sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Busca pt. VI (Menino prodígio)

Pedro Scott


            Algumas semanas passaram depois da morte de Martinez. Amanda e Christian ainda estavam lá na mansão, JC sumido, Karl e Donald fugindo, e Pedro seria o próximo que o agente Ucker iria atrás.

            Pedro era um nerd formado em Haverd, dono de um conhecimento invejável. Ele sempre acompanhou Christian em seus trabalhos, se conheceram por acaso em um bar, conversaram e viraram bons amigos desde então. Ele vem de uma família rica, mas seu pai nunca acreditou em seu potencial, pois queria que ele seguisse seus passos com os negócios da família, coisa que Pedro sempre achou muito chato.

            Depois do roubo ao banco, Pedro simplesmente voltou para casa e para sua antiga vida, com aqueles amigos nerds e jogando videogame o dia inteiro. Ele parecia não se importar com sua foto na mídia, mas nos primeiros dias fugiu para casa de um amigo. Depois voltou para casa, pois a mãe de seu amigo não o quis mais lá.

            Em sua casa estava insuportável, seu pai só brigava com ele, sua mãe não tomava nenhuma atitude. Ele poderia fugir, mas não tinha nenhum lugar para morar, ninguém iria querer um bandido em sua casa, então ele decidiu só esperar.

            O agente Ucker não parava de trabalhar buscando cada um daqueles ladrões e resolveu voltar à casa de cada um deles. Na casa de Christian, Joanna ainda estava lá sozinha e um tanto tristonha, chegando lá o agente bateu na porta e perguntou:

            - Olá, senhora Hill, com vai?

            - Olá, agente. Estou bem. Em que posso ser útil? –Respondeu Joanna.

            - Seu marido? Onde ele estar? –Perguntou o agente Ucker.

            - Não sei, já faz semanas que não nos vemos ou falamos. Desde que ele se foi não deu mais sinal de vida. –Respondeu Joanna.

            O agente se conformou com aquela história e a deixou em paz. Foi até a casa de JC, mas estava do mesmo jeito. Na casa de Amanda não tinha ninguém, até que ele chegou à casa de Pedro. Estava uma movimentação lá, o agente então bateu na porta.

            Pedro estava jogando videogame lá dentro com seus amigos, a empregada abriu a porta para aquele homem.

            - Pedro Scott está senhora? –Perguntou o agente Ucker.

            Ela respondeu dizendo que sim. O agente  então entrou, estava Pedro e mais dois amigos sentados jogando, comendo pipoca e chocolate.

            - Olá agente Ucker, demorou a voltar. Estava a sua espera. Amigos, vocês podem nos deixar a sós? -Pedro falou, e seus amigos foram embora dando um abraço nele.

            - Você estava me esperando? -O agente Ucker não entendeu.

            - Sim, eu sabia que o senhor iria voltar, mas não pensei que fosse demorar tanto. Meus pais não estão, aqui em casa tá um inferno. Não quero mais ficar aqui, nem fugir. -Pedro falou olhando para a TV e continuando jogando. - O senhor acha que era necessário mesmo matar o Martinez? Ele era um homem bom.

            - No meio da criminalidade não existem homens bons. E eu não queria mata-lo, se isso te consola, só não tive opção. Mas eu perdi, também, um amigo e ele era bom, mas do que seu amigo, ele não merecia morrer.  -Falou o agente Ucker.

            - O senhor se engana quando pensa que na criminalidade não existem pessoas boas. É certo que a grande maioria são pessoas ruins, mas existem algumas que fazem por algum motivo bom. E quem somos nós para dizermos quem merece ou não viver? Ou quem é melhor ou pior? Para o senhor quem é melhor uma pessoa que faz o bem ou que faz o mal? -Questionou Pedro.

            - Claro que é a que faz o bem. –Respondeu o agente Ucker.

            - Talvez sim, talvez não. E se a que faz o bem o fizer só perante a sociedade e de verdade ela for uma má pessoa? E a pessoa que for má for verdadeira com sua maldade? Ele continua bom ou mal?

            - Ah cara, você está me enlouquecendo. –O agente Ucker falou.

            - O que quero dizer é que cada um tem algum motivo para ser bom ou ruim. E isso serve para alguns entrarem na criminalidade. Muitos têm algum motivo. –Respondeu Pedro sorridente. 

            - E qual seria o seu? -Perguntou o agente Ucker.

            - Não tenho nenhum em especial. Só queria sair dessa vida que vivo, mas não tinha motivo de verdade, era apenas uma curtição. Ao contrário do Martinez que lutava por sua família e ninguém vai tirar a certeza que tenho de seu caráter. Quanto ao agente Taylor, sempre quis lhe dizer isso: Sinto muito por sua perda, muito mesmo. -Pedro falou. - Ah, terminei aqui, fazia tempo que não passava por essa fase, muito difícil algumas fases desse porco-espinho veloz. -Pedro concluiu com uma risada.

            - Já podemos ir?! -O agente Ucker perguntou.

            - Sim, mas, por favor, não me algeme aqui, é que a Tereza não sabe o que fiz e ela gosta muito de mim. -Pediu Pedro.

            - Claro! -O agente falou saindo com Pedro.

            - Tereza vou precisar passar alguns dias fora, mas não se preocupe vou me cuidar. Se cuide também. -Pedro falou para empregada dando-lhe um beijo na testa.

            Pedro e o agente Ucker saíram daquela casa.

            - Sinta-se a vontade para me algemar agora agente. –Pedro falou.

            - Não será necessário. –Respondeu o agente Ucker dando duas tapinhas nas costas de Pedro. – E a propósito, não, ela seria uma pessoa boa se o mal fosse sua verdade. E a que faz o bem seria boa, pois ajudaria as pessoas e isso é o que importante.

            Pedro olhou para ele e sorriu. O agente Ucker levou Pedro até o carro e foram para a sede do FBI, no caminho foram conversando mais.

            - Eu sinto muito pelo seu amigo também. Como te falei, não queria fazer o que fiz. –Falou o agente Ucker.

            - Não se preocupe agente. –Falou Pedro.

            - E quem de vocês disparou contra nós? –Perguntou o agente Ucker.

            - Eu me entreguei por espontaneidade, mas não espere nenhuma contribuição por minha parte. Eu fiz minha escolha em me entregar, deixarei cada um deles fazerem as suas. Não espere que eu os traia. –Falou Pedro.

            - Eu entendo, só estava fazendo meu trabalho. –O agente Ucker falou.

            Chegaram até a sede do FBI e Pedro foi levado até sua cela.

            Enquanto isso Amanda e Christian permaneciam naquela casa, mas eles precisavam sair para comprar comida e utensílios domésticos, Christian pegou seu carro na garagem e foram rapidamente ao supermercado mais próximo e lá fizeram suas compras. A televisão daquele supermercado estava ligada e os noticiários mostravam a foto de Pedro dizendo que mais um integrante do grupo havia sido detido, agora o primeiro a ser preso, já que Martinez havida sido morto. Eles olharam para aquela notícia e se entristeceram por aquele gênio ter deixado ser pego, pois se ele quisesse ninguém o pegaria.

            Terminaram as compras e voltaram para casa, chegando lá jogaram as compras na cozinha e deixaram alí. Já estava chegando o crepúsculo naquele dia, quando Christian sentou em seu piano e começou a tocar um pouco de blues, Swanne River foi a música escolhida por ele, música de um de seus artistas preferidos Hugh Laurie. Então ele falou para Amanda:


            - A vida é como uma pequena ou longa canção, composta e tocada por você. Assim como a canção, a vida um dia silencia e termina. Cabe a você saber compor a melodia com a harmonia certa, escrever a letra e tocar no tempo exato para que ela se torne inesquecível, inesquecível para quem ouça.

            - Concordo com você, nós fazemos nossa vida ser boa demais. Mas você não acha que ele vai nos entregar? -Amanda questionou

            - Claro que não. Pedro era a pessoa que eu mais confiava alí dentro, só ele sabe desse lugar que nós estamos, ele me ajudou a comprar. –Falou Christian.

            - Se você confia nele, então ele era bom mesmo. Não o conhecia fora, só quando fazíamos nossos trabalhos. –Amanda falou.

            - Eu também não o conhecia fora dalí, mas ele me mostrava ser um bom rapaz e de um caráter invejável. –Elogiou Christian parando de tocar e indo para cozinha.

            Amanda e Christian foram para a cozinha arrumar as coisas e cozinhar, pois já estava chegando perto do jantar. Enquanto isso, Amanda pensava em sua irmã que já fazia muito tempo que não a via e nem sua sobrinha. A saudade só fazia aumentar cada dia.

            Com Pedro na cadeia e Martinez morto, agora só restavam cinco. Enquanto Amanda e Christian sorriam cozinhando, o agente Ucker não parava de trabalhar dia a noite.

            Mal sabia Amanda que ela seria a próxima na lista do agente Ucker.







Continua... 

2 comentários:

  1. A vida é como uma pequena ou longa canção, composta e tocada por você . que frase linda ameiiii essa história está cada vez melhor e você se supera a cada dia parabéns CFJr.

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  2. Não acredito que o meu comentário não foi?? Chateada! Mas tudo bem!Enfim, o que eu havia comentado foi a respeito da escolha de Pedro, é claro que ele é uma personagem diferente dos outros componentes do grupo, ou seja, ele não tinha um motivo forte como Martinez para entrar no mundo do crime, como disse, a vida é feita de escolha e ele escolheu se entregar o que é bem interessante porque soa como uma quebra de expectativa para os leitores, não sei se todos pensaram igual a mim, mas, foi uma quebra de expectativa o que é bom porque deixa a sequência de textos mais dinâmica livre para diversas interpretações e inferências até porque uma leitura não é igual a outra.
    ão esperava por essa quebra para todos iriam tentar fugir, mas, ficou muito boa! Se tentar definir em uma palavra: surpreendente.

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