sábado, 12 de novembro de 2016

Busca II pt. X (Até a próxima)



Como esquecer os momentos vividos e compartilhados por todos eles? 

A agente Priscila Walker buscava cada dia se firmar no meio daqueles agentes do FBI, deu várias ideias e várias dicas de como fazer e como realizar algumas missões, foi promovida a pouco para ajudar o agente Ucker em suas missões, uma ajuda digna de aplausos, uma ajuda que não tem como negar sua importância, não podemos esquecer também de seu romance com Pedro, para alguns uma aventura noturna, para outros uma atração que cessaria logo, mas para ela uma paixão inesperada que a fazia bem, muito bem. 

Amanda Mendes Johnson buscava o melhor das pessoas, sempre admirou Christian e procurava nele seu alento. Como esquecer a missão que ela se disfarçou de mulher de Karl para roubarem o Banco Central? O quanto ficamos nervosos quando o policial pediu para ver a bolsa deles, e naquele dia que o agente Ucker a capturou e pensávamos que era o fim para aquela garota? Mas Christian chegou e a resgatou. Amanda teve tempo de trair aquele grupo, para ao mesmo tempo proteger cada um deles, ou então sua irmã iria matar todos. Ela sofreu com a morte do pai, com a ausência de sua irmã mais velha, com a distância de Christian por ele ter sido preso, ela sofreu mais ainda por ter que ficar longe de Mylena e de sua sobrinha. Sabemos de sua importância para aquele grupo. 

Pedro Scott buscava ser compreendido naquele meio e foi isso que Christian fez, o acolheu e o entendeu. Aquele cara era um gênio nato, como o dia que ele hackeou as câmeras da cidade para ajudar no roubo ao Banco Central, foi algo sensacional. Ou quando ele se entregou calmamente ao agente Ucker em sua casa e tiveram aquela conversa épica sobre o bem e o mal. Não podemos esquecer da sua brilhante capacidade de pensar e descobrir o plano de John, ele foi a peça principal desse caso. Talvez tenha sido isso que a agente Walker observou nele, um homem sereno, mas dono de um caráter raro. Tudo isso ele fazia para fugir da realidade de sua casa, onde seus pais não davam o devido valor como filho, claro que depois que ele saiu da cadeia as coisas haviam mudado um pouco, mas ele sempre teve Tereza, sua empregada, que o amava como filho. Sua inteligência era indispensável para o grupo.  

Christian Hill buscava se firmar na sociedade. Um cara inteligente que planejava todos seus roubos com um tanto de facilidade. Era um exemplo para todos daquele grupo Donald, Pedro, Amanda, Karl e Martinez, até mesmo para John. Mesmo com a revelação que John havia feito, Christian é muito maior que um passado, que um erro que, embora fatal, não mudava seu caráter e sua escolha pela vida. A briga com o agente Ucker foi bacana, logo depois de ter salvado Amanda das mãos dele, a inesperada noite com ela também foi inesquecível. Calmo como sempre deixando a vida seguir, perdoando e amando. Sua maior fraqueza ainda era Joanna que ajudou a prendê-lo com uma história que a pouco descobriu ser verdade, seu maior sonho havia se tornado realidade, ele era pai. Para ele não adiantava ter a liberdade se estivesse só para voar, e isso é a mais pura verdade. Sua liderança era indispensável para o grupo. 

Joanna Miler Hill buscava apenas ser feliz. Como se esquecer do seu passado? Seu primeiro amor que acabou sendo assassinado e que a fez ficar bastante triste, ela era apenas uma criança na época. Depois encontrou outro amor, para recomeçar, agora já uma mulher e mais uma vez veio à decepção. Mesmo assim, depois Deus a presenteou com o dom de dar a vida, e a pequena Sophia chegou, ali ela encontrou o verdadeiro amor e passou a ser verdadeiramente feliz. Até meterem ela na história toda, agora ela só quer escapar para voltar para sua antiga vida com sua filha. 

O agente William Ucker buscava realizar suas obrigações e seu trabalho sem a interferência de outras pessoas. Quando ele procurou vingar a morte de seu amigo, o agente Taylor, foi atrás de um por um daquele grupo, ele prometeu a Melissa que iria pegar todos. Martinez, Pedro, Donald e Karl, Christian, fez sua parte, mas ele ainda faltava pegar o verdadeiro culpado, o assassino de Rayn, John Cater. Teve que engolir seu orgulho e aceitar a ajuda de Christian, Pedro e Amanda para solucionar os roubos, mas agora por conta disso ficou em situação desesperadora. 

            Todos ali ficaram paralisados por alguns minutos. O choro naquele lugar era o que se ouvia. ‘Como ele teve coragem?’ ‘É um monstro!’ eram coisas que eles pensavam. 

            - Esse foi o escolhido na sorte, sinceramente, eu não queria que fosse o primeiro, mas o jogo é assim mesmo, eu queria poder mudar as regras. Mas não tenho esse poder todo. Caramba, como eu estou irritado com vocês, acho que deu para perceber, eu estava fazendo meu trabalho em paz, sem atrapalhar a vida de ninguém, sei que algumas pessoas acabaram morrendo, mas isso são coisas que acontecem, foi acidente de trabalho, acontece nas melhores empresas. Temos que entender que na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós! Você Christian, falou sobre mudança, sobre o que somos agora e não o que fomos, eu era bom, eu era legal, mas o mundo me mudou, as coisas me obrigaram a  ser o que sou. Todos vocês são meus amigos, Amanda, Joanna, Christian e Pedro, menos esses agentes, Ucker e Walker, não é isso? Mas mesmo assim, é difícil tirar uma vida assim. Imaginem seis de uma vez só, então vamos para o próximo, dessa vez, não usarei uma arma, foi muito rápido, não teve nem graças. Já sei o que vou usar, essa barra de ferro. –falou pegando uma barra de ferro que estava encostada na parede.  

            John olhou bem para Christian por um momento e falou:

            - Nunca, nunca prometa aquilo o que você não pode cumprir! –John falou isso se referindo à promessa que ele havia feito a Joanna por telefone. 

            Joanna tinha sido a escolhida! Todos ficaram pasmos com a agressividade que John a matou, foram cinco tiros, todos na cabeça. Notavam ainda que ele estava fora de si, bastante agressivo. Dando prosseguimento, John segurou bem aquela barra de ferro, arrastando de um lado para o outro. 

             - Eu queria ser o bonzinho nessa história toda, mas as pessoas mudam. Alguns mudam para o bem, outras para o mal. Ninguém nasce racista, ou homofóbico, ou feminista, ou religioso, ou ladrão, ou assassino... Eu não seria tão burro em dizer que sei todas as coisas. Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos do nada, eis que a vida ressurge triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço! Estou fazendo o recomeço. Nada melhor do que descobrir um inimigo, preparar a vingança e depois dormir tranquilo. Lá em Eclesiastes 12:7 fala ‘Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.’ –falou isso pegando aquela barra de ferro e batendo com bastante força na cabeça de Pedro.

            Pedro ficou zonzo e caiu, ele então deu mais duas batidas na cabeça dele. Ele sangrava bastante, se ergueu novamente com sua cabeça um pouco deformada e  então falou: 

            - Pri... Pri... Priscila. Eu vou encontra-la! –concluiu caindo de cara no chão. 

            John, então, bateu mais duas vezes em sua cabeça com aquele ferro e continuou: 

            - ‘É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão’, diz em Eclesiastes 12:8. É melhor ser um cão vivo do que um leão morto! –concluiu John batendo mais dose vezes na cabeça de Pedro que já estava morto. – Seus amores, seus ódios, suas paixões, tudo isso morreu com ele! –terminou assim seu diálogo. 

            O próximo seria escolhido de uma vez só e sem discurso, ele pegou Amanda e a levantou, ela seria a próxima. Deu dois murros no estomago dela e ela caiu de joelho, ele então a ergueu novamente e pegou aquela barra de ferro, bateu com bastante força no seu lado direito, quebrando três costelas dela na mesma hora, ela acabou caindo de costas. Karoline virou-se de costas para não ver sua irmã morrer. Christian fechou os olhos e virou o rosto. 

            John segurou bem aquela barra de ferro e levantou, quando ia desce para matar Amanda, uma explosão na porta assustou todos ali dentro. Era Harry e seus capangas, mais de cinquenta homens invadiram aquele local e atiraram para todo o lado, uma confusão se instalou, todos corriam, Christian se arrastou e foi para cima de Amanda para ela não ser atingida, o agente Ucker se jogou no chão, a agente Walker estava em estado de choque por causa de Pedro e não se mexia, uma das balas atingiu suas costas, ela caiu, sangrando bastante. 

            John e alguns de seus capangas conseguiram fugir, outros morreram ali mesmo. Aos poucos aquela bagunça foi se aquietando e Harry rapidamente correu para ajudar Christian e desamarrou todos. Ele ficou surpreso com tamanha violência de como os dois mortos estavam. Christian chorava muito em cima de Amanda. 

            - Christian? Você está bem. –Harry falou.

            - Ajude ela, Harry. Ela está muito ferida. –Christian respondeu preocupado. 

            - Desculpe por demorar tanto, depois que o carro-forte foi destruído ficou difícil encontrar todos. 

            Christian quando estava com o carro-forte, antes de ligar para John, foi até Harry e contou tudo o que estava acontecendo e pediu uma ajuda para ele. Harry colocou um localizador naquele carro para seguir e pegar John e ajudar Joanna. Mas esse localizador acabou sendo destruído quando colocaram fogo no carro. Harry passou os outros minutos procurando loucamente pelo esconderijo de John, foi então que ele achou e ajudou aquele grupo.  

            Harry levou todos para o hospital. Foram atendidos, Christian estava em estado de choque, dois amigos dele haviam morrido brutalmente e em sua frente. Amanda e a agente Walker foram atendidas e passavam bem, os corpos de Pedro e Joanna já estava na pericia. Já era noite quando eles ainda estavam no hospital, por ter sido bastante brutal, o velório e enterro dos dois foi no dia seguinte. Entraram em um acordo e o fizeram juntos, a pedido de Christian. 

            No dia seguinte todos estavam no velório, inclusive Harry. Amanda estava impossibilitada de sair, mas se esforçou para ir, ela queria prestar as últimas homenagens aos seus amigos. Parecia que o céu estava em luto, assim como todos ali, o dia começou cinza e uma chuva fina caia naquele dia. Muitas pessoas estavam presentes, a vizinha de Joanna estava lá também e com a filha dela, Christian estava sentado em um dos bancos e Amanda do seu lado, então ela foi até ele. 

            - Olá, Christian. Sinto muito. –ela falou com o bebê no colo. 

            - Obrigado. –ele respondeu com a cabeça baixa. 

            - Essa é a filha que Joanna deixou. 

            - Ok. –respondeu ainda com a cabeça baixa, ele não queria ver nada de Joanna naquele momento. 

            A vizinha de Joanna percebeu que ele não queria vê-la e foi sentar. O reverendo Smith foi quem presidiu aquele momento, ele era tio/avô de Joanna e pediu para Christian falar algumas palavras, mas ele se recusou. No fim daquele velório todos choravam bastante, Christian, por sua vez, não chorou, manteve-se sereno o tempo todo. Perto do fim ele levantou-se e foi até o púlpito, pegou o microfone e falou: 


            - É tão estranho, os bons morrem cedo, morrem antes. –falou baixo. - Eu não preparei nada em especial, mas existe um texto que eu queria falar para vocês nesse momento. ‘Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo? Te faz perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua? Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte? Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade? Ou se estivemos lá quando os sonhos delas morreram...’ –ele silenciou por um instante e baixou a cabeça, então continuou: - ‘...Nós continuamos a tentar nos aproximar? Como se fossemos destinados a estar lá. Ou o tiro nos pegou de surpresa? Pense, podemos ser uma grande parte da vida de alguém e nem saber. ’ Eles eram uma grande parte da vida de muitos aqui, inclusive da minha, vão deixar saudade, sentirei falta de todos os momentos. ‘Você já se perguntou se somos nós que fazemos os momentos em nossas vidas ou se são os momentos da nossa vida que nos fazem? Se você pudesse voltar no tempo e mudar apenas uma coisa na sua vida, você mudaria? E se mudasse, será que essa mudança tornaria a sua vida melhor? Ou será que ela acabaria partindo o seu coração? Ou partindo o coração de outro? Será que você escolheria um caminho totalmente diferente? Ou você só mudaria uma única coisa? Um único momento? Um momento que você sempre quis ter de volta.’ Aproveite seus momentos, ame mais e viva mais, mais intensamente, só temos uma vida para viver, não perca tempo. Vai com os anjos, vai em paz! –encerrou, Christian.

              Ele caminhou até os caixões e deixou uma rosa em cada um deles. 

            - Nos veremos lá, eu vou encontrá-los! Até a próxima! –falou baixou se referindo a última fala de seu amigo Pedro.




Continua...

3 comentários:

  1. Ufa que capítulo triste 2 mortes, estou triste vou me recuperar depois eu comento.

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    1. Também estou muito abalada! Chorando! Em prantos! 😢😢😢 Tristeza é a palavra que define este capítulo.

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    2. Relendo essa parte notei muitas coisas importantes além da grande emoção que este capítulo carrega que não é pouca, todos apostando em uma única morte e olha só quem diria duas mortes de uma vez e de forma tão cruel e fria.
      Vale a pena salientar que John é um personagem mais complexo e profundo do que eu imaginei, citar trechos da bíblia para "justificar" as suas ações de maneira tão lógica que parece manter um sentido tão dramático e ao mesmo tempo tão melancólico que transcendem de forma harmônica, por mais irônico que pareça tem sentido, sim.
      O discurso de Christian foi épico para não dizer adjetivo melhor, talvez até exista, mas... para mim essa fala vai muito além de atitudes que ele deveria fazer ou não deveria fazer em relação a cada perda que fez parte da vida de cada um é triste perceber o quanto Joanna e ele tinham para conversar e essa conversa não vai acontecer e seu amigo Pedro que saiu da cadeia para ajudá-lo e perde sua vida durante a missão e ele não teve de agradecer devidamente a Pedro. O que é mais doloroso?
      Sem falar no simbolismo de uma beleza mórbida presente na cena do interno dando um contraste para toda a ação forte da cena anterior acredito que equilibra o texto, ou seja, ele o capítulo chega no seu ápice e ao declinar para o desfecho não há declínio mas o que vem é um outro efeito de catárse de maneira menor sem deixar de ter um grande valor significativo.

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