Busca pt. V (Família)

Gonzales Martinez

Alguns anos antes... 

            Aquele mexicano que vivia em New York há mais de uma década só tinha ido aquele país para buscar um trabalho digno e ajudar seus familiares que estavam no México. Nos primeiros anos de sua estadia, ele acabou conhecendo pessoas que o ajudaram a conseguir alguns empregos temporários e assim ajudava aos poucos seus parentes. Mas aquele dinheiro era pouco, não tinha como se sustentar e ajuda-los com o pouco que ele ganhava.

            Em um desses trabalhos ele conheceu JC. Esse novo amigo ofereceu um trabalho diferente para aquele estrangeiro, trabalho fácil e muito dinheiro. Martinez logo se animou, mas quando viu o que era, desistiu. JC queria que ele roubasse junto com ele e outros amigos.  

            - Não sou assim, cara. Sou  um cara honesto. -Disse Martinez para JC.

            - Eu sei Martinez, mas você tem uma família para ajudar. Você vai ficar até quando fazendo esses trabalhos sem ganhar grana de verdade?

           

            Aquele homem foi logo influenciado por JC e começou a fazer os trabalhos com ele. Sempre dirigiu muito bem, lá no México Martinez era piloto e por isso ele se saia muito bem nas fugas, quando existiam.

            Alguns anos depois JC apresentou aquele mexicano ao seu grande irmão, Christian, se deram bem logo no primeiro momento. Christian sempre teve um coração muito bondoso, então logo ele aceitou Martinez no grupo, eles fizeram muitos trabalhos juntos.

            Aquela amizade foi crescendo gradativamente, Christian e Martinez se ajudavam muito na hora dos trabalhos. Martinez era um cara inteligente, ele respeitava cada decisão de Christian, até porque ele era o líder. As aventuras daquele grupo se tornavam mais intensas dia após dia e aquele mexicano estava feliz ali, estava conseguindo ajudar muito sua família, mesmo com um bom dinheiro, Martinez usava a grande parte para enviar a sua família e o que sobrava ele usava para se sustentar, ele nunca quis uma vida de rei.

            Em uma das conversas entre Christian e Martinez, aquele pobre homem revelou para seu líder que já fazia muitos anos que não via sua família e tinha dias da saudade bater no peito, muitas vezes ele nem conseguia falar com eles.

Então em um dado momento Christian fez uma surpresa para seu amigo, o levou até lá para rever sua família. Foram dois dias, mas que Martinez aproveitou como se fossem 2 anos. Perto de voltarem, tiveram uma conversa breve.

            - Cara, sempre serei grato a você por tudo que fez por mim. -Martinez falou a Christian.

            - Nada. Você pode deixar a criminalidade e viver aqui com sua família, cara. -Christian falou.

            - Aqui onde vivemos? Vou acabar morrendo como meus outros irmãos. -Martinez respondeu.

            - E lá? Qual fim você acha que terá? -Christian questionou.

            Martinez parou e ficou pensando naquilo que Christian havia dito.

Atualidade...

            Martinez se viu sem saída, era a hora do fim. Quando ele olhou de lado viu um muro que dava para casa de alguém. Ele não pensou duas vezes, em um impulso, ele correu e saltou aquele muro. O agente Ucker correu em sua direção, aquela perseguição começou.

            - Pare! Pare! Pare! Eu vou atirar! -O agente Ucker gritava sem parar.

            Martinez corria pelas casas das pessoas e o agente atrás dele. Uma bagunça naquela noite de lua cheia.

            - Eu não posso ser pego, minha família precisa de mim. -Martinez pensava naquela perseguição.

            Ele então se escondeu em uma casa abandonada, o agente Ucker o perseguiu até lá.

            - Martinez, vamos fazer do jeito fácil, é só você se entregar e tudo vai se resolver. Não tente nada idiota. -O agente Ucker falou naquela casa abandona com a arma em mãos.

Alguns anos antes...

            Voltando daquela viagem, depois de ver sua família, Martinez só queria dá uma vida boa para eles. Sua família já havia sofrido demais e para ele não importava como, mas só queria ajudar.

            - Eu pretendo parar Christian. Vou só realizar esse nosso último trabalho e deixar essa vida de lado e voltar para casa. -Martinez falou assim que chegaram a New York.

            - Hum! -Foi a resposta de Christian.

            Martinez trabalhava com Christian em seus roubos e fazia outras coisas com JC, ele sempre foi o motorista das ações. Nesses dez anos vivendo nos EUA, Martinez havia sido preso duas vezes e não pretendia ser pego de novo.

            Depois daquele roubo ao Banco Central, Martinez enviou todo aquele dinheiro para sua família, ficando apenas com o dinheiro de outros trabalhos. Ele iria voltar ao México no outro dia depois do roubo, mas apareceu um imprevisto e ele não foi, adiou sua viagem em duas semanas. Mas ele já estava decido que iria voltar. 

Atualidade...

            Martinez não tinha como escapar dessa vez. Então ele apareceu, saiu de onde estava escondido. O agente Ucker com a arma na mão apontando para Martinez.

            - Vire-se Martinez e fique com as mãos pra cima. -O agente Ucker falou.

            Ele obedeceu, virou-se e manteve as mão para cima, o agente Ucker então foi prende-lo. Mas aquele mexicano não iria se render fácil, no momento que o agente guardou a arma e ia pegar sua mão, Martinez puxou o braço do agente e começaram uma luta. Socos, chutes, cabeçadas, uma luta pesada. Em uma falta de atenção do agente, Martinez o acertou bem no rosto, levando-o ao chão. Era a hora dele fugir, quando Martinez correu em direção a porta para sair, o agente Ucker pegou a arma de sua cintura e disparou três vez contra Martinez sem avisar. Aquele mexicano foi ao chão em uma poça de sangue.

            - No hay más nada que hacer. Llegó al fin. ¡Su hijo de puta! -Falou Martinez.

            - Não entendo o que você está falando. Sinto muito, você me obrigou a isso. Eu jurei que iria pegar todos vocês um a um, vivos ou mortos! -Explicou o agente Ucker.

            - Adiós família, adiós amigos. JC, Christian fue um placer mis amigos. -Martinez falou baixinho em seus últimos suspiros.

            Martinez havia morrido. Depois de uns minutos chegaram os policiais. Algumas horas depois o jornal anunciou que o primeiro suspeito do assalto havia sido morto em combate com o FBI.

            Karl, Pedro, Donald, JC estavam todos vendo os noticiários para mais informações, quando viram a triste notícia de seu companheiro. Todos ficaram bastante tristes e pensativos. JC permaneceu sereno olhando para a televisão sem acreditar muito que seu amigo havia sido morto.

            Assim como os rapazes, Amanda e Christian estavam vendo televisão. Ao ver a reportagem que dizia que o primeiro suspeito do roubo ao Banco Central havia sido morto, Christian baixou a cabeça e falou baixinho para Amanda:

            - Nossas escolhas são as coisas que nos definem, cada uma delas é um pedaço da nossa história, do nosso destino. Não canso de dizer, que somos nós os senhores, os donos desse destino. Nós o fazemos da nossa maneira. Martinez, escolheu dar uma vida boa para sua família que já sofria muito no México, eu o pedi várias vezes para deixar essa vida e voltar para perto deles, mas ele sempre quis mais. Sua família hoje vive razoavelmente bem e por causa dele. Ele era um bom homem. -Ao fim de seu discurso ele demonstrou com lágrimas o quanto Martinez era importante para ele, Amanda apenas silenciou e respeitou seu momento, o consolou com um abraço.

            - Va con Dios, mi amigo. ¡Hasta pronto! -Christian falou.

       Tudo havia sido por sua família, uma luta perigosa, árdua, mas que tinha chegado ao fim. Martinez foi o primeiro a ser pego, agora só restavam seis daquele grupo. 

Continua...