Hoje sinto tanta falta da vovó e do vovô, eu mal vejo a tia Sol agora. Ela não sai mais de casa fica lá trancada o dia inteiro, às vezes vou lá visita-la, ela tem ótimas historias a respeito dos meus avós.
Talvez, as pessoas tenham se apegado a perfeição que contei deles nessa história. Mas sabemos que todos somos sujeitos a erros, a brigas, a choro, sofrimento, dor, ilusão e tantas outras coisas que mal mencionei ao contar a historia deles.
A vovó Carmelita em seu diário detalha tudo o que viveu, os mínimos detalhes estão lá. Entretanto, não poderia me prender a coisas banais com um amor tão lindo como foi o deles.
As lágrimas ao verem seus pais separados, era uma das coisas que ela conta, ela chorava em silêncio no seu quarto para que sua mãe não visse, sempre que seu pai ia visitá-las ela guardava a esperança da volta deles, coisa que nunca aconteceu. Ela fala o quanto ficou irritada ao conhecer Vicky, pois ela era uma pessoa linda, não só por fora, mas por dentro também e que ao conhecê-la notou que o vovô Mendes nunca iria deixa-la. Ela confessa que desistiu dele ali, mas que algo mandava continuar e permanecer. Ela gostava tanto da tia Sol que não conseguia explicar, tanto que na briga delas, ela nem deu muita importância, só tem uma parte muito curta falando sobre.
Ela fala o quanto era difícil passar tanto tempo longe do vovô Mendes nas férias e só ficava imaginando ele e Vicky juntos, uma falta de ar dava, uma raiva, uma vontade de gritar. Quando o vovô Mendes foi embora para o Brasil, ela conta que passou uma semana inteira chorando antes de dormir, ela queria sair e procurar por ele e contar o que sentia, mas já era tarde. Foram os 6 anos mais longos da vida dela. Ela conta que se sentiu balançada por um rapaz, mas não fala o nome dele, que marcaram de sair duas vezes, mas que ela não parava de pensar no vovô Mendes e desistiu.
Ah, o reencontro, ela queria gritar, chorar, sorrir, bater nele, mas o brilho nos olhos, o gaguejar foram coisas que ela conseguia descrever, a vontade dela era segurá-lo e não largar nunca mais. As horas passaram tão rápido quando ficaram ali conversando sobre tudo e o grito interno que ela deu quando ele falou que estava solteiro. ‘...Hoje passei a tarde inteira conversando com Juan, depois de tanto tempo sem ver ele e sem falar com ele. A melhor parte de todas: ELE ESTÁ SOLTEIROOOOOOOO...’ Essa parte copiei na integra, precisei.
Ela lembrou de Vicky ao ver a pequena Isis, mas sentiu um amor por ela tão grande que não conseguia explicar. O quanto foi estranho beijar pela primeira vez, não foi bom. Mas os outros foram ótimos. A insegurança de ver Vicky novamente depois de tanto tempo, a felicidade de ter o casamento antecipado. A parte da lua de mel, prefiro não entrar nos detalhes, até porque são meus avós. (Risos)
Quando a bisavó e o bisavô morreram, ela não comentou, só falou ‘Hoje foi um dia triste. Não quero falar.’
O vovô Mendes era um amor, mas era muito ignorante, fico imaginando as brigas deles, deveria ser uma confusão.
Os detalhes são aos montes, mas preferi não da tanta importância pela grandeza desses dois. Imagina uma pessoa esperar por outra tantos anos e tudo na sua vida de casal ser só com uma única pessoa. A ponto de deixar praticamente de viver só para esperar um grande amor chegar. E se ele não chegasse? Uma paciência que eu não teria. Sou grata a ela por essa lição de vida. Sinto sua falta, mas entendo que ela estar em um lugar bem melhor com o vovô.
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| Os pais de Carmela, Maria e Paolo |
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| Os pais de Juan, Gabriela e Miguel |
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| Colégio de Elite |
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| Sala de aula do Colégio de Elite |
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| Vicky Real com seus 17 anos |
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| Aquele reencontro depois de 6 anos sem se verem |
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| Sol, Carmela e Juan |
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| Aquele dia inesquecível no cinema. |
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| Os noivos, Carmela e Juan |
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| Rafael, Celina, Diego, Pedro e Gabriela |
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| Luziane e Aurora |
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| Giovanni e Miguel |
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| Isis, Pablo e Luna, no Brasil |
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| Última foto de Carmela e Juan juntos |
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| O adeus a Juan |
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| Luziane lendo o diário de Carmela e fazendo suas primeiras escritas de seu livro |
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| Luziane grávida dos gêmeos. |
Eu entendo que nada dura para sempre
Só o suficiente para se tornar inesquecível!
Título:
Amanhã é outro dia, não é?
Autor:
Carlos F. Jr.
Revisão:
Rossana Maximino / Dáfenes Rodrigues
Ilustração:
Carlos F. Jr. / Rossana Maximino
Categoria:
Romance / Drama
Local:
Recife- PE
Ano:
2016
















