terça-feira, 22 de novembro de 2016

Busca II pt. XI (Amanhã é outro dia)

           
Christian e seus pensamentos


          - Priscila, Priscila, Priscila... Eu vou encontra-la! –a voz de Pedro ecoava no sonho da agente Walker.

            Ela se acordou assustada, olhou o relógio eram apenas duas horas da manhã. Já haviam se passado dois meses desde a morte de Pedro e Joanna, e nesses dois meses todos os dias ela sonhava com ele. Estava bastante difícil para ela aceitar que ele tinha partido. O agente Ucker já havia informado a seu chefe da situação sobre o carro-forte que Christian havia roubado, todos estavam atrás de John e seus capangas.

            Nesses dois meses Christian ficou na chácara, não saiu um dia se quer, nem queria ver ninguém. Ele só queria organizar seus pensamentos e entender o que realmente estava acontecendo em sua vida. Amanda depois que saiu do hospital foi para casa de Mylena, ela respeitou o silêncio dele e o deixou em paz o tempo que precisasse, lá na casa de sua irmã, ela contou tudo o que aconteceu e contou como era verdadeiramente sua irmã, Karoline.

            Naquele dia, a gente Walker pediu para não ir trabalhar, ela não estava se sentido bem, coisa que era frequente naquela última semana. Alguém bateu na porta, ela foi até lá com sua arma em punho, não queria correr o risco de acontecer tudo novo. Quando ela abriu a porta, era Christian.

            - Ah, é você.

            - Sim, posso entrar?

            - Claro! Entre.

            - Obrigado.

            - O que você quer?

            - Não sei! Só queria conversar, só queria sair de casa. Não aguentava mais, não poderia ir atrás de Amanda assim. Estava andando e resolvi parar aqui.

            - Eu também não aguento mais, eu estava apaixonada por ele. Nós tivemos uma noite juntos, apenas isso, sinto que não vivemos tudo o que tínhamos para viver. –a agente Walker falou com a cabeça baixa.
           
            - Vocês o que? –Christian perguntou surpreso.

            - Na noite anterior a tudo aquilo, Pedro e eu passamos a noite aqui juntos.

            Em questão de segundos a agente Walker lembro daqueles últimos momentos com Pedro.
                
              [...] - Quando transpira muito, é bom se hidratar. –brincou a agente. - Vou tomar um banho, já volto.

            Ela foi andando e sumiu em uma das portas do corredor da casa, alguns segundos depois, ela colocou a cabeça para fora da porta e falou:

            - Você não vem?

            Pedro levantou nas pressas correndo e foi até o banheiro.

            - Claro que vou! [...]

            Ela deu um sorriso de alegria e ao mesmo tempo derramava lágrimas. Christian se levantou e deu-lhe um abraço.

            - Eu sinto muito, Priscila. Não sabia de vocês!

            - Obrigado!

            - Não vou deixar isso assim, ele queria guerra e agora terá.

            - O que você pensa em fazer?

          - Vou atrás dele. Vou procura-lo em cada canto desse país, em cada canto desse mundo.

            - Irei com você! Vou fazer com que ele pague pelo que fez.

         - Mas precisamos do agente Ucker. Eles são muitos e mesmo você sendo uma agente do FBI não daríamos conta.

            - Você tem razão. 

           A agente Walker ligou para seu colega e pediu para ele ir até sua casa que ela queria conversar. Depois de duas horas o agente chegou lá, ainda na porta, deu dois beijos em sua colega e entrou.

            - Christian? O que você faz aqui? Como você está? –o agente perguntou surpreso.

            - Estou bem, agente. Estou caminhando na verdade.

            - Nós precisamos conversar. –falou a agente Walker.

            - O que vocês querem? –perguntou o agente Ucker.

            - Vamos atrás de John. –Christian respondeu.

            - E precisamos de sua ajuda para isso. –a agente Walker concluiu.

          - Vocês estão loucos? O que vocês pretendem fazer? Matar cada um deles e se safar? Vocês viram o quanto aquele homem é perigoso? –perguntou o agente Ucker irritado.

            - Você quer que nós fiquemos aqui parados, sem fazer nada, enquanto aquele monstro nos destrói? Um por um! –gritou Christian.  

            - Não é isso. Vocês querem correr um risco sem precisão. Estamos fazendo nosso melhor para capturar eles, você sabe disto Walker.

            - Seu melhor não será o suficiente, precisamos de mais. –Christian rebateu.

           - O meu chefe esta pensando que você cometeu o roubo por estar mancomunado com John.

            - Ele pense o que quiser, agente. Já que não vai nos ajudar, não nos atrapalhe. Se quiser me impedir, essa é a hora. –Christian falou.

            - Não irei impedir vocês.

            - Desculpe, William. Mas agora tudo isso virou algo pessoal. –falou a agente Walker deixando seu distintivo em cima da mesa.

            - Mas agente... –tentou indagar alguma coisa o agente Ucker.

            - Estarei fora de serviço por enquanto. Por tanto, não serei agente Walker, mas sim Priscila, Priscila Walker. –falou isso dando as costas. – Quando sair feche a porta. –concluiu

            Priscila e Christian foram até a casa de Mylena. Christian entrou e ela ficou esperando no carro, ele cumprimentou Mylena e deu um beijo em sua filha.

            - Chris! –falou Amanda correndo e dando forte abraço nele.

            - Como você está? -perguntou Christian preocupado.

            - Estou bem, às vezes ainda dói um pouco, mas vai passar. Que bom que você está melhor e saiu daquela chácara.

            - Não estou. Só estarei quando John pagar. –Christian falou com os olhos cheios de raiva.

            - Entendo. –falou Amanda baixando a cabeça.

            - Eu vim aqui me despedir.

            - Como assim?

            - Irei atrás de John, e não sei se voltarei.

            - Não, não faça isso. Ou então me leve com você.

            - Isso será perigoso. Não posso suportar a ideia de você se ferir.

            - E eu como fico se algo acontece a você?

            Christian não soube responder, apenas deu-lhe um beijo e baixinho falou:

            - Eu te amo!

         Falou isso e a deixou. Amanda chorava muito e não conseguia aceitar aquela decisão. Ele entrou no carro e foram embora, Christian dirigiu até sua antiga casa, parou por um monto, até que viu a vizinha de Joanna brincando com uma menina linda, ele não tirava o olho dela.

            - Aquela é sua filha, não é? -perguntou Priscila.

            - Sim.

            - Eu sinto muito pelo que aconteceu com a mão dela.

            - Não sinta. John quem vai sentir! –falou dando partida no carro e indo embora.
  
            Mais tarde, à noite, Christian e Priscila estavam na chácara pensando como iriam atrás de John, eles ouviram passos lá fora, ficaram assustados e em alerta. Abriram a porta, era Amanda.

            - O que você está fazendo aqui, Amanda? -perguntou Christian.

            - Se forem se sacrificar por uma causa, irei também, eles eram meus amigos, e não adianta você ou qualquer um dizer que não, porque eu mando em mim e eu irei para onde você for! –ela falou com convicção do que queria. – Ah, eu também te amo. Amo muito! –concluiu dando um sorriso.

            Ainda estavam perto da porta quando um homem se aproximou, tentaram ver quem era, mas ele estava no escuro. Ele foi se aproximando e viram que era o agente Ucker.

            - Agente? –perguntou Prisicila assustada.

            - Não, sou William Ucker. –falou dando uma piscadinha para ela. – Onde estamos? Ou melhor o que perdi? –concluiu.


            Agora o quarteto estava junto e preparado para a ação. Era hora de ir atrás de John. O lado vingativo de Christian havia despertado rapidamente. 





Continua...

sábado, 12 de novembro de 2016

Busca II pt. X (Até a próxima)



Como esquecer os momentos vividos e compartilhados por todos eles? 

A agente Priscila Walker buscava cada dia se firmar no meio daqueles agentes do FBI, deu várias ideias e várias dicas de como fazer e como realizar algumas missões, foi promovida a pouco para ajudar o agente Ucker em suas missões, uma ajuda digna de aplausos, uma ajuda que não tem como negar sua importância, não podemos esquecer também de seu romance com Pedro, para alguns uma aventura noturna, para outros uma atração que cessaria logo, mas para ela uma paixão inesperada que a fazia bem, muito bem. 

Amanda Mendes Johnson buscava o melhor das pessoas, sempre admirou Christian e procurava nele seu alento. Como esquecer a missão que ela se disfarçou de mulher de Karl para roubarem o Banco Central? O quanto ficamos nervosos quando o policial pediu para ver a bolsa deles, e naquele dia que o agente Ucker a capturou e pensávamos que era o fim para aquela garota? Mas Christian chegou e a resgatou. Amanda teve tempo de trair aquele grupo, para ao mesmo tempo proteger cada um deles, ou então sua irmã iria matar todos. Ela sofreu com a morte do pai, com a ausência de sua irmã mais velha, com a distância de Christian por ele ter sido preso, ela sofreu mais ainda por ter que ficar longe de Mylena e de sua sobrinha. Sabemos de sua importância para aquele grupo. 

Pedro Scott buscava ser compreendido naquele meio e foi isso que Christian fez, o acolheu e o entendeu. Aquele cara era um gênio nato, como o dia que ele hackeou as câmeras da cidade para ajudar no roubo ao Banco Central, foi algo sensacional. Ou quando ele se entregou calmamente ao agente Ucker em sua casa e tiveram aquela conversa épica sobre o bem e o mal. Não podemos esquecer da sua brilhante capacidade de pensar e descobrir o plano de John, ele foi a peça principal desse caso. Talvez tenha sido isso que a agente Walker observou nele, um homem sereno, mas dono de um caráter raro. Tudo isso ele fazia para fugir da realidade de sua casa, onde seus pais não davam o devido valor como filho, claro que depois que ele saiu da cadeia as coisas haviam mudado um pouco, mas ele sempre teve Tereza, sua empregada, que o amava como filho. Sua inteligência era indispensável para o grupo.  

Christian Hill buscava se firmar na sociedade. Um cara inteligente que planejava todos seus roubos com um tanto de facilidade. Era um exemplo para todos daquele grupo Donald, Pedro, Amanda, Karl e Martinez, até mesmo para John. Mesmo com a revelação que John havia feito, Christian é muito maior que um passado, que um erro que, embora fatal, não mudava seu caráter e sua escolha pela vida. A briga com o agente Ucker foi bacana, logo depois de ter salvado Amanda das mãos dele, a inesperada noite com ela também foi inesquecível. Calmo como sempre deixando a vida seguir, perdoando e amando. Sua maior fraqueza ainda era Joanna que ajudou a prendê-lo com uma história que a pouco descobriu ser verdade, seu maior sonho havia se tornado realidade, ele era pai. Para ele não adiantava ter a liberdade se estivesse só para voar, e isso é a mais pura verdade. Sua liderança era indispensável para o grupo. 

Joanna Miler Hill buscava apenas ser feliz. Como se esquecer do seu passado? Seu primeiro amor que acabou sendo assassinado e que a fez ficar bastante triste, ela era apenas uma criança na época. Depois encontrou outro amor, para recomeçar, agora já uma mulher e mais uma vez veio à decepção. Mesmo assim, depois Deus a presenteou com o dom de dar a vida, e a pequena Sophia chegou, ali ela encontrou o verdadeiro amor e passou a ser verdadeiramente feliz. Até meterem ela na história toda, agora ela só quer escapar para voltar para sua antiga vida com sua filha. 

O agente William Ucker buscava realizar suas obrigações e seu trabalho sem a interferência de outras pessoas. Quando ele procurou vingar a morte de seu amigo, o agente Taylor, foi atrás de um por um daquele grupo, ele prometeu a Melissa que iria pegar todos. Martinez, Pedro, Donald e Karl, Christian, fez sua parte, mas ele ainda faltava pegar o verdadeiro culpado, o assassino de Rayn, John Cater. Teve que engolir seu orgulho e aceitar a ajuda de Christian, Pedro e Amanda para solucionar os roubos, mas agora por conta disso ficou em situação desesperadora. 

            Todos ali ficaram paralisados por alguns minutos. O choro naquele lugar era o que se ouvia. ‘Como ele teve coragem?’ ‘É um monstro!’ eram coisas que eles pensavam. 

            - Esse foi o escolhido na sorte, sinceramente, eu não queria que fosse o primeiro, mas o jogo é assim mesmo, eu queria poder mudar as regras. Mas não tenho esse poder todo. Caramba, como eu estou irritado com vocês, acho que deu para perceber, eu estava fazendo meu trabalho em paz, sem atrapalhar a vida de ninguém, sei que algumas pessoas acabaram morrendo, mas isso são coisas que acontecem, foi acidente de trabalho, acontece nas melhores empresas. Temos que entender que na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que fazemos de nós! Você Christian, falou sobre mudança, sobre o que somos agora e não o que fomos, eu era bom, eu era legal, mas o mundo me mudou, as coisas me obrigaram a  ser o que sou. Todos vocês são meus amigos, Amanda, Joanna, Christian e Pedro, menos esses agentes, Ucker e Walker, não é isso? Mas mesmo assim, é difícil tirar uma vida assim. Imaginem seis de uma vez só, então vamos para o próximo, dessa vez, não usarei uma arma, foi muito rápido, não teve nem graças. Já sei o que vou usar, essa barra de ferro. –falou pegando uma barra de ferro que estava encostada na parede.  

            John olhou bem para Christian por um momento e falou:

            - Nunca, nunca prometa aquilo o que você não pode cumprir! –John falou isso se referindo à promessa que ele havia feito a Joanna por telefone. 

            Joanna tinha sido a escolhida! Todos ficaram pasmos com a agressividade que John a matou, foram cinco tiros, todos na cabeça. Notavam ainda que ele estava fora de si, bastante agressivo. Dando prosseguimento, John segurou bem aquela barra de ferro, arrastando de um lado para o outro. 

             - Eu queria ser o bonzinho nessa história toda, mas as pessoas mudam. Alguns mudam para o bem, outras para o mal. Ninguém nasce racista, ou homofóbico, ou feminista, ou religioso, ou ladrão, ou assassino... Eu não seria tão burro em dizer que sei todas as coisas. Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos do nada, eis que a vida ressurge triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço! Estou fazendo o recomeço. Nada melhor do que descobrir um inimigo, preparar a vingança e depois dormir tranquilo. Lá em Eclesiastes 12:7 fala ‘Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu.’ –falou isso pegando aquela barra de ferro e batendo com bastante força na cabeça de Pedro.

            Pedro ficou zonzo e caiu, ele então deu mais duas batidas na cabeça dele. Ele sangrava bastante, se ergueu novamente com sua cabeça um pouco deformada e  então falou: 

            - Pri... Pri... Priscila. Eu vou encontra-la! –concluiu caindo de cara no chão. 

            John, então, bateu mais duas vezes em sua cabeça com aquele ferro e continuou: 

            - ‘É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão’, diz em Eclesiastes 12:8. É melhor ser um cão vivo do que um leão morto! –concluiu John batendo mais dose vezes na cabeça de Pedro que já estava morto. – Seus amores, seus ódios, suas paixões, tudo isso morreu com ele! –terminou assim seu diálogo. 

            O próximo seria escolhido de uma vez só e sem discurso, ele pegou Amanda e a levantou, ela seria a próxima. Deu dois murros no estomago dela e ela caiu de joelho, ele então a ergueu novamente e pegou aquela barra de ferro, bateu com bastante força no seu lado direito, quebrando três costelas dela na mesma hora, ela acabou caindo de costas. Karoline virou-se de costas para não ver sua irmã morrer. Christian fechou os olhos e virou o rosto. 

            John segurou bem aquela barra de ferro e levantou, quando ia desce para matar Amanda, uma explosão na porta assustou todos ali dentro. Era Harry e seus capangas, mais de cinquenta homens invadiram aquele local e atiraram para todo o lado, uma confusão se instalou, todos corriam, Christian se arrastou e foi para cima de Amanda para ela não ser atingida, o agente Ucker se jogou no chão, a agente Walker estava em estado de choque por causa de Pedro e não se mexia, uma das balas atingiu suas costas, ela caiu, sangrando bastante. 

            John e alguns de seus capangas conseguiram fugir, outros morreram ali mesmo. Aos poucos aquela bagunça foi se aquietando e Harry rapidamente correu para ajudar Christian e desamarrou todos. Ele ficou surpreso com tamanha violência de como os dois mortos estavam. Christian chorava muito em cima de Amanda. 

            - Christian? Você está bem. –Harry falou.

            - Ajude ela, Harry. Ela está muito ferida. –Christian respondeu preocupado. 

            - Desculpe por demorar tanto, depois que o carro-forte foi destruído ficou difícil encontrar todos. 

            Christian quando estava com o carro-forte, antes de ligar para John, foi até Harry e contou tudo o que estava acontecendo e pediu uma ajuda para ele. Harry colocou um localizador naquele carro para seguir e pegar John e ajudar Joanna. Mas esse localizador acabou sendo destruído quando colocaram fogo no carro. Harry passou os outros minutos procurando loucamente pelo esconderijo de John, foi então que ele achou e ajudou aquele grupo.  

            Harry levou todos para o hospital. Foram atendidos, Christian estava em estado de choque, dois amigos dele haviam morrido brutalmente e em sua frente. Amanda e a agente Walker foram atendidas e passavam bem, os corpos de Pedro e Joanna já estava na pericia. Já era noite quando eles ainda estavam no hospital, por ter sido bastante brutal, o velório e enterro dos dois foi no dia seguinte. Entraram em um acordo e o fizeram juntos, a pedido de Christian. 

            No dia seguinte todos estavam no velório, inclusive Harry. Amanda estava impossibilitada de sair, mas se esforçou para ir, ela queria prestar as últimas homenagens aos seus amigos. Parecia que o céu estava em luto, assim como todos ali, o dia começou cinza e uma chuva fina caia naquele dia. Muitas pessoas estavam presentes, a vizinha de Joanna estava lá também e com a filha dela, Christian estava sentado em um dos bancos e Amanda do seu lado, então ela foi até ele. 

            - Olá, Christian. Sinto muito. –ela falou com o bebê no colo. 

            - Obrigado. –ele respondeu com a cabeça baixa. 

            - Essa é a filha que Joanna deixou. 

            - Ok. –respondeu ainda com a cabeça baixa, ele não queria ver nada de Joanna naquele momento. 

            A vizinha de Joanna percebeu que ele não queria vê-la e foi sentar. O reverendo Smith foi quem presidiu aquele momento, ele era tio/avô de Joanna e pediu para Christian falar algumas palavras, mas ele se recusou. No fim daquele velório todos choravam bastante, Christian, por sua vez, não chorou, manteve-se sereno o tempo todo. Perto do fim ele levantou-se e foi até o púlpito, pegou o microfone e falou: 


            - É tão estranho, os bons morrem cedo, morrem antes. –falou baixo. - Eu não preparei nada em especial, mas existe um texto que eu queria falar para vocês nesse momento. ‘Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo? Te faz perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua? Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte? Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade? Ou se estivemos lá quando os sonhos delas morreram...’ –ele silenciou por um instante e baixou a cabeça, então continuou: - ‘...Nós continuamos a tentar nos aproximar? Como se fossemos destinados a estar lá. Ou o tiro nos pegou de surpresa? Pense, podemos ser uma grande parte da vida de alguém e nem saber. ’ Eles eram uma grande parte da vida de muitos aqui, inclusive da minha, vão deixar saudade, sentirei falta de todos os momentos. ‘Você já se perguntou se somos nós que fazemos os momentos em nossas vidas ou se são os momentos da nossa vida que nos fazem? Se você pudesse voltar no tempo e mudar apenas uma coisa na sua vida, você mudaria? E se mudasse, será que essa mudança tornaria a sua vida melhor? Ou será que ela acabaria partindo o seu coração? Ou partindo o coração de outro? Será que você escolheria um caminho totalmente diferente? Ou você só mudaria uma única coisa? Um único momento? Um momento que você sempre quis ter de volta.’ Aproveite seus momentos, ame mais e viva mais, mais intensamente, só temos uma vida para viver, não perca tempo. Vai com os anjos, vai em paz! –encerrou, Christian.

              Ele caminhou até os caixões e deixou uma rosa em cada um deles. 

            - Nos veremos lá, eu vou encontrá-los! Até a próxima! –falou baixou se referindo a última fala de seu amigo Pedro.




Continua...

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Busca II pt. IX (Decisão impensada)

Christian resolvendo o que fazer

















John Cater




















            Pela manhã, um choro alto de bebê incomodava a vizinha. Ela foi até a casa de Joanna e chamou, sem resposta. Então, ela percebeu que a porta estava um pouco aberta, entrou, nem um sinal dela por lá, mas sua filha estava no berço chorando. A vizinha pegou a menina e algumas coisas dela e a levou para sua casa. Fez uma ocorrência do desaparecimento de sua amiga.

            Christian acordou com um telefonema, era John. 

            - Alô! 

            - Olá meu amigo, como você está? 

            - JC? Mas como você descobriu meu número? –Christian levantou da cama e foi até a varanda.

            - Isso não importa, queria conversar com você sobre negócios. 

            - Não tenho nada o que falar com você! 

            - Você tirou algo que era meu, ou melhor, você ajudou a tirar. E eu estou com algo que você gosta. 

            - Como assim? 

            - Estou com a linda Joanna. 

            - Seu filho de uma puta! 

            - Não me elogie assim, me encontre no nosso antigo local de trabalho. Em vinte minutos. Ah, não leve ninguém, nem avise a ninguém, ou matarei sua queridinha. A propósito, ela está mais linda do que nunca, acho que você quem fazia mal a ela. –falou dando uma gargalhada e desligando o telefone. 

            Christian se vestiu rapidamente e saiu apressado, Amanda ainda estava dormindo, ele deixou um bilhete avisando que precisaria resolver umas coisas e pediu para ela não o esperar. Christian chegou lá em dezoito minutos, estavam lá, John e Raphael.

            - Como sempre, bem pontual. –falou John aplaudindo ironicamente.  

            - Onde ela está? 

            - Calma meu amigo, como se fala mesmo? Ah, já sei, quanto tempo, que saudade de você! Como vão as coisas?

            - Deixe de sua ironia, só quero saber onde ela está e o que você quer? 

            - Tá bom, você já foi mais bem humorado. Não a trouxe, mas ela está em boas mãos. Não se preocupe. 

            - Quero vê-la. 

            John ligou para Karoline e pediu para filmar Joanna. Raphael foi até Christian e levou o celular, então começou a transmissão. 

            - Joanna, Joanna... Eu estou aqui! 

            - Christian? Me ajude por favor. 

            - Eu vou te ajudar, não se preocupe. 

            - Eu estou com medo, muito medo. –Joanna falou chorando bastante. 

            - Irei te resgatar, custe o que custar! 

            - Eu menti... Eu estava grav...

            - Já está bom! –falou Karoline interrompendo a fala de Joanna e tirando o celular de sua mão.  

            - Eu deixaria mais alguns minutos, estava tão lindo... ‘Eu vou te ajudar!’ ‘Irei te resgatar’. –zombou, John, dando uma boa gargalhada. – Ah, poupe-me desse draminha! 

            - O que você quer para deixa-la em paz? 

            - O que eu quero? Hum... Deixe-me pensar! 

            - Não estou para brincadeira. Fale logo, seu canalha! 

         - Tudo bem! Você e seus amiguinhos, me deixaram muito irritado com o que fizeram, tiraram uma coisa minha e agora eu quero. Simplesmente isso!

            - Aquele dinheiro nunca foi seu.

         - Eu sei! Mas seria meu, se vocês não estivessem atrapalhado meu plano. Então vamos lá, eu quero o dinheiro que era pra ser meu, todo ele. 

            - Mas como irei fazer isso? Eu não posso roubar. 

           - Dê seu jeito, vamos fazer um joguinho, quero todo o dinheiro em uma hora e quero que você o faça sozinho. Sem ajuda de seus amigos. Caso contrario, matarei Joanna, da maneira mais dolorosa possível. Restam apenas cinquenta e oito minutos. Boa sorte!

            - Onde levarei o dinheiro?

            - Quando você tiver com o dinheiro, ligue para esse número que te liguei! 

            Christian deu as costas e saiu dali. Ele não sabia o que fazer e tinha pouco tempo para resolver isso. Quando Amanda acordou viu o bilhete de Christian e foi até a janela, ficou pensando o que ele teria ido resolver, ficou um pouco preocupada, instinto de mulher.


Amanda pensando

          Uma ideia surgiu, roubar um banco não teria como, então ele se lembrou do carro-forte. Ele ainda não tinha ido para um banco estava aguardando a liberação. Ele foi até o local, quando chegou lá esperou um tempo até alguém sair. Ele pegou um daqueles homens e deu uma chave de braço, deixando-o inconsciente, trocou a roupa com ele e foi para dentro. 

            Os homens estavam jogando, fumando e bebendo, já que não tinha fiscalização e estavam esperando a liberação. Christian entrou e perguntou pelo carro-forte, um deles apontou. Ele foi até o carro e confirmou. Ele pegou um celular e fingiu que o patrão estava brigando com ele pelo carro ainda está lá. Ele falou que o patrão estava chegando e mandou eles arrumarem aquela bagunça o mais rápido possível e que iria levar o dinheiro logo, como aqueles homens eram desatentos. Deixaram Christian sair tão fácil de lá. 

            John estava colocando o seu plano em ação. Pediu para seus capangas irem atrás de cada um daquele grupo que atrapalhou diretamente seu roubo, logo cedo pediu para Aleph ir atrás da agente Walker e Amanda. Depois que Christian saiu pediu para Raphael ir atrás de Pedro e do agente Ucker. 

            Pedro estava saindo da casa da agente Walker depois da noite juntos e indo para casa, por alguns segundos, ele não encontrou com Aleph que foi pegar a agente em sua casa. Ele bateu na porta. 

            - O que você esqueceu? –perguntou a agente pensando que seria Pedro. Ela estava de calça e sutiã.

            - Com licença.

            - Oh, me perdoe! –a agente falou sem jeito. 

         - Olá, me chamo Patrik Lamber, sou novo por aqui. Desculpe o incomodo, mas preciso de um pouco de açúcar, lá em casa acabou e preciso fazer a refeição das crianças. –falou Aleph bastante carismático.

            - Claro!

            A agente estava tão feliz pela noite que passou, que nem se lembrava daquele homem, até porque ela só o viu uma única vez. Quando ela deu as costas ele entrou com um pano cheio de clorofórmio e colocou em seu rosto fazendo com que ela desmaiasse em instantes, claro que ela lutou, mas não foi o suficiente. Ele amarrou a agente e levou até o carro. Foi então atrás de Amanda.

            Quando Christian estava com dinheiro, ele ligou para John para que ele dissesse o local de encontro. John falou onde estaria e que ele fosse para lá. Quando Pedro chegou em casa, a porta estava escancarada e Tereza estava desacordada no chão, ele correu e quando pegou ela pelos braços, Raphael apareceu. 

         - Eu perguntei a ela onde você estava, mas percebi que ela estava falando a verdade. Realmente ela não sabia –falou Raphael.

            - Seu... –falou Pedro se levantando e indo em cima de Raphael. 

            Raphael deu apenas um murro em Pedro e ele desmaiou, ele nunca foi bom com os braços, apenas com o cérebro. O plano de John estava caminhando bem, dois já haviam sido sequestrados. Karoline pediu para Aleph deixar Amanda que ela iria pegá-la. O telefone tocou na casa de Mylena. 

            - Alô!

          - Oi Mylena, é Karoline. Estou precisando falar com Amanda, é urgente. Você poderia falar com ela e pedir para ela me encontrar? 

            - Claro! 

            - Mas não diga que sou eu, porque ela está um pouco chateada comigo. Mas quero fazer as pazes com ela. 

            - Oh irmã, que bom. Espero que nossa família se erga novamente. 

            Mylena tinha esperança de suas irmãs voltarem a se falar, então ela o fez. Ligou para Amanda e pediu para ela a encontrar e deu o endereço. Amanda prontamente foi encontrar sua irmã. Lá chegando, estava Karoline. 

            - O que você está fazendo aqui? 

            - A pobre Mylena acredita em mim, ela acha que eu sou boazinha. 

            - Deixe ela fora disso, o que você quer? 

            - Preciso que você venha comigo. Por bem, ou terei que levar você por mal! 

            - Não irei para lugar algum com você, Karoline. 

            - É, foi o que pensei! 

            Nesse momento, Aleph veio por trás dela e fez o mesmo que com a agente Walker. Levaram a agente Walker, Amanda e Pedro para onde Joanna estava, todos amarrados e desacordados. Christian chegou ao local que John estava, ele deixou o carro-forte e desceu, chegou em uma hora e dois minutos. Já que Aleph e Raphael estavam ocupados, John estava lá com outros cinco capangas, pois ele iria levar o dinheiro.

            - Pena que você tenha se atrasado, mas vou deixar isso para lá. Quero que você venha comigo agora. 

            - Já fiz minha parte, agora quero que você deixe a Joanna ir. 

            - O jogo mudou, meu amigo. Eu estou dando as cartas agora e mudei as regras. Agora eu quero que você entre no carro e venha comigo. –John falou apontando para fora.  – Vocês peguem todo o dinheiro e levem para o esconderijo, coloquem fogo nesse carro. –ordenou aos seus capangas.

            Christian foi com John. O agente Ucker estava de folga nesse dia, o seu chefe ligou para ele dizendo que a agente Walker não havia ido trabalhar, que estava preocupado. Ele foi até a casa dela e não a encontrou, então ligou para Christian, John atendeu, ele achou estranha aquela voz rouca, John se explicou dizendo que estava com alergia e que estava com a agente Walker, pediu então para ele ir até lá que estavam todos reunidos. 

            Como John se fazendo por Christian falou tão calmo o agente ligou para seu chefe e disse que a agente Walker estava bem, que iria encontrar com ela. Chegando lá, ele foi cercado por mais de dez homens, foi rendido e levado para onde estavam todos. Agora o quinteto e Joanna estavam presos, todos amarrados de joelhos um de lado do outro. Pedro estava na ponta, de lado dele estava Amanda, de lado dela a agente Walker, de lado dela Joanna, de lado dela o agente Ucker e na outra ponta Christian. 

            Na frente deles estava John em posse de uma arma e um pouco mais atrás dele estava Karoline com todos os seus capangas. Raphael e Aleph estavam atrás daquele sexteto. O local que John estava mantendo o pessoal refém era uma casa no centro da cidade, eles estavam na sala.

Grupo rendido
            - Hora, hora, hora. Vendo vocês aqui e assim, eu me lembro do Negan, como aquele cara foi fantástico, mas ele fez algo errado, só matou dois daquele grupo, eu teria matado todos, começando com o líder deles. –falou John colocando a arma na cabeça de Christian. – Alguma confissão? 

            Aquele local ficou em silêncio. Então ele continuou. 

            - Tudo bem. Eu estou muito zangado com vocês, todos vocês. Vocês saíram da cadeia só para me ferrar, mas com vocês eu falo depois. –John falou caminhado para frente de Joanna. – Minha querida Joanna, eu estava falando com o Christian e disse o quanto você está linda, deixar ele foi a melhor coisa que você fez. A propósito, você lembra do seu ex-marido? 

            Joanna olhou para Christian, então John falou sorrindo:

            - Não, não, não esse ex-marido. O que morreu, como era mesmo o nome dele? 

            - Robert! –respondeu, Joanna, baixinho. 

         - Isso mesmo, Robert! Vamos então para as confissões. Karoline, por favor, você primeiro. 

          - Eu me relacionei com ele, eu tive uma noite de amor com ele, eu era a companheira dele de trabalho. Foi por isso que o John foi lá mata-lo. –Karoline falou de uma vez só. 

            - Foi você?! Seu mizeravel! –Joanna falou chorando. 

         - Não, não foi ele. Fui eu. Eu depois peguei a arma e o matei. –falou Karoline sorrindo. 

            Joanna chorava sem parar. 

            - Que confissão... Alguém mais? Mais alguma confissão? –perguntou John.

            - Eu não tenho uma confissão. Apenas uma dúvida. Qual de vocês atirou no agente Taylor e o matou? –questionou o agente Ucker. 

          - Ah, isso? Já faz tanto tempo. Mas fui eu! E esse cara me tirou do grupo. –respondeu John apontando para Christian. – Mais alguém? 

           - Christian, eu menti. Naquele dia, eu falei a verdade, eu estava grávida e ela nasceu há alguns meses, cada dia ela se parece mais com você. Sophia é seu nome. –revelou Joanna. 

            - Nossa, o Christian tem uma filha? Eu não sabia! Aleph, vá atrás dessa criança e a traga para cá. –ordenou John. 
          
            Christian ficou pasmo com aquela notícia, ele estava tão feliz e ao mesmo tempo não podia nem comemorar. Enquanto Aleph ia a procura de Sophia, John continuou:

            - As pessoas tratam o Christian como um herói, um bandido bonzinho que não faz mal a ninguém. Mas vocês não sabem o passado negro que este homem tem.

            - Cala-se, John. Faça o que tem para fazer. Não precisa disto. –Christian interrompeu.

          - Não, vamos contar a eles, já sei, você prefere contar. Pode contar. –falou John aguardando uns minutos para Christian falar, ele ficou em silêncio, então John continuou: - Há alguns anos atrás, esse homem que vocês amam tanto, fez uma coisa terrível. Eu mato pessoas que não conheço, mato pessoas para me proteger, só hoje que matarei todos vocês, mas é uma exceção. Ele não era um bom filho, seus pais viviam batendo nele, colocando-o de castigo, até que um dia, aquele pequeno menino colocou fogo em sua casa, enquanto seus pais dormiam e fugiu, inventou que foi um acidente e até hoje convive com isso. Esse é o real motivo dele não querer que as pessoas matem perto dele, porque ele matou toda sua família, depois foi para seu avô, ser criado por ele, aquele velho sentia o que esse assassino fez, por isso nunca se deram tão bem. –concluiu John.

            - Tudo foi um acidente, eu te falei isso, você não tinha o direito de contar, era nosso segredo, cada vez mais eu tenho nojo de você! As pessoas mudam, John Cater, eu era uma criança. –falou Christian.

             - Ah, eu já ia esquecendo. Seu avô ainda detestava muito você, quando nos encontramos há alguns dias atrás, triste a notícia de sua morte, eu acho que fui o último a ter a honra de vê-lo vivo. -ironizou, John.

             - Foi você, seu... -Christian falou com bastante raiva.

            John apenas sorriu, mas todos ficaram surpresos com aquela revelação de John que por sua vez resolveu aguardar Aleph que foi até a casa de Joanna, mas como a vizinha já havia pegado Sophia, ele não a encontrou, então retornou. 

            - Tudo bem. Sem mais revelações e segredos, eu queria a menina aqui, mas pena que ela não estava em casa. Então vamos começar, matarei todos vocês, um por um, para que nenhum de vocês sinta inveja ou receio. Vamos começar pelo líder que acabou de descobrir sua paternidade. –John falou colocando a armar na cabeça de Christian com o dedo no gatilho. 

            - Não!!! Não faça isso JC, por favor! –interrompeu, Pedro. 


        - Cale-se, Pedro! Não me interrompa. Mas você tem razão, não posso escolher assim. Vamos fazer isso na sorte e dessa vez não quero interrupções. –falou John. - Então vamos lá! Vamos ver quem será o primeiro. Uni... duni... tê... salamê... míngue... um... sorvete... colorê... o... escolhido... foi... vo.. cê... minha... mãe... mandou... eu... escolher... esse... daqui... mas... como... eu... sou... teimoso... eu... vou... escolher... esse... daqui... –cantou John lentamente apontando a armar de cabeça em cabeça até parar em um.  - Não quero que nenhum de vocês se mexam ou falem alguma coisa, se caso se mexerem podem matar todos eles de uma vez só. Se bem que eu não queria matar você primeiro, mas é o jogo, são as regras! – finalizou John disparando cinco vezes na cabeça do escolhido. 

Quem foi a vítima de John?


Continua...