segunda-feira, 25 de julho de 2016

Busca pt. II (A escolha)

            Talvez aquele plano chegasse ao fim naquele momento. Talvez não...

            Karl meio apreensivo deu aquela bolsa para o policial e Amanda não conseguia esconder seu nervosismo. O policial pegou aquela bolsa e abriu lentamente, quando abriu, ele olhou fixamente para dentro da bolsa por alguns segundos e falou com uma cara de zangado: - O que é isto aqui? –Pegando uma bolsa de leite da marca que ele odiava. – Como vocês dão esse leite para seu bebê? Essa marca é horrível!

            Amanda e Karl se sentiram muito aliviados naquele momento e ela respondeu brincando com o policial: - Não está fácil para ninguém, não é senhor? Agora estamos um pouco atrasados, precisamos ir de verdade.

            - Sim, sim. Desculpa pelo incômodo. –O policial respondeu sorrindo para eles.

            Ufa. Naquele momento Karl e Amanda, assim como Pedro e Christian, ficaram aliviados ao extremo.

            - Vocês viram isso rapazes? –Amanda falou com Pedro e Christian pelo comunicador. – Quase que éramos pegos, mas se essa não é a bolsa, então ficou com o Donald, ele não conseguiu fazer a troca.

            - Ouvimos sim. Verdade, ele não conseguiu fazer a troca e agora todo o dinheiro está sendo perseguido pelos policias. Agora tudo está nas mãos deles três. –Pedro falou.

            No momento da troca Donald não conseguiu fazer tal ação, pelo fato dos policias terem chegado na hora, ele acabou levando todo o dinheiro para a fuga. Martinez era um dos maiores pilotos da atualidade e por isso ele era o motorista da fuga, ele teria que tirar os rapazes dessa emboscada. Eles tinham um rastreador no carro, assim Pedro e Christian podiam ver onde eles estavam.

            A perseguição estava cada vez mais perigosa. Pedro pesquisando rapidamente descobriu que aqueles policias que estavam perseguindo os rapazes eram os grandes agentes do FBI, o agente William Ucker e seu companheiro agente Ryan Taylor, eles eram os mais competentes agentes do FBI. Christian naquele momento se preocupou, eles teriam que sair dessa rapidamente ou tudo iria se complicar.

            Amanda já tinham levado o bebê para sua irmã, junto com Karl, e eles já estavam com Pedro e Christian. Os rapazes estavam cercados por policias e pelos agentes, era uma perseguição, talvez, sem um final bom. Amanda dizia que não ia dá para eles e todos os nossos esforços seriam em vão. Christian por sua vez dizia que iria da certo sim, ele acreditava nos rapazes, “eles vão conseguir”, ele repetia isso várias vezes. Amanda perguntava como ele tinha tanta certeza. Christian respondeu cautelosamente:

            - Você já teve que mudar por alguém ou alguma coisa? Você já teve que acreditar verdadeiramente em algo ou alguém para que sua vida tivesse um sentido? Eu sim. Eu precisei mudar, e mudei pra caramba! Talvez isso seja ruim. Mas não vejo assim, não sinto assim, não penso assim. Eu optei por não me importar tanto quanto antes ou pelo menos fingir não me importar, mas não é porque isso acontece que não sinto. Eu sinto, caramba! Só acredito que temos que amadurecer pra vida algum dia e sinto que isso tá acontecendo. Eu optei ainda por não chorar mais e se isso acontecer resolvi fazer escondido, na hora do banho de preferência, mas não por vergonha, e sim, por acreditar que esses momentos são meus e de mais ninguém. Gosto de fazer ouvindo uma banda brasileira chamada Legião Urbana ou o cantor britânico Hugh Laurie que me fazem refletir, me acalmam bastante. É um rock dos anos 80, é um blues atual, e soam pra mim como um hino nacional. Eu sei que vai da certo, Amanda, porque tudo no final há de valer a pena e se ainda não valeu é porque esse final ainda não chegou. Nossos esforços não serão em vão, não mesmo!

            Amanda sorriu para ele e viu seus olhos brilhando com muita esperança e ela acabou dizendo: - Sim, eu já tive que mudar por alguém e sei o que você está falando, Chris. Eu confio neles e acredito, assim como você.

            Os rapazes estavam ouvindo toda aquela conversa de Amanda e Christian. Naquele momento, JC não queria estragar o sonho de seu grande amigo e agiu por impulso, pegou aquela arma do assalto e disparou contra os agentes.

            - Não faça isso, JC!!! –Gritou Donald.

            Um, dois, três, quatro tiros e dois deles acertaram em cheio o agente Taylor que estava dirigindo aquele carro. Ele perdeu o controle do carro e bateu muito forte em uma parede. Aquela ação de JC possibilitou a Martinez uma fuga rápida deixando para trás todos que os perseguiam.

            - Mas às vezes, Amanda, aqueles por quem mudamos ou colocamos nossa fé nos decepcionam.  –Falou Christian tirando o comunicador, e indo para sua sala.

            Aquele local ficou em completo silêncio, só ouvindo Christian quebrando as coisas dentro de sua sala e gritando com raiva: - Filho da puta! Filho da puta! Filho da puta! –Ele não parava de gritar isso.

            Chegando ao ponto de troca de veículo, Martinez falou: - Cara, você está louco? Porque você fez aquilo? Eu iria dar um jeito nisso, nós iríamos sair.

            - O que você queria que eu fizesse? Eles estavam cada vez mais perto da gente. Eles iriam nos pegar e tudo iria por água abaixo. -Respondeu JC.

            Pedro falou no comunicador: - Vocês podem deixar para discutir depois e sair logo daí?

            Colocaram fogo no carro, assim como planejado, e o deixaram para trás. Então, foram até o ponto combinado. Ao chegarem lá, estava aquele clima de velório, todos estavam sem graça, sem jeito. JC chegou comemorando dizendo que eles tinham conseguido, ninguém comemorou com ele. Karl falou que Christian queria conversar com ele dentro de sua sala. Ao entrar na sala, Christian estava de costas com toda a sala quebrada e olhando sua foto com seus pais que já haviam falecido há alguns anos, vítima de uns assassinos sem escrúpulos.

            - Se eu não tivesse a cabeça no lugar, eu poderia ter virado um drogado, morar na rua ou muitas outras coisas piores. Porque cresci sem as referências de meus pais. Não vou contar essa história para você de novo, já te contei várias e várias vezes, em vários e vários jantares lá em casa com minha esposa presente. Você sabe mais que qualquer um daquela sala que isso não é certo, que isso não foi certo. Eu esperava de qualquer um, até do Pedro que nunca saiu para realizar os trabalhos externos, mas de você... Não! -Christian falou, ainda de costas, para JC. 

            - Chris, você viu que não tinha como nós sairmos daquela emboscada. Eu só queria fazer com que nosso plano desse certo. Eu queria te orgulhar, cara. –Falou JC se sentido mal por sua ação.

            - Sinto muito JC, mas você não quis me orgulhar, não desse jeito. Odeio assassinos, odeio gente que tira a vida de alguém. A vida é uma coisa que não tem preço e não tem volta. –Christian falou ainda de pé e olhando para aquele retrato.

            -Não sabemos se ele morreu. Acho que nenhum tiro pegou nele. –Confuso JC falou.

            - Aquele agente era o segundo melhor agente do FBI, ele é casado e tem uma filha de apenas dois anos. Se ele morrer, como aquela menina irá se criar sem a referência paterna, JC?

            Naquele momento alguém bate na porta da sala de Christian, era Pedro: - Christian, desculpa interromper a conversa de vocês. Já fiz as contas conseguimos roubar uma boa grana, 6 milhões de dólares, dividindo por nós 7 da pouco mais que 85 mil para cada um. E acabou de sair a notícia no jornal que o agente Taylor acabou falecendo com dois tiros que o acertam, na cabeça e no ombro, foi agravado por conta do impacto na parede. Eu sinto muito. 

            - Obrigado Pedro! –Christian agradeceu, nesse momento ele virou e olhou bem para JC. – Eu não sou assassino, nem compactuo com eles. Você cruzou uma linha que não tem mais volta, meu amigo. Vá. Pegue sua parte, até porque você fez o seu trabalho, e vá embora, a partir de hoje você não faz mais parte desse grupo.

            - Chris, eu fiz por nós. Era isso ou seriamos pegos. –Questionou JC. – Você não pode fazer isso comigo, eu sou, nós somos inseparáveis nos casos.

            - Quando trabalhava externo, eu já passei por várias situações iguais a sua ou até pior, já estive com arma apontada para mim e não matei ninguém, soube pensar em algo para sair e não fazer essa besteira. Nós temos um agente morto, por nossa causa. Uma filha sem pai. Cara, vá embora.

            - Seu merda! Eu fiz isso por nós, mas você é muito perfeitinho para reconhecer. Você acha que roubar é algo certo? Seu merda! Vá se foder!  -JC gritou muito irritado com Christian.

            JC saiu da sala pegou sua parte e saiu, não falou com ninguém. Saiu pensando, "esse merda vai me pagar". Christian saiu da sala e falou: - Não consigo mais. De verdade, não dá. Esse foi nosso último trabalho juntos. Vamos continuar com o plano até a poeira baixar, mas fiquem espertos, porque o agente Ucker não vai deixar a morte de seu companheiro assim. Talvez, quando a poeira baixar, nós voltaremos. –Ele falou isso tendo convicção de que esse era seu último trabalho, não iria mais fazer isso.

            Pegaram o dinheiro e cada um deles foram se despedindo, abraçaram uns aos outros e cada um deles foram cumprimentar Christian. Todos foram gratos por tudo. Um a um foram saindo e aquela sala foi ficando vazia. Já era noite, Christian deixou aquele dinheiro lá, apagou a luz e fechou a porta. Comprou um buquê de rosas e mandou fazer dois cartões, mandou para o hospital onde o agente Ucker estava, um desses cartões, se desculpando pela perda de seu companheiro, assinado apenas com um ‘C’. O agente foi até a recepção, mas não viu ninguém, até porque ele não sabia quem era.
            Christian, levou o outro cartão com o buquê de rosas para a senhora Taylor e deixou na porta dela, tocou a campainha e saiu. O cartão dizia:

“Vi o que aconteceu com seu marido, nós não nos conhecíamos, mas
ele parecia ser um bom homem, um bom agente, um bom marido e o mais
importante, um bom pai. Aceite essas rosas como um ato de luto e perdão.
Sinto muito!”

                                                                      C


            Ela olhou para os lados e não viu ninguém, pegou aquele cartão e aquele buquê e entrou.


            Nesse dia, Christian chegou em casa em cima da hora para o jantar, tomou um banho rápido e foi jantar com sua esposa. Ele falou que iria fazer as preces antes do jantar:

            - Nossas escolhas nos levam para caminhos, muitas vezes, que não sabemos onde vai dá, mas sempre é preciso fazemos tais escolhas para assim acertarmos nosso caminho algum dia. Senhor, que nossas escolhas sejam guiadas por Ti sempre. Por favor, abençoa nossa linda família cada dia mais. Te amo mamãe, te amo papai. Amém! 







Continua... 

2 comentários:

  1. Adoreiiiiii a mala não foi trocada kkkkk não ia imaginar isso nunca. Parabéns meu escritor favorito vc th cada dia melhor, essa história th maravilhosa cheia de detalhes e expectativa para a proxima parte tu é show.

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  2. 😱e o bixo ainda vai pegar, Uhúuuuu,
    Eu quero q o agente Ucker pegue cada um dessa quadrilha e q ainda tenha um final feliz com a senhora Taylor😉
    Kkkkkkkk
    #fikdica

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