terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Busca II pt. XVI (O fim)

Busca II

            O caos estava instalado naquele presídio abandonado. Dentro estavam John e seus capangas e fora Christian e todo o restante. A vontade de Christian era entrar de uma vez e pegar John pelo pescoço e levar para fora e entregar a seus amigos. Mas as coisas não funcionavam assim, ninguém tomava iniciativa, só estavam estudando seus oponentes naquele momento. Lá fora estava bastante frio, mas todos permaneciam de pé em frente ao presídio. Estava perto de começar a guerra. Wiliam foi para trás e fez uma ligação rápida e voltou para seu posto.

            Karoline e Mylena estavam colocando o papo em dia e sorrindo bastante, elas pareciam as mesmas irmãs da infância. O tempo todo Karoline perguntava por Amanda, ela queria conhecer sua outra irmã, estava ansiosa. Mas com Mylena as coisas estavam andando bem. Já era tarde da noite e o médico pediu para elas descansarem, era necessário. Mylena sentou na cadeira ao lado dela e foi tentar dormir.

            No presídio ninguém tomava uma iniciativa, quando John gritou lá de dentro.

            - Hora da festa!

            Nesse momento, três capangas que estavam fora começaram a atirar e partir para cima de todos, mas como o presídio já estava cercado pelos capangas de Harry não foi difícil matar aqueles três. Harry olhou para todos ali e disse:

            - É uma satisfação ajudar vocês nesse momento, talvez seja nosso último encontro. Vamos!!!! –gritou Harry.

            Todos os seus capangas correram para o presídio, assim como, Christian e todos os outros. Era hora de pegar John de qualquer jeito. Tentaram fechar a porta do presídio, mas os capangas Harry foram mais rápidos e não deixaram eles fecharem, mataram aqueles que estavam na porta. Era uma verdadeira guerra, muito sangue e bala, para todos os lados.

            Uns sete capangas de Harry estavam à frente correndo, quando John jogou três granadas.

            - Cuidado!!! –gritou um deles.

            Mas já era tarde, as granadas explodiram e mataram os sete de uma vez só, Christian se abaixou e cobriu Amanda, Harry não queria perder nenhum de seus homens e ficou mais irritado ainda, Priscila e Wiliam se jogaram no chão e Donald ficou atrás de um pilaste. Nessas alturas já haviam morrido vários homens de John e os sete de Harry.

            - Hora de começar a festa de verdade! –falou John ordenando a colocar o plano deles em ação.

            O plano era fechar todas as saídas dentro do presídio, apagar as luzes e deixar alguns caminhos para eles seguirem, mas quando saíssem por esses caminhos, John e seus capangas estariam lá e matariam todos que saíssem. E foi isso que fizeram, apagaram todas as luzes e deixaram algumas luzes de emergências para eles seguirem, só que não seria algo pacífico. 

            - O que houve? –perguntou Donald.

            - Faltou energia? –perguntou Amanda.

            - Não, eles desligaram as luzes. Fiquem juntos e atentos. –Harry ordenou.

            Não tinha como saírem com calma, pois John ordenou a uns outros capangas que fossem onde estavam e começasse a matar todos com facas e com porradas. Os capangas de Harry que estavam mais atrás, começaram a gritar.

            - Corram... Estão aqui para nos matar. Corram.

         Todos ficaram loucos e começaram a correr, existiam quatro saídas e nesse momento meio que sem querer todos eles se separam.  Harry e Christan foram para uma; Wiliam para outra; Priscila e Donald para outra e Amanda para a última.

          Quando Harry e Christian saíram as luzes voltaram, estavam lá os capangas de John armados e começaram a atirar, todos capangas de Harry que foram com eles dois morreram naquela hora, mas Harry pegou uma das armas e matou os atiradores, gastou toda a munição com eles. Foram caminhando com cautela, para não serem surpreendidos por alguém perigoso.

            - Temos que encontrar os outros, Harry.

            - Eu sei, eu sei, vamos encontrar, mas primeiro temos que focar em sobreviver.

            Nesse momento três caras apareceram, desarmados.

           - Vamos fazer com que vocês sofram bastante antes de morrer. –um deles falou.

            - Eu não sou de brigar. –Harry falou.

            - Nesse caso, pode deixar comigo. –falou Christian.

            Eram três contra um, mas esse um, era Christian. Começaram a lutar. Em outra saída estava Wiliam e alguns dos capangas de Harry, lá ninguém estava aguardando, então eles foram caminhando com calma e a procura dos demais. Mais a frente alguns capangas de John os esperavam e Raphael estava junto a eles.

            - Aqui é o fim de vocês. –disse Raphael.

            - Quem disse? –ironizou Wiliam.

            - Você é um tira muito corajoso, não acha?

           - Não, não acho. Você quem tá dizendo. Mas vamos ficar conversando até que hora?

            - Perdoe-me! –falou Raphael pegando a arma e apontando para eles.

            Wiliam e os demais fizeram o mesmo.

           - Então vamos começar a atirar para todos os lados e que sobreviva o mais sortudo? –perguntou Wiliam.

            - Pode ser! Dizem que sou muito sortudo. Mas que não seja o sortudo e sim o mais forte. -falou Raphael.

            - Então vamos testar essa sorte agora. E ver quem é o mais forte. –finalizou Wiliam atirando em direção a Raphael e os outros.

            Começou ali um tiroteio, onde muitos estavam morrendo e ficando ferido. Donald e Priscila antes mesmo de saírem e de ligarem as luzes já foram recebidos aos tiros. Eles se abaixaram, assim como os capangas de Harry que estavam com eles, quando a munição dos capangas de John acabou, era hora deles revidarem, Priscila empunhada de uma arma começou a atirar e aqueles que estavam com eles também, Donald ficou para trás, quando terminaram de matar os homens que atiraram neles, John estava lá esperando por eles mais a frente.

            - Não quero nem falar com você seu monstro. –falou Priscila.

            - Sou monstro por matar seus amigos e você é o que mesmo? –ironizou John.

            Priscila não respondeu, Donald veio lá de trás.

            - Hora, hora, hora Donald. Você ainda está aqui? Pensei que já havia morrido.

            - John, se entregue logo e vamos acabar com isso. –falou Donald.

            - Logo agora que a brincadeira está ficando boa? Não!

            Quando John terminou de falar apareceram mais de dez homens atrás dele apontando a arma para eles, assim como Wiliam e Raphael, ficaram todos apontando as armas uns para os outros.

            Amanda foi à única que ficou totalmente sozinha, quando ela saiu estavam mais de cinco homens e Aleph apontando as armas para ela, não atiraram.

            - Ainda não sei por que, mas John pediu para não matar você. –falou Aleph.

            Amanda não sabia o que fazer, nem falar, ela não tinha nem para onde ir.

            - Pode me acompanhar? –perguntou Aleph.

            Ela não respondeu só foi com ele.

         - Vocês fiquem aqui, se mais alguém passar por essa porta, pode matar. Qualquer um. –ordenou Aleph.

            Foram então, até onde John estava. Christian ainda estava lutando com aqueles três homens e era uma luta árdua. Mas depois de alguns minutos ele conseguiu nocautear todos eles, foram tentar achar os demais. As balas de Raphael e Wiliam já haviam acabado, então começaram ali uma luta corporal bastante violenta. Priscila, Donald e os outros estavam em um saia justa naquele momento, mas John pediu para todos ali se acalmarem e baixarem as armas. Isso foi o que aconteceu.

            Raphael e Wiliam lutaram arduamente, no fim daquela luta, Raphael estava no chão bastante ferido e Wiliam em pé, mas também muito ferido. Raphael não iria se render, mas as coisas estavam difíceis para ele. Nessa altura, a policia já havia chegado ao presídio e estavam invadindo. Antes de entrarem, Wiliam havia feito uma ligação para seu chefe e contado sua localização. Praticamente todas as viaturas foram mandadas  ao local.

            - A polícia está chegando, eu preciso prosseguir, você pode ficar e esperar eles ou fugir, a escolha é sua. –Wiliam falou deixando Raphael no chão e seguindo atrás de seus amigos.

            Raphael não pensou duas vezes, foi para fora do presídio no intuito de fugir. Mas antes dele fugir a policia já estava lá fora e o rendeu. Ele foi o primeiro a ser pego. A polícia já havia cercado o local, os capangas de Harry que ficaram fora do presídio já tinham fugido também. A polícia estava entrando e tomando conta do local aos poucos.

            Christian foi alguns passos a frente procurando os outros, quando ele entrou em uma sala, lá estava um homem que era um dos capangas de John, ele tinha uma arma e apontou para Christian, quando Harry chegou e o segurou.

            - Corre Christian.

            - Mas Harry...

            - Vá logo, vá logo! Você precisa encontrar os outros, eu vou logo atrás de você.

            Christian correu, saiu daquela sala. O que eles não sabiam era que aquele capanga tinha dois explosivos, quando Christian estava correndo para fora, ouviu uma explosão. Ele olhou para trás e só viu a fumaça saindo da sala onde Harry estava.

            - Harry... Não! –falou Christian baixando a cabeça.

             Mas ele tinha que continuar, precisava encontrar os demais. John recebeu uma ligação, era um de seus capangas avisando a situação, disse que a polícia estava invadindo o local. Priscila estava com muita raiva de John, sem nem pensar, apontou rapidamente a arma para ele, ela só tinha uma bala, e era hora de vingar a morte do seu amor, ela não pensou duas vezes e puxou o gatilho, a bala iria direto para a cabeça dele, em uma velocidade surpreendente Aleph estava chegando e se jogou na frente de seu amigo, à bala o acertou em cheio, matando-o na mesma hora. 

        Naquele momento Amanda correu para junto de Donald, e Christian e Wiliam chegaram lá, na mesma hora, sem contar que uns vinte capangas de Harry também. John ficou paralisado, com os olhos arregalados, ele percebeu ali que sua guerra havia acabado, ele havia perdido, não tinha mais o que fazer, então correu para o carro de fuga que já havia deixado, e fugiu. Wiliam ia correr atrás dele quando Christian colocou a mão e o impediu.

            - Não, não vá! Wiliam, meu amigo, cuide de Amanda! Por mim! –falou Christian olhando nos olhos de Wiliam.

            Ele apenas balançou a cabeça. Christian imediatamente correu atrás de John, seus capangas também viram sua derrota e abaixaram as armas e se entregaram.  Christian correu e pegou outro carro que estava ali, quando ele ia da partida, Donald abriu a porta e foi junto. Ele só olhou e sorriu. Começaram uma perseguição alucinada. Tudo contribuía para John ser pego, o carro que ele pegou não tinha sido abastecido, ele só conseguiu andar por alguns quilômetros quando seu carro parou.

            Christian parou o seu carro e desceu, John parou o carro, desceu e correu, ele não queria ser pego. Christian e Donald foram atrás dele. As coisas não estavam contribuindo mesmo para John, o local que param estava muito escuro, era uma espécie de galpão abandonado, mas bastante grande e mais a frente tinha um buraco enorme, pois o local tinha passado por uma reforma inacabada. John correu e foi parar nesse buraco, ficou pendurado quase caindo.

            - Socorro! Socorro! –gritava John.

            Donald foi o primeiro a chegar, se jogou no chão e deu a mão para ajudar, mas John era pesado, Christian chegou e ficou parado olhando.

            - Ajuda, Christian. Ele vai cair, se ele cair ele vai morrer. –falou Donald.

            Nesse momento Christian lembrou de Pedro e Joanna e continuou parado, ele não queria ajudar e não tinha vontade de ver John vivo. Donald não estava conseguindo segurar mais, quando John escorregou, mas antes de cair, Christian se jogou rapidamente ao chão e segurou firme a mão dele, Donald e Christian o puxaram de volta para cima.

            Em um momento passou várias vezes pela cabeça de Christian empurrar John para baixo, mas ela não fazia essas coisas. Deu um soco bem forte nele e o levaram novamente para o presídio. Lá, Wiliam havia pedido para todos os capangas de Harry fugirem por causa da polícia, todos se perguntavam onde Harry estava.

            Quando Christian e Donald chegaram lá, entregaram John para a polícia.

            - Como você está? –perguntou Amanda abraçando Christian.

            - Estou bem.

            - Onde está o Harry? –perguntou Wiliam.

         - Eu sinto muito, ele se sacrificou para me ajudar. –falou Christian baixando a cabeça.

            Priscila não falou nada, mas estava com a cara fechada, com raiva.

            - O que houve Priscila? –perguntou Christian.

            - Nada, não se preocupe. –falou dando as costas e indo embora.

            Ela estava com raiva, pois queria que John pagasse com a vida, seria a vida de Pedro pela dele. Assim, terminaram a missão. Alguns minutos depois Wiliam foi embora, Christian, Amanda e Donald também. A policia e o FBI estavam fazendo seu trabalho, encontraram o dinheiro roubado do carro-forte, só estava faltando alguns trocados, mas nada demais.

            Donald foi para sua casa, Amanda foi até a casa de Mylena e Christian finalmente foi em busca de sua filha. A vizinha de Mylena contou o que havia acontecido a Amanda, ela foi correndo até o hospital. Chegando lá, ela viu Karoline, ela achava que sua irmã havia morrido, mas ela estava ali. Quando Karoline olhou para Amanda, ela sentiu um peso na consciência e uma lágrima rolou, Amanda foi até lá e deu um beijo em sua testa, nesse momento ela estava perdoando, verdadeiramente, sua irmã por tudo.

            - Eu te amo minha irmã. –falou Amanda com o olhou cheio de lágrima.

            Mylena contou tudo para Amanda, ficaram conversando as três irmãs depois de tanto tempo. Christian chegou até a casa da vizinha de Joanna, ela abriu a porta e olhou para ele, não falaram nada. Ela pegou a menina, antes de entregar a ele, Christian caiu em lágrimas, chorava como se fosse uma criança.

            - Agora, ela é sua. Sua responsabilidade. Sei que ela está em boas mãos. Estarei aqui, para o que precisar. –falou a vizinha entregando a pequena Sophia para Christian.

          Aleph havia morrido em combate, Raphael e John haviam sido presos, mas acabaram sendo assassinados na primeira semana no presídio, mas não tinha nenhuma ligação os crimes deles. Raphael foi morto em uma briga com presidiários e John apareceu morto no banheiro do presídio, por coincidência naquele mesmo dia todas as câmeras do presídio tinham sido desligadas por um ‘problema’ misterioso, mais surpreendente foi que no dia da morte de John, Priscila tinha ido fazer uma vistoria no local, vistoria não oficial, já que não foi ordenada por seu chefe. Mas não tem como provar nada disso.

            Christian ficou sabendo da morte de John, mas ele não sentiu muito, depois de tudo não tinha como. Donald ainda ficou um pouco balançado, mas superou rapidamente.

            Alguns dias se passaram, era 24 de novembro daquele mesmo ano, dia de ação de graças, estavam todos reunidos na casa de Mylena para comemorar esse dia tão especial. Christian com sua Sophia, as irmãs, Amanda, Mylena e Karoline, estavam todos juntos celebrando esse dia com muita felicidade, assim como Mylena havia desejado.

            O agente Ucker, ou simplesmente, Wiliam Ucker passou o dia de ação de graças com Melissa e Jamilly Taylor, ele sempre frequentou a casa delas, sempre cuidou delas, era como se fosse sua família. E porque não? Poderia se tornar, quem sabe?

            A agente Walker passou esse dia em casa sozinha de calcinha e sutiã tomando um uísque em seu apartamento vendo a neve cair e com o aquecedor ligado. Ela nunca foi apegada a esses momentos de final de ano. Donald passou com sua família, já fazia muito tempo que eles não ficavam juntos.

            Assim acabou aquele ano, ano que começou tão perturbado e tão cheio de violência, terminou todos cheios de amor e com a sensação de dever cumprido. O ano acabou em paz. Amanda e Christian estavam formando sua família com Sophia; Mylena dedicou seus dias a cuidar de sua irmã Karoline; o agente Ucker ficou cada vez mais próximo da família Taylor; Donald ficou com sua família matando a saudade; e a agente Walker estava se tornando cada vez mais, uma das melhores agentes do FBI.

            Depois de seis meses desde aqueles acontecimentos, em uma manhã cheia de sol lá fora, Karoline acordou e meio sem notar conseguiu mexer um pouquinho seu pé.

            - Mylena, Mylena... Eu consegui mexer o pé. –gritou Karoline de felicidade. Agora sim, começou seu recomeço de verdade. Ela merecia outra chance, todos merecem uma outra chance verdadeiramente.

            Alguns anos depois, Donald resolveu ir em busca de novos horizontes e se mudou para o Canadá, onde conheceu Rebeka, que seria mais a frente sua esposa e mãe de seus filhos. O agente Ucker resolveu que era hora de deixar as ruas e ir trabalhar no escritório do FBI, mais a frente acabou assumindo seu relacionamento com Melissa Taylor. A agente Walker ficou um pouco distante depois daquele ano turbulento e pediu dispensa do FBI, ela se tornou uma escritora em ascensão. Amanda acabou descobrindo sua gravidez e Christian a pediu em casamento, foi um dia lindo. Já viria seu primeiro filhinho, Harry Johnson Hill, em homenagem ao seu amigo que se sacrificou por ele.


            Assim, aquela busca cheia de romance, drama, suspense e ação chegou ao fim... Ou talvez não... 



FIM


Título: Busca II
Autor: Carlos F. Jr.
Revisão: Dáfenes Rodrigues / Carlos F. Jr.
Ilustração: Carlos F. Jr. (Programa Prisma)
Categoria: Ação / Romance / Drama
Local: Recife- PE
Ano: 2016


Elenco: 

Christian Hill- Will Smith
Amanda Mendes Johnson- Parker Mckenna Posey
John Cater- Tom Hardy
Agente William Ucker- Christopher Von Uckermann
Pedro Scott- Brandon Routh
Karoline Johnson Cater- Nina Dobrev
Agente Priscila Walker- Margot Robbie
Harry Johnson- Rubén Aguirre
Mylena Mendes Johnson- Tatyana Ali
Raphael KingRodrigo Santoro
Aleph GarciaLeonardo DiCaprio
Joanna Miller Hill- Eva Mendes 
Marco Donald Allen Lewis- Chad Michael Murray
Melissa Taylor- Megan Boone 
Jamilly Taylor- Mary-Kate Olsen/Ashley Fuller Olsen
Reverendo Paul Smith- Anthony Hopkins
Roberto Hill- Roberto Gomes Bolanõs 
Robert Smith- Reynaldo Gianecchini
Jacob Johnson- James La Rue Avery

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Busca II pt. XV (Determinados!)

           
O regresso de Donald ao grupo

                   Já era novembro e a neve caia lá fora. O quarteto havia voltado para a chácara e estavam se planejando para ir atrás de John. Christian e William estavam na sala concluindo os últimos detalhes, Priscila e Amanda estavam conversando na cozinha, elas estavam ouvindo rádio quando começou a tocar ‘Love of my life’ da banda britânica Queen. Naquele momento Amada olhou para o horizonte e seus olhos se encheram de lágrimas, Priscila olhou para ela, mas não falou nada.

            - Essa canção me faz refletir, ela é tão linda, mas tão triste ao mesmo tempo. Me faz pensar no que sinto pelo Christian. Tenho 21 anos e, para mim, já achei meu grande amor. Nunca senti nada assim por ninguém. Hoje sinto que sou feliz de verdade. –falou Amanda.

            - Eu entendo, Amanda. Não tive a sorte de sentir tudo isso, mas o pouco que senti, me fez feliz e foi algo mágico. Pena que ele se foi. Aproveite ao máximo cada minuto com ele, não deixe o curto tempo passar despercebido. –falou Priscila tristonha.

            - Sinto muito, você estava gostando realmente do Pedro. Por isso precisamos ir até lá. –Amanda falou com bastante raiva.

            Quando menos se espera alguém toca a campainha, Amanda e Priscila foram até a sala e Christian foi até a porta e deixou só um pouco aberta, então foi para fora da casa.

            - Boa noite, obrigado por ter aceitado minha proposta. –falou Christian dando um abraço na pessoa que estava na porta.

            Todos estavam bastante curiosos para saber quem era.

            - Pessoal, recebam nossa primeira ajuda de peso, Donald Lewis. –anunciou Christian.

            Todos ficaram surpresos, Amanda correu até ele e deu um forte abraço nele. Ele estava tão diferente, barbudo, com o cabelo grande e bastante sereno.

            - Uau, que visual novo. –Amanda falou

            Donald apenas sorriu.

            - Mas como? –perguntou William surpreso.

            - Fui até... -começou Christian, mas foi interrompido por Donald.

            - Deixa, Christian. Deixa que eu falo. Depois dos últimos acontecimentos, Christian me procurou e me contou tudo. Eu não poderia deixar John fazer isso, não com um dos nossos, eu gostava do Pedro e também gostava bastante da Joanna. Sei do meu respeito e carinho por ele, mas não sou assassino e não compactuo com eles. Quero ajudar a pegar ele e seu grupo. -revelou Donald. - Esse lugar era do meu irmão! Saudades dele. –falou Donald se referindo a Karl.

            - Mas continuo sem entender como você saiu de lá. Porque a proposta da saída era temporária e você recusou. –ainda confuso Wiliam falou.

            - Essa questão eu posso responder. –falou Harry chegando na chácara. 

             Todos olharam para a porta. Então Harry continuou:

           - Mesmo me odiando muito, Christian me ama muito, são sentimentos iguais. –falou sorrindo. – Mas recebi uma ligação de Christian, me pedindo um favor, eu tenho muitos contatos em todos os lugares. Inclusive, seu chefe, Wiliam, é um bom amigo meu. Ele só estava me devendo um favor e eu cobrei. Daí uma coisa levou a outra. –concluiu Harry.

            - Eu só conversei com Donald e pedi mais um favor ao Harry. –Christian falou.

            - Caro agente, que fique bem claro que não somos amigos, só faremos um trabalho juntos. Então, cada um em seu espaço. –Donald falou para o agente Ucker. – Nunca vou esquecer que por sua causa meu irmão está morto.

            O clima naquele lugar ficou estranho, então Christian tratou de mudar rapidamente.

            - Vamos focar aqui! Vamos passar para vocês o que Wiliam e eu combinamos.

            Nessa altura, Aleph já tinha chegado até John e estava contado tudo para ele dentro de sua sala, John ouviu tudo em silêncio.

            - Cansei de fugir, cansei de me esconder deles, esperarei e matarei todos eles. –John falou ficando de pé.

            - Vamos pegar eles! –Aleph concordou.

         - Eles pensam que nós vamos fugir, mas isso não irá acontecer. –John falou confiante. – Raphael!!! –gritou.

            - Pois não!

            - Prepare o pessoal que vamos para a guerra, talvez, nossa última guerra!

            - Sim, senhor! –obedeceu Raphael e se retirou.

            - Vamos nos preparar! –Aleph falou animado.

            - Vamos sim. Mas antes preciso fazer uma coisa. –falou John indo até um birô que tinha em sua sala.

            Ele abriu a primeira gaveta e de lá tirou sua preciosa arma, talvez tenha aprendido com Christian a fazer discursos antes de alguma ação ou para explica-las.

            - Há tanto tempo venho buscando encontrar pessoas que me orgulhassem e me honrassem com seus trabalhos e com suas amizades. Não posso ser hipócrita a ponto de dizer que você não o fez, sim, você foi um bom amigo e bom parceiro, mas eu não aceito erros e muito menos traições. Você me conhece e mesmo assim contou toda verdade, mas isso não vai mudar nada. –John falou caminhando calmante até Aleph e colocando a arma em sua cabeça.

            Aleph não falou nada e não fez nada, apenas fechou os olhos. Lá de fora Raphael ouviu um tiro, ele correu rapidamente até a sala de John.

            - O que foi esse tiro? –perguntou entrando na sala.

            John havia atirado para cima.

            - Nada, apenas estava mostrando minha nova arma ao Aleph.

            - Ah, sim, que susto. –Raphael falou fechando a porta.

         - Como falei, você é um bom amigo, mas que fique bem claro que isso foi um exceção. Agora vá cuidar dessa ferida e trabalhar.

            Aleph continuou sem falar nada, até ele mesmo pensou ter levado um tiro, então saiu da sala e foi até o banheiro. Lá, ele lavou o rosto e foi se acalmar depois desse susto. Mas era hora de se recompor, foi tratar a ferida e colocar uma tipoia.

            Esse dia estava bastante movimentado para todos os lados. No hospital, Karoline havia se acordado, mas não lembrava de nada e nem de ninguém. Mylena havia chamado o médico e relatado o que havia acontecido, então saíram da sala e foram conversar.

            - Não se preocupe, sua irmã ira se lembrar de tudo, isso é normal. –O médico falou.

        - Que susto, eu pensei que ela não iria se lembrar mais de mim. –Mylena falou assustada.

            - O bom seria você conversar com ela, dizer quem ela é, quem você é, o que vocês são, onde ela mora. Essas coisas para estimular seu cérebro.

            - Tudo bem. Irei fazer isso sim.

            O médico se retirou e ela voltou para sala, queria ficar com sua irmã.

            - Oi, eu sou Mylena Johnson. E você é Karoline Johnson, nós somos irmãs.

            - Nós somos? –perguntou Karoline surpresa.

            - Sim, mas não tente falar. Temos uma outra irmã, a casula, Amanda Johnson.

            - Onde ela está? O que aconteceu comigo?

            Mylena com calma começou a conversar com ela e contar tudo sobre as irmãs e sobre seu acidente, ela preferiu não contar a parte das mortes e da pessoa má que ela havia se tornado, para Mylena, essa seria, talvez, a hora do recomeço para sua irmã.

            Tudo estava pronto, era hora de ir até John, hora de acertar as contas. Foram Christian, Wiliam, Donald, Harry, Amanda, Priscila e todos os capangas de Harry, mais de quarenta homens. Seria, de fato, uma guerra. Amanda antes de sair ligou para sua irmã, mas ninguém atendia. Ela queria se despedir, não sabia se iria voltar. Antes de partirem, ainda na chácara, Harry falou a todos.

            - Vocês sabem de verdade o que estão fazendo? Sabem que em guerras de facções você mata ou morre. Estão dispostos a isso?

            - Eu só quero pegar o John, se for preciso matar, eu matarei. –falou Christian com raiva e dando as costas e indo para o carro.

            - Eu digo o mesmo! Ele merece pagar pelo que fez com o Taylor. –concordou Wiliam indo ao carro.

            - Não preciso nem falar. –Priscila falou indo com Wiliam.

            - Estamos todos juntos! –Amanda concluiu e foi para o carro.  

            Christian queria John por causa da morte de Pedro e Joanna; Wiliam por causa de seu antigo parceiro, o agente Taylor; Priscila por causa de seu amor, Pedro. Donald e Amanda estavam com Christian, mas queriam que ele pagasse pela morte de Joanna e Pedro. Foram todos, John estava em um presídio abandonado. Chegaram lá em uma hora, todos os seis desceram do carro, os demais estavam escondidos e espalhados pelos cantos. Estavam na frente do presídio John, Aleph e Raphael. Mas os capangas estavam armados por perto.

            - Hora, hora, hora! Donald?! Até você meu amigo! –falou John.

            - Como você pôde? Pedro e Joanna eram nossos amigos. –respondeu Donald.

            - Ah, ainda sobre isso? Christian foi fazer fofoca sobre mim. Mas eles tiveram o que mereciam, deveria ter matado primeiro Christian. Que pena que não o fiz. –John falou com seu sarcasmo no rosto.

            - Você tem duas escolhas e duas saídas. –falou Wiliam.

          - Estou ouvindo, alias estamos ouvindo, não é rapazes? –falou John fazendo menção a Raphael e Aleph.

            - Primeira, se entregue e venha conosco e entregue o dinheiro que você roubou. Ou segundo, resista e lute e seremos obrigados a pegar vocês a força, mesmo que tenhamos que matar todos. –Wiliam falou. – Eu quero muito você, John. Quero arrancar cada pedacinho de você. Então, por favor, escolhe a segunda opção. –concluiu.

            - Nossa, quanto ódio, por uma coisa que aconteceu há tanto tempo. Vocês são tão rancorosos. A propósito, Amanda, você tem falado com sua irmã?

            - Claro, só não consegui falar com ela hoje. Acho que Mylena estava dormindo.

            - Não falo de Mylena, falo de Karoline.

            - Não falo com ela, ela não é minha irmã.

            - Ainda bem, estava pensando como você iria reagir a sua morte. –falou John com um sorriso irônico no rosto.

            - Morte? Como assim? Você a matou?

            - Não, não. Alias, não diretamente. Ela fugiu e eu mandei o Raphael ir atrás dela, ela acabou se acidentando e foi ao encontro do capeta!

            - Seu miserável. –Amanda falou indo para cima dele.

            - Não deixe ele te irritar! – falou Christian segurando ela.

            - Então, vocês vão me capturar sozinhos? Seis contra mais de cinquenta?

            Harry sorriu alto e disse:

            - Claro que não!

           Nesse momento, cada capanga de Harry foi aparecendo aos poucos, John olhou para os lados assustado pela quantidade de pessoas. Ele recuou, deu dois passos para trás.

            - O que foi, John? Não está mais confiante ou com aquele sorriso safado no rosto, por quê? –falou Harry.

            John não falou nada, só recuou e foi entrando no presídio. Antes dele fechar a porta, Christian gritou:

            - Eu vou te pegar, nem que isso seja a última coisa que eu faça! 





Continua...

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Busca II pt. XIV (O acordo)


Aleph sentado depois de Christian o soltar

       Aleph já estava rendido e amarrado em sua própria casa, ele seria a fonte para descobrirem onde John estava, agora era refém do quarteto. A dificuldade seria fazer com que ele falasse. Os homens estavam no quarto com Aleph e as mulheres na sala.

            - Ai, está doendo muito meu ombro, muito mesmo. Me ajudem, por favor! –gritava Aleph com bastante dor.

            - Só iremos soltar quando você disser onde John está. –falou William.

            - Nunca direi onde ele está. Nunca!

            Passaram o restante da noite tentando fazer com que Aleph falasse algo, mas ele não contava, de jeito nenhum. Ele era um cara durão que não tinha medo de nada, nem mesmo da morte. Christian e William foram até a sala.

            - O que vamos fazer? Não podemos deixar ele aqui por muito tempo, até porque isso que estamos fazendo é crime. –falou William.

            - Verdade! –concordou Amanda.

            - Mas o que vamos fazer? Ele não quer falar. –falou Christian.

         - Meu antigo parceiro, o agente Taylor, era muito bom em interrogatório. Mas eu nunca fui tão bom assim. –falou William.

            - Eu nunca fiz isso, não tenho a menor ideia de como o fazer. Vocês se virem! –concluiu Priscila.

            Enquanto isso no hospital, Mylena esperava sua irmã acordar para saber como ela iria reagir a sua nova condição. Ela passou o resto da noite toda acordada olhando para sua irmã e lembrando de como elas eram felizes antes dela partir e o quanto sua irmã fez falta quando foi embora. No inicio do dia ela sentou e por causa do cansaço acabou pegando no sono.

            Os minutos de soneca foram o suficiente para Mylena sonhar com sua família inteira, todos sorrindo e felizes. Um barulho a acordou, era a enfermeira.

            - Olá. Como ela está? –perguntou a enfermeira ainda na porta do quarto.

            - Continua na mesma. –respondeu Mylena sonolenta.

            - Eu vim aqui avisar que o café está sendo servido.

            - Ah, muito obrigada. Irei já.

            Mylena se levantou e deu um beijo na testa de sua irmã e foi até o refeitório tomar seu café da manhã. Ela não parava de pensar em sua família em nenhum momento. Sentou em uma mesa no canto e comeu, ao terminar voltou para o quarto onde permaneceu ao lado de sua irmã.

            O quarteto já estava desgastado de tanto interrogar Aleph, o dia ia passando lentamente e nenhuma pista saia da boca dele, William saiu do quarto, foi até a sala, só ficou Christian e Aleph. 

            - Você tem família cara? –perguntou Christian, mas sem resposta. – Talvez sim, talvez não. Mas a pouco descobri que eu era pai, pai de uma menina linda. Não tive a coragem de olhar em seus olhos, sabe por quê? –mais uma vez sem resposta. Aleph apenas olhou para ele. - Porque seu patrão matou a mãe dela friamente e aquela menina ficou sem mãe. Você tem amigos? Amigos de verdade. Pois bem, eu tinha um bom amigo, mas ele foi morto também. Vou te falar uma coisa, cara. -Christian falou bem próximo dele. Eu vou achar John, com ou sem sua ajuda, eu vou encontrar aquele canalha, mesmo que dure uma eternidade, não tenho pressa para isso! E quando eu o encontrar... –concluiu Christian dando as costas e indo até a porta.

            Christian chegou até a sala, estavam todos lá, Amanda sentada no sofá, Priscila no chão e William na janela, ele sentou ao lado de Amanda.

            - Conseguiu alguma coisa, Chris? –perguntou Amanda.

            - Não, nada! Não tem como, ele não fala nada.

            - Precisamos partir para a agressividade. –falou William.

            - Não tem como, William está certo. –concordou, Priscila.

            - Quero só mais uns minutos. –levantou Christian e foi até o quarto novamente.

            Chegando lá, Aleph estava se remexendo tentando se soltar.

            - Tá bem apertado. Mas se quiser tentar mais, fique a vontade, eu tenho o dia inteiro. –Christian falou. – Ou melhor não tenho! Meus amigos querem partir agora para violência, eu sou contra tudo isso, mas um contra três não é muita vantagem. Vou perguntar só mais uma vez, se não me responder irei sair por aquela porta e daí em diante será apenas sofrimento, não responderei mais. Onde John Cater está?

            Aleph permaneceu em silêncio, Christian ficou parado por uns minutos em sua frente. Ele não falou mais nada só deu as costas, quando ia abrir a porta, Aleph falou baixinho.

            - Sim, eu tenho. Eu tenho uma família.
            
            - Não entendi o que você falou. Fale mais alto.

            - Eu tenho uma família. 

            - Ah, e você não quer ver eles novamente? –questionou Christian.

            - Claro que sim, mas eles não me querem.

            - Você tem que tentar reconquistar cada um deles. Não pode deixar que seus erros afastem eles de você. O mal da vida é a solidão, cada um de nós imerso em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição. 

           - Você tem razão, preciso disso. Vivi por tanto tempo sozinho.Mas não quero ir para cadeia, não posso voltar para lá.

            - Mas quem falou em cadeia? Eu posso te ajudar e você me ajuda também.

            - Como?

            - Você me conta onde John está e eu te solto.

            - Assim tão fácil?

           - Claro que não, meus companheiros não deixariam você sair, mas ali atrás tem uma janela, você “se soltaria”, me agredia e fugiria por ela.

            - Mas... –Aleph ficou pensativo.

        - Pense na proposta, pense rápido sua ferida está infeccionando e meus companheiros estão loucos para fazer você sofrer.

            Christian falou voltando para sala. Aleph usou aquele tempo para pensar um pouco e refletir no que Christian havia dito, mas ele sabia como John era, se nada desse certo ele iria atrás dele e o mataria. Mas essa chance seria única fugir sem ir para prisão. Ele havia tomado sua decisão.

            Lá no hospital Karoline não dava nenhum sinal e Mylena permanecia ao seu lado.

            - Ô minha irmã, como eu queria que você acordasse. –disse Mylena em pé ao lado da cama.

            Segundos depois que Mylena falou isso, Karoline mexeu as pálpebras, ela ficou alegre e chamou a enfermeira.

            - Enfermeira, enfermeira, enfermeira...

            - O que houve? –chegou as pressas a enfermeira preocupada.

            - Ela mexeu o olho, o que isso significa?

            - Nada, isso é normal. Sinto muito. –falou colocando a mão no ombro de Mylena.

            - Ah, obrigada. Desculpa pelo incômodo. Eu só queria que ela... –falou baixando a cabeça.

            A enfermeira saiu do quarto, já passava das três da tarde e então Mylena sentou novamente ao lado de sua irmã. Seu desejo era que Karoline abrisse os olhos e sorrisse para ela novamente. Já era começo de novembro o dia de ação de graças, o natal e o ano novo estavam próximos, ela só queria passar essas datas especiais com sua família.

            Quase que no mesmo tempo Christian voltou para o quarto.

            - Olá, você já tem sua decisão?

            - Sim.

            - E então?

         - Irei falar onde John está e em troca você me solta e eu saiu pela janela, como combinamos.

            - Claro, sou um homem de palavra.

            - Qual a garantia que terei.

            - Minha palavra.

            - Mas isso não é o suficiente.

            - Infelizmente, é apenas o que tem.  

            - Hum, tudo bem.

          Aleph começou a dizer onde encontrar John e seus capangas, falou todos os detalhes e mais ou menos quantas pessoas tinham lá dentro. Depois de quase dez minutos de conversa, Christian agora sabia onde encontrar John.

            - Já contei tudo que eu sei, agora me solte.

            - Ah sim, claro.

           Christian soltou Aleph, sem nenhuma resistência, ele deu um soco em Christian para a encenação e foi, com dificuldade, até a janela, seu ombro estava muito dolorido e já infeccionado. Aleph saltou pela janela. Christian não gritou, nem falou nada. Quando ele terminou de descer pela janela William estava lá esperando por ele.

            - Olá, vai sair sem despedir? –William falou com os braços cruzados.

            - Mas... –tentou falar alguma coisa Aleph, mas estava confuso.

            Christian foi até a porta da casa e ficou lá frente com Priscila e Amanda. Ele havia combinado tudo com William, não podiam deixar Aleph fugir. 

            - Nós fizemos um trato. –falou Aleph irritado.

            - E eu cumpri, deixei você fugir pela janela e você o fez. Parabéns! –Christian falou sarcástico.

            - Seu canalha! –disse Aleph sem ter mais o que fazer.

            - Pense pelo lado positivo, agora você pode recomeçar, a escolha é sua. –falou Christian.

            - Aleph, você está preso. Tem direito a um advogado e tudo que falar pode e será usado contra você no tribunal. –William falou.

            Quando William pegou os braços de Aleph para amarra-lo novamente, o tio dele estava achando estranho seu sobrinho não aparecer lá, então foi atrás dele, na hora que estava chegando, ele viu toda a cena, foi quando disparou três vezes contra todos lá. William logo se abaixou e Christian e as meninas fizeram o mesmo, Aleph por sua vez correu e fugiu.

            O quarteto correu para dentro de casa, o tio de Aleph disparou mais duas vezes, depois de alguns minutos perceberam que não havia mais disparo. Aleph tinha ido embora e ao encontro de John.

            - Droga ele fugiu. –falou William.

            - Se quisermos pegar John, vamos ter que agir hoje mesmo, Aleph irá, com certeza, atrás dele e contar tudo. –Christian falou com serenidade no olhar.

            Todos concordaram. Já era noite e Mylena ainda estava sentada ao lado de sua irmã, quando ela abriu os olhos. Ficou olhando de um lado para o outro sem saber onde estava e o que havia acontecido. Mylena nem havia percebido, quando sentiu algo e virou, ela viu sua irmã com os olhos abertos, deu um salto da cadeira.

            - Karoline, Karoline você acordou!

            Ela ficou olhando para Mylena ainda sem entender nada e um pouco assustada e não falou nada. Alguns minutos depois, ela perguntou com dificuldade.


            - Onde estou? Quem é Karoline? E Quem é você? 





Continua...