto de mão aconteceu.

            - Olá, meu nome é Karoline Cater.

            - Oi, o meu é Robert Smith.

            Aquela jovem moça logo no primeiro contato chamou muito a atenção de Robert, mas aquele rapaz não esboçou nada daquilo que se passava em sua cabeça. Os dias iam se passando e com eles os trabalhos aumentavam cada vez mais, mas com duas pessoas fazendo tudo aquilo, não ficava carregado para nenhum dos lados. Assim, o trabalho ia muito bem, os dois tiveram um entrosamento bem legal.      

            Cada dia que passava Robert ia conhecendo mais aquela jovem moça. Ela era casada a mais de 3 anos com um rapaz chamado John Cater, não tinha filhos e eles eram um casal bem unido, assim como Robert e Joanna. Eles eram bem conhecidos em seu bairro por serem pessoas caridosas a ponto de toda semana irem às ruas oferecerem comida, roupas e coisas que melhorassem a vida daquelas pessoas que moravam nas ruas.

            Mesmo assim, aqueles jovens companheiros de trabalho não conseguiam disfarçar seu envolvimento pessoal. Seus olhares, suas brincadeiras, sorrisos, faziam com que as outras pessoas daquela empresa falassem deles e especulassem que existia algo entre eles. Mas como não existia nada de fato, eles sempre negavam.

            Entretanto, existia algo em Robert que Karoline admirava bastante, seu sorriso espontâneo, seu olhar sincero, entre tantas outras coisas. Nela existia algo que ele se encantava, mas o mesmo não consegui descobrir o que era. Mesmo com tudo isso, eles não assumiam nada, nem para eles mesmo.

            Em uma noite, o trabalho do dia inteiro foi muito, fazendo com eles ficassem até mais tarde. Naquela noite, fizeram mais do que só trabalhar. Riram, brincaram, conversaram e colocaram a limpo aquilo que eles sentiam, ou pelo menos achavam que sentiam. Mesmo estando sozinhos, nada aconteceu, pois reconheciam que seus casamentos valiam mais que uma noite de aventura e mais que um sentimento passageiro.
           
            Alguns meses se passaram depois daquela noite nada havia mudado entre eles. Então patrão chamou os dois em sua sala.

            - Robert e Karoline esse fim de semana teremos um congresso internacional e eu queria que vocês fossem nos representar.

            - Mas porque você não vai? Estamos com tanta coisa para fazer aqui essa semana. -questionou Robert calmamente.
           
            - Não poderei ir, pois hoje irei fazer uma viagem a negócios e só vou voltar na próxima semana. Então, não queria deixar esse congresso sem um de nós e confio plenamente m vocês dois. Posso contar com vocês?

Karoline Cater
            Eles aceitaram o pedido de seu patrão. Robert contou a Joanna que iria nessa viagem e que por isso passaria o fim de semana fora. Karoline fez o mesmo.

            Chegou sexta-feira a noite e eles foram para o aeroporto fazer a viagem. O local do congresso era em uma praia bem conhecida, chegaram em 3h ao seu destino. Dois quartos no hotel, pagos pela empresa e assim passaram a noite. No sábado, dia do congresso, Robert levantou bem cedo e foi, como de costume, se exercitar. Karoline acordou perto das 9h da manhã e foi tomar o café da manhã naquele hotel belíssimo. Aproveitaram aquele dia meio que distante, mas a noite chegou, foram então ao congresso. Era um congresso internacional, mas particular, poucas empresas discutindo o que mais de novo existia no mercado e como cada umas delas estavam trabalhando.


            No fim daquele congresso, os dois foram conversar um pouco naquela praia tão linda. Robert notou que Karoline estava meio cabisbaixa desde que pegaram o voo. Ele perguntou a ela:

            - O que está acontecendo Karoline? Você não está bem!

            Ela então respondeu olhando para o mar e sorrindo, tentando deixar para trás seus problemas:
           
         - De fato não estou bem, mas não quero falar sobre isso. Vamos aproveitar nossa estadia nesse lugar maravilho e curtir a noite.

            A noite estava caminhando muito animada, algumas doses de whisky, muita conversa, muitas verdades sendo ditas e indiretas a todo momento. Uma noite junto ao mar, as ondas vinham de encontro à praia e aquele luar tão excitante. Os olhares se cruzaram e o clima ficou mais sério. Então em um dado instante os desejos que tanto suplicavam foram atendidos, um beijo aconteceu.

            Subiram rapidamente para um dos quartos e beijos e mais beijos. Não disseram uma palavra, só viveram aquele momento. As roupas iam sendo tiradas tão rápidas e a noite cada vez mais quente. Os suspiros em falsetes, os olhos revirando, o cabelo bagunçado de tanto ser puxado, o desejo sendo saciado e aquela noite foi tão intensa e tão prazerosa que os dois nem disfarçavam aquele sorriso maroto estampado em seus rostos. No fim, duas canecas de vinho e dois cigarros, ela vestida com a blusa dele toda amarrotada e um silêncio profundo naquele quarto. Dormiram ali mesmo juntos.

            Era domingo, depois daquela noite maravilhosa, chegou a hora de voltarem para casa e para seus amores. Na viagem que durou 3h, da mesma forma da vinda, Karoline revelou que estava passando por uma crise no casamento e que achava que não iria continuar com seu marido. Ela ainda revelou que estava apaixonada por Robert e que não foi por causa da noite, mas por esses meses de trabalho, de conversa e que cada vez estava ficando mais difícil esconder tal sentimento. Robert falou que sentia algo por ela também, mas que não podia estragar seu casamento assim. Ela falou que entendia a situação e que não iria forçar nada.

            Chegaram a seu destino, cada um para seu lado. Chegando em casa, Robert deu um forte abraço em Joanna e olhou bem no fundo dos olhos dela e disse que a amava. Ela retribuiu dizendo o mesmo. Sorrindo e abraçados, foram deitar e assistir um pouco, aproveitar o resto daquele domingo.

            Karoline chegou em casa, John não estava. Ela passou o domingo inteiro sozinha. Ali no sofá mesmo adormeceu. Pela manhã, já era segunda-feira, John estava no quarto, quando ela o acordou e disse que queria falar com ele. Uma briga começou naquela casa, gritos e mais gritos. Então, Karoline falou chorando:

            - John, não estou aguentando mais. Quero ir embora. Quero me separar.

            - Como você pode fazer isso comigo, Karoline? Caramba, eu te dei tanto amor e sempre fui um cara sincero com você. Uma briga e você quer ir embora?

            - Não é só por isso John... Já fazem mais de um mês que estamos vivendo em um inferno. -Karoline fala com expressão de tristeza.

            - E o que tem mais Karoline? Todos brigam e passam por dificuldade. -John falou indo em direção a Karoline.

            Ela não quis continuar com aquela briga, mas a discussão só piorava. Karoline chorava bastante e em um ato impensante falou:

            - Eu estou apaixonada por outro cara e nós ficamos nessa viagem!

            John silenciou por um instante.

            - Quem foi ele? –perguntou com a cabeça baixa.

            - Foi um colega de trabalho.

            - Que quero saber o nome dele! –John falou gritando.

            -Robert!

            - Você tinha razão, pode ir embora. –John falou dando as costas para Karoline e indo tomar um banho.

            Nessa manhã, Karoline chegou um pouco atrasa ao trabalho, Robert já estava lá. Ela chegou sem falar nada, só começou a trabalhar. Em um dado momento perto do intervalo para o almoço a recepcionista fala que tem um homem procurando por Robert, ele vai foi a recepção e lá estava John. Robert fala:

            - Pois não senhor?

            - Você que é Robert? –John pergunta olhando bem para ele.

             Robert responde dizendo que sim, naquele momento John tira uma arma e aponta para Robert. A recepcionista corre gritando, pedindo socorro, os companheiros de trabalho e Karoline vão até os dois. Ela então fala:

            - John não faça isso!

            - Como você teve coragem de fazer isso comigo? Um cara que você mal conhece, não sabe nem de onde veio e você... –a raiva de John era perceptível ao falar.

John Cater

      Robert pergunta o que ele estava fazendo e porque ele estava ali o ameaçando. Ela respondeu dizendo que ele sabia de tudo.  Robert ficou sem reação e baixou a cabeça. Naquele momento sem pensar, John puxa o gatilho, ali mesmo com a arma bem perto de Robert, por algum motivo a arma falha, o disparo não acontece. Em um movimento rápido Robert puxa o braço de John o imobilizando no chão e em um ato de proteção começa a esmurrar aquele rapaz, Robert estava se sentindo ameaçado e por isso não parava de da murros fortes no rosto de John, ele já estava desacordado de tantos murros e se ele continuasse John acabaria morrendo. Quando se ouve um tiro. Um silêncio se fez presente e a surpresa, Karoline havia disparado o tiro à queima roupa em Robert, ele morreu na hora. Naquela altura a polícia já havia sido chamada e tinha acabado de chegar à empresa.

            Karoline foi presa indiciada e condenada por homicídio, mas como foi em defesa de seu marido pegou uma pena de 25 anos de cadeia em regime fechado. John foi indiciado por porte ilegal de arma e por tentativa de homicídio, foi condenado nos dois e pegou 15 anos de prisão. Os crimes dos dois eram inafiançáveis.  

            Robert morreu na mesma hora do disparo sem nem ter tempo de lutar por sua vida e morto por aquela que se dizia apaixonada por ele. De fato ninguém nunca vai conhecer verdadeiramente ninguém. Joanna recebeu a notícia e ficou muito abalada, perplexa com a forma que seu namorado havia sido assassinado. Ela não ficou sabendo do caso de Robert e Karoline, para ela, ele morreu como o melhor cara do mundo. Ela demorou muitos anos para superar tal perda, criando uma barreia psicológica, deixando seu passado para trás, só assim ela conseguiu seguir, sem nunca falar sobre o que havia acontecido. Ela passou muitos anos sem se envolver com ninguém, até conhecer Christian Hill.

            Algumas pessoas nunca mudam, já outras, mudam o bastante para seguirem em frente. Outras mudam para pior. John passou 10 anos na prisão saiu mais cedo por bom comportamento, quando em um dia qualquer na igreja conheceu Christian, foi aí que sua vida mudou, ele agora era JC. Com alguns anos de presa Karoline sofreu muito na prisão, era violentada por suas companheiras de cela e por alguns guardas corruptos. Não durou muito para se tornar um monstro. Fez amizade com um dos guardas e trocou alguns prazeres carnais por uma fuga facilitada. Ninguém da família dela foi visita-la na prisão nesses anos.

            Mais especificamente depois 16 anos e 7 meses de prisão, aquele guarda com quem Karoline estava se envolvendo trouxe algo para ela, ele injetou nela e ela morreu na cela, ou melhor, ela ficou em estado de coma profundo. Ele já havia combinado com alguns médicos para que eles confirmassem o laudo.

            O corpo foi levado e horas depois aquela mulher estava livre e melhor ainda sem ninguém a perseguir. Aquele guarda queria algo a mais com Karoline, mas aquela mulher havia se tonado um monstro, acabou matando aquele guarda e ninguém nunca encontrou seu corpo, ela o dissolveu no ácido. Depois que estava livre Karoline foi atrás de suas irmãs, Amanda e Mylena, de John. Quando então descobriu todo o grupo liderado por Christian.


            O que nem Karoline, nem John sabiam ainda, era que a ex-esposa de Christian era Joanna Miller, a também viúva de Robert. Mas quando eles descobrirem as coisas irão mudar.





Continua... 

Um comentário:

  1. O interessante de ler nessa parte é que uma história que pareciam totalmente introdutória e que as ligações viriam ao longo da história foi esclarecido de uma única vez, bem direto, objetivo, sem rodeio é melhor assim porque o leitor não precisa inferir tanto para tentar resgatar pistas.
    As informações novas são bem relevantes e deixam a história mais fluída, metaforicamente falando, é claro.
    O bom de agregar outros textos a um novo texto é deixar seu estilo e marca é óbvio que nenhum texto é neutro que a voz do autor fica presente querendo ou não porque nenhum discurso é neutro e a principal função é passar a mensagem e construir sentidos para quem ler alimentando a vontade de querer ler mais e mais.
    Sem deixar de lado a sua maneira de mostrar a aventura desse grupo "meio torto", porém, tão aceito mesmo com suas falhas em relação às suas ações.

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