terça-feira, 31 de maio de 2016

Amanhã é outro dia, não é? pt.6

         Aquelas crianças cresciam rapidamente, quando menos se espera já eram homens e mulheres realizados. Nesse meio tempo os pais de Juan e Carmela já haviam morrido. Paolo falecera em um acidente de carro; Maria de velhice; Gabriela, mãe de Juan, de pneumonia. 
            Sol havia casado também, mas por ser infértil não teve filho e não quis adotar. Ela sempre esteve com seus amigos e compadres. 
            Rafael foi o primeiro a casar. Casou-se com a linda Celina, no mesmo ano teve seu primeiro filho, Pedro de la Rosa Mendes. Aurora casou logo em seguida aos 18 anos com Giovanni. Sabendo um pouco da história de vida de seus pais, Rafael e Aurora decidiram se manter com o nome da família ‘de la Rosa Mendes’, escolheram não modificar o seus nomes ao casarem e colocaram o nome de seus filhos com o sobrenome de sua mãe.
            Aos 28 anos, Isis decidiu ir embora, ela queria ter uma experiência com Vicky, para poder conhecer sua mãe um pouco, nem que fosse uma passagem rápida, Juan concordou com sua decisão, então, ela decide se mudar para o Brasil. Lá, ela conheceu Pablo e acabou namorando com ele.
            Isis no Brasil era uma empresária renomada; Rafael e Aurora levaram os negócios do pai para frente (Juan como tinha experiência na área, abriu uma agência de modelo com o nome Macaparana Style, Macaparana era a cidade natal de José, um amigo que ele conheceu na passagem pelo Brasil, infelizmente, José morreu em um acidente, ainda quando Juan estava no Brasil e para homenagear o amigo, colou o nome de sua cidade natal). Era umas das agências de modelo mais respeitada de Tijuana.
          Anos iam se passado e os filhos daquele casal, Juan e Carmela, iam ficando mais velhos e responsáveis e seus netos iam chegando um a um. Depois de dois anos de Pedro, Rafael e Celina tiveram Diego, no mesmo ano Aurora teve seu primeiro filho e o nomeou de Miguel, em homenagem a seu avô, que falecera no mesmo ano de seu nascimento.
            Rafael e Celina tiveram seu terceiro filho um ano depois, como Rafael era muito apegado ao seu pai, deu o nome de sua filha, Gabriela, em homenagem a sua avó. Lá no Brasil, Isis já estava morando com Pablo e cuidando de Vicky, quando descobriu sua gravidez, nascera então, Luna Mendes. Sete anos depois de seu primeiro filho Aurora teve mais um filho sua pequena, Luziane. 
            Então, a família de la Rosa Mendes se formou. Juan e Carmela tiveram Rafael e Aurora. Rafael casou com Celina e tiveram Pedro, Diego e Gabriela. Aurora casou com Giovanni e tiveram Miguel e Luziane. Isis com Pablo teve Luna. 
            Isis levou Luna e Pablo para conhecer Juan e Carmela, que ainda não os conheciam, aquele pai e filha se apaixonaram pelo casal e pela cidade. Passaram dois meses conhecendo a família e voltaram para o Brasil, mas como amaram a cidade, decidiram comprar uma casa naquela cidade para sempre regressarem. 
            Aos 10 anos, Luziane foi morar com seus avós, pois, ela gostava muito deles e queria ajudá-los nos afazeres de casa e consequentemente viver mais com eles.








Continua... 

domingo, 29 de maio de 2016

Amanhã é outro dia, não é? pt.5

Enfim, Juan volta à sua cidade natal, Tijuana. Seus pais ao verem aquela criança ficaram sem reação, mas aceitaram e resolveram ajudar seu filho e sua linda neta, Isis Mendes. Ainda naquele primeiro dia Juan resolveu passear pela cidade, ver como tudo estava depois de tantos anos, logo mais à frente, como se o destino cooperasse para esse grande reencontro, Juan passa e depara-se com Carmela, ela olha bem para ele e com palavras trêmulas fala:
          - J... J... JUAN?! (Uma lágrima rolou, mas agora era de felicidade)
Ele abre aquele sorriso gigante e da um abraço tão forte em Carmela, logo em seguida ela bate nele e briga por ele ter ido embora e não ter avisado e ainda não ter voltado com os pais quando eles regressaram ao México.
Ele se defende dizendo que não teve como e que até tentou avisar. Então, eles acabaram passando o resto do dia sentados naquela calçada da rua conversando, Juan acabou contando tudo que havia acontecido em sua vida, ela parou na frase “e acabamos nos separando”.
Para ela era a hora de tentar algo, ela sorriu, disse a ele que estava bastante feliz em vê-lo e, assim, ele pediu para ir à sua casa conhecer a sua filha, combinaram de ir se encontrar lá e ela disse que iria levar Sol também. Foi uma noite longa, depois de tanto tempo aquele trio estava unido novamente.
Os dias iam passando, Carmela se aproximava mais de Juan e sua filha, as coisas iam se encaixando aos poucos, Carmela ainda não tinha pressa para nada, aquele jeito de menina e ao mesmo tempo mulher ia chamando a atenção de Juan, aquela dedicação em cuidar da pequena Isis era algo sensacional, e ele percebia isso.
 Em um fim de semana, um convite inesperado, Juan chama Carmela para ir ao cinema, o filme era tão bacana, mas a sensação de que faltava algo o deixava inquieto, ele olhou bem nos olhos dela e sorriu. Ela toda sem graça, baixou a cabeça, ele pegou no queixo dela levantou e um beijo aconteceu, ali mesmo dentro daquele cinema, foi o primeiro beijo de Carmela.
Foi, talvez, uma das maiores realizações da vida dela, ela o esperou tanto, esperou tanto esse dia, e ele finalmente chegou.
Entre eles as coisas aconteceram naturalmente, bem lento, bem vivido, como deveria ser. O namoro começou do jeito que Carmela imaginava, passaram-se os anos, 4 anos de namoro e de construção pessoal. Para Juan, era difícil controlar suas vontades, mas ele respeitava Carmela, ela queria se guardar até o casamento e assim seria feito. Ele queria mais do que ela podia oferecer naquele namoro, e então, quando ela menos esperava o pedido chegou:
- Carmela, casa comigo?!
Ela lembrou-se do que sua mãe disse 'tudo tem seu tempo para acontecer, se há de acontecer'. O sim veio com exatidão e sem nem pestanejar. O grande dia ia chegar.
Sem eles nem imaginarem, Vicky volta à cidade, Juan se sente balançado com aquela aparição repentina, ela queria ver a sua filha e tentar mais uma chance com Juan, ele sempre foi decidido nas suas escolhas e já estava certo do seu sentimento por Carmela.
Mesmo assim, Carmela se sentiu ameaçada, e algumas brigas aconteceram por conta desta volta, para provar à Carmela do seu amor, Juan antecipou o casamento. Casaram quatro meses antes do esperando.
Era o dia mais lindo, a daminha Isis, Sol estava de madrinha, a noiva entrando com seu pai, Paolo, foi um dia lindo e inesquecível.
Aquela menina agora era Carmela de la Rosa Mendes. A noite chegou, ela estava se sentindo tão bem e a noite foi uma maravilha! Agora, aquela menininha era uma mulher.
Depois de muitas brigas, Vicky desistiu de voltar com Juan e deixou a guarda de Isis para ele e regressou para São Paulo onde foi continuar sua vida. Isis já estava grande e sempre foi criada com muito amor por Carmela e Juan, ela chamava Carmela de mamãe, sempre foi assim.
Dois anos depois de casados, era a hora de ter seu primeiro filho, Rafael de la Rosa Mendes nasceu depois de 9 meses de gravidez. Os dias iam passando e aquele casal se unia e ficava mais apaixonado a cada dia, é claro que, enfrentavam as barreiras da vida, incluindo a morte repentina do pai de Juan, Miguel Mendes.
Essa vida é muita inesperada mesmo, quase que simultaneamente à morte de Miguel, Carmela descobriu que estava grávida novamente, ela falou que se fosse um menino seria Miguel em homenagem ao pai de Juan. Mas, como a vida é quem dita as regras, nasceu a linda Aurora de la Rosa Mendes.

          Rafael já estava com seus 4 anos, Isis com 10 anos e Aurora estava nascendo. Eram os filhos daquele casal, Juan já estava com seus 40 anos muito bem vividos e Carmela estava com 38 anos no momento do nascimento de sua filha Aurora.







Continua...

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Amanhã é outro dia, não é? pt.4

Fim das férias e volta às aulas. Era o último ano do colegial, felicidade grande tomando conta de todos. Todos estavam chegando para o reencontro do primeiro dia letivo e nada de Juan, como sempre, a turma era a mesma daquele primeiro ano.
- Sol você viu o Juan?- Carmela perguntou meio apreensiva.
Sol respondeu dizendo que não, a aula então começou e Carmela nem prestou tanta atenção no que o professor falava, só pensa onde estaria Juan. E aquele primeiro dia de aula se encerra e Juan não havia dado às caras. Ela e Sol resolveram ir perguntar ao gestor o que tinha acontecido; ele falou a elas que Juan havia ligado para lá duas semanas antes das aulas recomeçarem e avisou que não iria mais a escola, pois seus pais iriam se mudar e ele teria que ir junto. Não poderia mais continuar, foi um telefonema muito rápido. Agradeceu pelo ensino e simplesmente desligou.
Ele nem havia se despedido (elas pensaram), Carmela não conseguiu conter as lágrimas e a tristeza que se instalou dentro de si; foi sem sombra de dúvidas o ano mais longo da vida dela. Contudo, finalmente acabou!
Mesmo caindo o seu rendimento, Carmela acabou como umas das primeiras da escola e Sol também formou-se com êxito; chagando assim a hora tão esperada de ir para faculdade.
Juan, seus pais e Vicky foram morar no Brasil naquele ano de 2010, o pai de Juan recebeu uma proposta grandiosa de trabalho e não podia recusar; Juan e Vicky se formaram naquele ano também, porém na cidade de São Paulo.
Estava em seus planos fazer faculdade, mas ainda no 3° ano, Juan recebeu uma proposta para fazer umas fotos em uma propaganda de perfume, logo depois fez uns desfiles, se tornando um grande modelo. Como o colégio não era interno, Juan trabalhou, estudou e se deu bem nas duas áreas. Ganhou naquele ano muito dinheiro e foi morar com Vicky.
Pelo fato do colégio que eles estudavam em Tijuana ser interno, os alunos não podiam ter redes sociais, era dedicação exclusiva aos estudos. Por isso, Juan não tinha como ter contado a suas amigas, Sol e Carmela, que iria viajar.
No ano de 2010, Juan teve que ir embora, seis anos se passaram, já era 2016, e cada um foi vivendo sua vida e construindo seus planos e sonhos  aos poucos. Juan virou um modelo bastante conhecido, Sol uma publicitária, Carmela professora de línguas e Vicky fez faculdade de direito, mas não concluiu.
Passaram-se seis anos e nesse tempo tanta coisa aconteceu, dentre elas, Vicky fez amizade com um cara da faculdade que tinha uma vida um pouco louca e acabou provando umas drogas pesadas, mas, felizmente não ficou viciada.
Esse amigo dela da faculdade cujo nome era César, era um cara sem caráter e traía sua esposa sempre, além disso, ele sempre pedia para ficar com ela, até porque ela era linda. Vicky sempre se recusava.
 Mas, aos poucos, ela começou a ficar muito paranoica e bastante ciumenta, desconfiava de tudo que Juan fazia, assim, a relação deles acabou se desgastando e o namoro se desfez no começo de 2015.
 Juan deixou Vicky com a casa que eles construíram e foi embora, mas, para surpresa dele, depois de quase um ano sem vê-la, ela aparece na sua casa com uma menina no colo e diz que é sua filha e que não tem condições de criá-la. Juan fica sem esboçar nenhuma reação.
- Como pode ser minha? (Ele indagou)
- Juan, ela lembra você é só olhar direito para ela! Ela está com um mês de vida sai do hospital vai fazer uma semana. (Vicky responde)
- Qual o nome dela? (Juan perguntou)
- Eu não coloquei seu nome ainda. Eu não podia ter uma criança agora, sou nova, tenho muito para viver ainda. Desculpa, mas tentei abortar duas vezes. (Confessou Vicky)
Juan ficou pasmo com tudo isso, discutiu com ela e falou que iria tomar conta de sua filha com muito amor; Vicky chorou, abaixou a cabeça e foi embora. Ele se encantou com aquela menina, ela era linda, a cara de Vicky, loira, olhos caramelos.
Ainda nesses seis anos, os pais de Juan voltaram ao México, mas Juan escolheu ficar no Brasil. Naquele momento com sua pequena filha, ele sentiu que era a hora de voltar ao México, a sua cidade natal, Tijuana.
Carmela terminou a faculdade, claro, e nesse tempo todo ela teve muitos paqueras e rapazes a pedindo em namoro, mas ela não aceitava, porque resolveu esperar paciente como sempre foi.

Já eram seis anos sem ver seu grande amor; Sol e ela se viam todos os dias, uma amizade que só fazia aumentar sempre; Carmela já estava com 23 anos, Juan com 25 anos e já era pai, Sol também com 23. E depois de tanto tempo o destino iria juntar aquele trio novamente, mas agora, com muita coisa diferente, afinal, seis anos se passaram.





Continua...

sábado, 21 de maio de 2016

Amanhã é outro dia, não é? pt.3

         Estavam naquela sala de aula Juan e Carmela, os dois estavam frente a frente e sozinhos; de repente um beijo aconteceu. Carmela estava realizando o sonho de sua vida, era algo sem explicação, (aquele beijo seria inesquecível).
Minutos depois daquele longo beijo, Carmela ouviu um som bem ao longe que aos poucos foi aumentando, mas era apenas seu despertador e tudo aquilo era só um sonho, ela acordou sem acreditar no que tinha acabado de sonhar e com uma felicidade enorme pulsando dentro de si, então ela morde os lábios para tentar sentir o gosto dele na sua boca e solta da cama sorrindo.
 Quase que como em um passe de mágica as férias acabaram e era dia de voltar às aulas e para Carmela, dia de voltar a ver Juan. Carmela por mais que gostasse bastante dele não tinha pretensão de contar a ele o que sentia, ela entendia que era melhor sua a amizade do que nada.
- Olá Carmela! -disse Juan- indo na sua direção para lhe dar um forte abraço.
 Naquele momento Sol estava chegando também e os três foram colocar os papos em dia e saber como aquelas férias foram tão boas e proveitosas.
Aquela turma do 1° ano era a mesma deste 2° ano, uma turma boa e bem entrosada, todos já estavam com expectativas para o futuro, planos e sonhos.
Carmela era uma das primeiras da escola inteira, ela se dedicava bastante dia a dia para ter um futuro bem promissor, aquele segundo ano foi bem longo para a turma, cada dia mais a escola cobrava mais e mais deles, pois queriam formar excelentes pessoas e profissionais.
Já era sexta-feira dia de ir para casa ver os pais, Carmela comentava com Sol dizendo o quanto gostava de Juan e que tudo só aumentava cada dia mais. Entretanto, todos os dias Sol sempre via Juan e Vicky juntos percebendo que o quanto eles se gostavam muito e que ele parecia ser uma pessoa boa e bem fiel ao que estava vivendo.
Então, ela como amiga resolveu abrir os olhos de Carmela dizendo:
- Amiga, eu sei o quanto você gosta dele! Mas, você não pode se prender a isto! Ele é comprometido, demonstra que a ama tanto e que pretende ter filhos e casar com ela! Você é muito jovem tem a vida toda pela frente! Para de se prender a isso!
Carmela se irritou com o que Sol havia dito e pediu para ela não se meter na vida dela, pois ela sabia de tudo isso, mas que não iria deixar para lá! (as duas acabaram discutindo feio).
 No fim da discussão Carmela falou:
- O amor é paciente e eu vou esperar o tempo que preciso for! Um dia ele vai ser meu!
 Deu as costas a Sol e se retirou bastante irritada.
Ao chegar em casa, ela entrou batendo as portas e se trancou no quarto para pensar e chorar um pouco; pois final das contas o que Sol havia lhe dito a deixou muito abalada.
A mãe dela, Maria, não entendia o que estava acontecendo, mas respeitava e a deixou em paz com os seus pensamentos.
Mais tarde, Carmela se acalmou e foi para sala conversar com sua mãe, ela resolveu contar tudo, Maria sorriu, e falou para ela seguir o seu coração e não ter pressa, pois tudo acontece no tempo certo, se há de acontecer.
O fim de semana passou rapidinho, na segunda mesmo, Sol foi se desculpar com sua amiga por ter sido um tanto que insensível. Nada de mágoas ou raiva, Carmela era uma pessoa que guardava um carinho enorme independente do que ela tinha dito.
 Algo dizia a Carmela para ela se declarar a Juan, mas ela decidiu não ouvir; é claro que ele havia notado algo diferente nela, seu modo de falar com ele, seus olhares, o jeito que ela ficava, eram coisas que fazia com que ele suspeitasse de algo, mas é óbvio, nada com certeza.
 Fim daquele ano de 2009, consequentemente término do 2° ano e mais uma vez as férias chegaram. Na hora da despedida, Carmela deu um abraço tão forte em Juan que parecia que era um abraço de despedia, ela cogitou em falar algo, mas desistiu. E de lá foram embora.
Mal sabia ela que o destino iria pregar uma peça nela...




Continua...

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Amanhã é outro dia, não é? pt.2

          As aulas iam passando dia a dia, Carmela e Juan só se encontravam durante as aulas, em outros momentos nunca tinham tal oportunidade, porque ele sumia e ela não conseguia encontra-lo. Na terceira semana de aula Sol estava indo ao dormitório, quando viu Juan passar com uma menina linda, loira, olhos caramelos, magrinha, é claro, que ela ficou surpresa e deduziu que aquela era a namorada do rapaz. Ela correu rapidamente até Carmela e contou a ela. Carmela ficou surpresa e desapontada ao mesmo tempo.
           No dia seguinte na aula, Juan precisou de uma ajuda em uma matéria que já sentira dificuldade e perguntou a Sol se ela sabia daquele assunto, Sol mesmo sabendo, disse que não, e que quem sabia era sua amiga. Ele então pediu ajuda a Carmela, o primeiro "oi" ninguém nunca esquece. Ela ficou sem jeito e disse que iria ajuda-lo sem problema.
           A partir dali começava uma boa e grande amizade entre eles, Juan, Carmela e Sol. Os dias iam se passando naquela sala e a turma ficando mais unida e se conhecendo mais e mais, assim como, os três se conheciam bem mais a cada dia, Juan então apresentou sua namorada as suas novas amigas, e mesmo tendo uma queda por ele Carmela respeitava seu namoro.
            Juan sempre foi um cara fiel e sempre que namorava não tinha olhos para outras meninas. Em uma de suas conversas com as meninas, Juan contou a história de quando começou a namorar, Vicky Real. Ela era irmã de uma amiga dele, eles se conheceram por acaso e começaram a conversar, a conversa deu certo e estão juntos até hoje, já fazem 2 anos e pretendem ficar juntos por muito tempo.
           Mesmo tendo consciência desse sentimento tão forte que havia entre eles, Carmela se envolvia cada vez mais com Juan, e com isso, o apreço que sentia aumentava mais e mais, e Juan as tinha como amigas, ele não notava esse sentimento de Carmela por ele.
      Aquele primeiro ano passou muito rápido, todos da turma passaram de ano e chegaram às merecidas férias. Carmela pensava em como iria passar um mês inteiro sem ver Juan.
       Juan foi passar suas férias junto a Vicky e sua família na belíssima cidade de Acapulco. Sol decidiu que iria passar as férias em casa descansando e iria aproveitar o tempo para ver seus amigos que não via a um bom tempo. Já Carmela passou as férias em sua casa pensando em Juan  e o quanto seria chato passar tanto tempo sem poder vê-lo.
         Mesmo sem notar, Carmela se tornava cada dia mais dependente de Juan e desse sentimento que crescia cada dia mais.






Continua...

domingo, 15 de maio de 2016

Amanhã é outro dia, não é? pt.1

Amanhã é outro dia, não é?

(Tomorrow is another day, right? / Mañana será otro día, ¿verdad?)

Por Carlos F. Jr.



Era uma vez...
Ah, isso é tão clichê. Mas, às vezes o clichê esconde uma beleza infinita e segredos ainda não desvendados. Mas, vamos lá, tudo começou lá em 1993 quando o casal Maria de la Rosa e Paolo Chávez planejaram seu primeiro filho, já estavam casados há mais de 15 anos e estavam loucos para terem um bebê. Tentaram uma, duas, três vezes, todas sem sucesso, na quarta vez, finalmente conseguiram.
Aquele casal era tão unido e tão feliz, depois de 7 meses e meio nasceu sua primeira filhinha, a linda e querida, Carmela de la Rosa Chávez. Maria e Paolo gostavam muito de flores, por isso o nome da linda flor Carmelo; mesmo nascendo 1 mês e meio antes do esperado, Carmela teve saúde em sua vida e cresceu dia a dia sem problema algum.
Quinze anos se passaram desde o nascimento daquela menina e nesse longo tempo muitas coisas mudaram na vida da pequena Carmela, seus pais acabaram se separando no meio de tantas adversidades, ela acabou ficando em sua casa junto a sua mãe, Maria; mas Paolo sempre que podia ia visitar as duas, para ajudar em alguma coisa e saber se elas estavam bem, ele sempre foi um ótimo marido e um pai sem igual. As causas da separação deles não se sabem ao certo, talvez, simplesmente tenha chegado o tempo deles.
Carmela com seus quinze anos estava entrando no seu 1° ano do ensino médio, colégio novo, pessoas novas, amigos novos, ela nunca tinha namorado alguém, nem tão pouco beijado alguém, ela não tinha nenhuma pressa para tais ações. Nessa nova escola sua melhor amiga, Sol Colucci, tinha conseguido ingressar também e, mais incrível ainda, na mesma sala dela.
Aquele colégio interno, chamado Colégio de Elite, era a sensação da cidade de Tijuana, um colégio maravilhoso e barato, dando a Maria e Paolo condições de pagarem as mensalidades. As meninas estavam entusiasmadas para sua nova vida nesse colégio novo.
Logo no primeiro dia de aula todos estavam sentados em suas cadeiras e enquanto o professor se pronunciava explicando o regimento daquele colégio chega um rapaz jovem e um tanto bonito naquela sala, pede licença ao professor e se desculpa pelo atraso, o professor balança a cabeça positivamente e pede para o rapaz se apresentar, então ele diz:
 - Bom dia! Meu nome é Juan Mendes, sou daqui de Tijuana, tenho 17 anos, tive que parar os estudos por dois anos por problemas pessoais e é isso...
 Toda sala riu e aquele jovem se sentou. Carmela ficou encantada com ele e comentou com Sol:
- Uau amiga, que lindo. Eu pegava fácil, fácil.

Elas riram sem parar. Mas no fundo, bem no fundo, Carmela sentiu algo diferente, algo que nunca havia sentido antes.




Continua...

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O preço de uma escolha (Completo)

(The price of a choice / El precio de una opción)

Por Carlos F. Jr.


Em uma noite chuvosa Carl se deitou para dormir em seu apartamento, assim como de costume pegou um livro para ler, com todas as luzes do seu quarto apagadas, apenas o abajur ao lado de sua cama para iluminar. A leitura estava tão boa que Carl se recusava a pegar no sono, mas aos poucos seus olhos foram fechando e ele acabou adormecendo com o livro em cima de seu peito e o abajur ainda ligado. Por conta daquela chuva fazia bastante frio naquela noite, então ele dormiu tão bem, que nem sentiu a noite passar rapidamente. 
Pela manhã, ainda com preguiça e com um belo sol brilhando lá fora, ele foi acordando aos poucos e se espreguiçado. Sentiu algo estranho, não era sua cama, nem seu quarto, percebera ainda que não estava só na cama, existia alguém lá, ele saltou da cama assustado e sem entender bem quem de fato estava lá, olhava fixamente para ver quem era. Entretanto, seu salto assustado acabou acordando a pessoa que estava com ele, era Beatriz, sua melhor amiga, a quem Carl tinha um apreço enorme. Ela abriu o olho, olhou em sua direção e sorriu se levantou só de calcinha, pegou a blusa do time de coração de Carl e vestiu, deu-lhe um beijo e disse: - Bom dia meu amor! (Carl pensava surpreso: - Meu amor? O que está acontecendo aqui?).
Ele sorriu para ela meio sem que graça, sem entender nada. Ela foi para cozinha preparar o café da manhã deles. Enquanto eles comiam ela conversava com ele e fazia perguntas que o mesmo não sabia responder, ele estava em um lugar que não sabia como tinha chegado lá, não sabia como tinha acontecido. Carl desde menino conhecia Beatriz e mesmo eles sendo muito amigos havia nele uma vontade enorme de casar-se com ela, não por ser apaixonado por ela, mas por ela ser a única que entendia ele e estava sempre ao seu lado.
Ele comeu rapidamente e falou a ela que tinha que resolver algumas coisas, se levantou, colocou uma roupa e saiu na rua para tentar entender o que estava acontecendo. Ao andar pela rua, as pessoas sorriam para ele, acenavam, apertavam sua mão, queriam abraçar, tirar foto, ele não entendia o porquê de essas pessoas o cumprimentarem tanto. Ele então passou em uma loja e viu um retrato seu em uma camisa preta, ele entrou na loja para tentar descobrir o motivo de seu retrato estar ali. No verso daquela camisa tinha CARL, O MELHOR MÚSICO DE TODOS OS TEMPOS!
Então ele pensou: - Primeiro foi Beatriz, agora isso?! Ele percebeu ali que seus dois maiores sonhos estavam realizados, que era casar com sua melhor amiga e ser um bom músico. Ele sorriu de felicidade e decidiu parar de entender aquela situação e aproveitar sua “nova vida”. Voltou para casa e foi ao encontro da sua esposa e a encheu de beijos e ela sorriu entusiasmada. Mas, em toda aquela situação de euforia e alegria por ter realizado os dois maiores sonhos de sua vida, existia uma questão, por onde andava seus outros grandes amigos? Paula, Júlio e Adolf.
Paula é aquela menina alegre que faz as pessoas sorrirem e que se sente um tanto excluída do grupo, mas que sempre está ali com eles, é por ela que Carl é apaixonado desde que se conheceram; Júlio é aquele cara louco que tem um coração enorme; Adolf um cara sincero que faz um bem enorme para todos. Carl logo imaginou que todos eles estavam tão bem quanto ele e feliz, pois ele estava bastante.
Ele então questionou: - Beatriz, onde está o pessoal? Eu não me lembro bem. Tentando disfarçar, para ela não notar que ele, na verdade, não se lembrava de nada. Ela não respondeu, só baixou a cabeça e fez silêncio. Carl ficou sem entender e mais um vez perguntou: - Onde está o pessoal, Beatriz?
Beatriz respondeu: - Não sei. (Respondeu rapidamente e saiu para que Carl não fizesse mais perguntas).
Ele ficou sem entender mais uma vez. Alguns minutos depois ele ouviu Beatriz chorando baixinho dentro do quarto, ele resolveu deixa-la em paz para desabafar, mas não entendia nada do que estava acontecendo ali. Então, ele resolveu sair e procurá-los. Quando Beatriz ouviu o portão fechar, ela chorou mais alto e batia no travesseiro como se estivesse com raiva de tudo.
Carl foi primeiramente à casa de Júlio, mas lá estavam morando outras pessoas e eles não sabiam quem era Júlio, de lá, foi à casa de Paula e lá estava fechado com uma placa de “Vende-se”. No meio do caminho indo à casa de Adolf, ele avistou uma mulher que o olhou fixamente, mas aquela mulher estava um pouco longe, toda suja e com três caras ao seu redor, aparentava estar muito drogada, no meio da multidão Carl a perdeu de vista e continuou andando e se perguntando quem seria aquela que o olhava tanto, ele tinha uma impressão de conhecê-la de algum lugar, mas não deu para lembrar por ela estar tão distante.
            Carl, enfim, chegou à casa de Adolf, ele estava lá e com Júlio, Carl se alegrou e abriu aquele sorriso e chamou para eles irem lá fora falar com ele. Eles não expressaram nenhuma reação positiva ao ver Carl e perguntaram: - O que você está fazendo aqui depois de tudo?
O que você está fazendo aqui depois de tudo? Como assim? O que eu fiz? Carl indagava. Então, Carl continuou falando que foi simplesmente vê-los e que estava com saudades, eles sorriram debochando dele e falavam: - O que o maior músico de todos os tempos quer com dois gays drogados? Não foi isso que você falou há 5 anos atrás? Quando foi viajar com sua primeira grande tour pelo mundo e esqueceu dos amigos?
Eles repetiam sem parar que a culpa era de Carl, toda a culpa e o mandaram embora e pediram para ele não procurar mais por eles, pois eles estavam bem esse tempo todo e sem ele. Carl foi embora sem esboçar nenhuma reação, ele não entendeu o que estava acontecendo, agora menos ainda.
Mas, uma coisa chamou sua atenção nessa pequena discussão com os rapazes, ele se perguntava: - Dois drogados? Dois gays? E que culpa? Culpa pelo quê? Como assim? O que aconteceu aqui? Melhor ainda o que está acontecendo aqui?
Quando Carl foi embora, Júlio falou para Adolf com bastante raiva: - Como ele tem coragem de vir aqui? Ele não ideia das coisas. Nossa vida estava tão boa. Que sem noção!
Adolf não falava nada, só ficou com a cabeça baixa e bastante triste.
Já passavam das 15h quando ele resolveu voltar para casa pelo mesmo caminho que foi para casa de Aldof, pois ele queria ver se encontrava aquela menina novamente. Entretanto, ela não estava mais ali. Ao chegar em casa, Beatriz estava deitada no sofá vendo televisão, ele falou assustado: - Precisamos conversar. Agora!
Ela sentou rapidamente e perguntou o que estava acontecendo, ele respondeu: - O que está acontecendo, digo eu. Ontem eu estava no meu quarto deitado lendo meu livro com o cair da chuva, acordo casado com você, famoso, com meus amigos distantes de mim e sem saber o porquê das coisas, estou a ponto de enlouquecer.
Ela pediu para ele se acalmar e sentar, que ela ia explicar tudo. Ela explicou a ele que na noite anterior ele havia bebido umas canecas de vinho e indo ao banheiro, escorregou e bateu a cabeça de leve na pia, nada sério, então ele tomou um banho e foi deitar. Por isso, talvez, ele estivesse complicando tudo, mas que depois ele iria se recuperar e lembrar-se de tudo.
Ele meio sem jeito falou a ela que não queria esperar, queria que ela o lembrasse do que havia acontecido com os seus outros amigos.
Ela então começou: - Tá bom! Vou te lembrar:
 Há algum tempo atrás, quando nós casamos, éramos ainda aquele velho quinteto de sempre, unidos, irmãos, sempre fazendo aquelas nossas bagunças, mas os anos foram passando e acabamos nos afastando um pouco. Você se tornou conhecido como músico, escritor e compositor. Anos à frente Júlio e Adolf assumiram seu namoro, posteriormente foram morar juntos. Em um dado momento, eles precisaram de uma ajuda sua para comprar um medicamento, um tanto caro, para a mãe de Adolf, eles não tinham condições de comprar, porque estavam desempregados. 
Você acabou se recusando a ajudar por eles serem homossexuais e estarem se drogando às escondidas. Beatriz silenciou um momento e baixou à cabeça, ele pediu para ela continuar, então ela continuou:
- Você foi tão grosso com eles que desse dia em diante eles nunca mais falaram conosco e a mãe do Adolf acabou morrendo por falta desse tal medicamento. Ainda lembro daquele dia, você gritou com tanto ódio expulsando-os como se fossem cachorros, os chamando de drogados e gays. Foi terrível!
Carl ficou perplexo com tudo aquilo e sem palavras, notou ali o porquê de gritarem que a culpa era dele. Beatriz continuou:
 - Paula, viajou, passou alguns anos fora do país e quando voltou era uma pessoa totalmente diferente. Ela se tornou uma prostituta viciada. Desde que ela voltou ela só vem aqui para pedir dinheiro para se drogar, às vezes, eu tentava ir a casa dela para conversarmos e tentar ajudá-la, mas sempre apareciam homens lá para fazer programa e você me proibiu de ir lá por conta disso.
 Beatriz falou que o ponto que ela trabalha fica perto da antiga escola de música, foi justamente por onde Carl passou quando estava indo procurar seus amigos e foi lá onde ele viu aquela moça, ele então se tocou que ela nada mais era que Paula.
Naquele momento ele olhou bem fixamente para Beatriz e percebeu que seu olhar não era o mesmo que antes, quando saiam todos os cinco amigos para conversar, era um olhar morto, sem felicidade, como se estivera ali só por obrigação, sem compromisso com nada. Ele notou que todos seus amigos estavam infelizes e vivendo uma vida sem futuro em que apenas ele estava bem. 
Todos sabiam que Carl sempre foi apaixonado por Paula e ele se preocupava bastante com ela. Nessa sua “nova vida” ele ainda não havia se encontrado com Paula e ele pensava em vê-la, queria ver com seus próprios olhos aquilo que ela havia se tornado, não queria acreditar que ela havia se tornado uma prostituta.
Carl estava refletindo sobre tudo aquilo que Beatriz havia lhe contado, quando o telefone toca, ele atende, era seu empresário avisando que ele iria fazer um concerto naquela noite, mas algo simples, só alguns minutos para alegrar a festa daquela cidade. Falou que estava tudo certo e desligou o telefone. Carl nem deu muita importância para o que seu empresário estava falando, porque só pensava em seus amigos e no que ele tinha se tornado naquele momento. 
Ele tinha que fazer uma escolha dura, continuar com seus sonhos e deixar seus amigos em situações desfavoráveis. Ou abrir mão de tudo para que eles voltassem a serem felizes.
 Mas mesmo com tudo, ele não sabia fazer tudo voltar ao normal até porque ele nem sabia como tinha chegado ali. Ele pediu a Beatriz o endereço de Paula, disse que tinha esquecido e queria conversar com ela. Beatriz deu o endereço, ela morava naquele antigo prédio onde ele estava dormindo antes de vir parar nessa vida. Rua Macaparana, n° 85, apartamento 24.
Carl fazia suas apresentações há um ano e meio, por isso, ele não passava mais tempo ensaiando, sempre era avisado algumas horas ou até minutos antes dos eventos, já estava próximo à hora do concerto na sua cidade, faltavam umas 2h, mais ou menos.
Ele se preparou, falou a Beatriz que ia na frente, pois ia resolver alguns assuntos e que ela fosse depois, lá iriam se encontrar, Beatriz o acompanhava em todos os seus eventos.  Então ele saiu. Antes de ir ao concerto resolveu passar para ver Paula, chegando no apartamento dela, ele chamou umas duas vezes, mas sem resposta. Ela poderia não estar em casa, pensou.
 No entanto, o som estava ligado baixinho, ele chamou mais uma vez e outra vez sem sucesso, ele resolveu arrombar a porta para ver se ela estava lá, se ela estava bem. Dois chutes foram o suficiente para o ferrolho da porta quebrar e ele poder entrar.
Ele entrou lentamente e chamando por Paula, passou pela sala, pelo primeiro quarto, não viu ninguém, mas percebeu que o apartamento estava uma bagunça, cheio de roupa no chão, papel por todos os lugares, preservativos abertos e fechados jogados por todos os cantos, bebidas aos montes.
Chegando mais dentro, na cozinha, ele viu Paula no chão, aparentemente desmaiada com várias seringas e frascos de droga ao seu redor. Ele se desesperou e foi tentar ajudá-la, gritou por seu nome, balançando-a e quando a virou, viu que seus olhos estavam abertos e ela não respirava, sua boca estava cheia de espuma. Ele percebeu ali que ela tinha tido uma overdose e não estava mais viva...
Ele chorou abraçado com seu corpo e ligou para a ambulância, ainda meio desnorteado sem acreditar naquilo, ele saiu do apartamento de Paula chorando bastante e foi para rua. Naquele instante começou a chover bastante. Ele gritava desesperado “eu quero voltar, eu quero voltar, eu quero voltar!!!!”
Querer voltar e voltar, eram coisas totalmente diferentes. Carl só queria dizer a Paula tudo o que sentia e pensava, mas nunca teve essa coragem.
- E se eu não tivesse me afastado dela? E se eu tivesse me declado? Ela poderia estar viva, ela poderia não ter feito as escolhas que a levaram a isso. A culpa é minha! Pensava Carl desolado e querendo não acreditar no que havia acontecido com Paula.
Mas no final ela de fato havia morrido. As lágrimas de Carl eram sinceras e verdadeiras, todavia, lágrimas não poderiam mudar os fatos, nem as escolhas. 
Aquela chuva ficava cada vez mais forte. A morte de Paula foi, talvez, a peça fundamental para ele querer, de verdade, voltar. Ele não queria estar longe dos amigos, ele não queria que eles fossem drogados, ele não queria que eles vivessem daquela maneira, ele não queria mais viver aquela vida que não era dele, ele não queria perder Paula, não daquela maneira. Mas como fazer para voltar?
Ele nem sabia como chegara ali, imagina como sair! Com uma vontade incessante de voltar, mas sem saber como, Carl se ver sem saída. Neste instante ele estava desesperado na calçada em frente ao prédio onde Paula morava, chovia bastante como naquele dia em que ele lia seu livro em seu quarto, de repente um carro desgovernado invade a calçada e o atinge em cheio. Carl não chegou a ver o carro, só uma luz bastante forte, ele tinha noção de que era o farol de um carro. Um grito se ouviu naquele instante! – Ahhhhhhhhhhhhhhhhh...!!!
Então, Carl se acorda assustado com a luz do sol invadindo seu quarto pela janela e batendo em seu rosto. Ele foi se acalmando aos poucos, quando percebeu que estava novamente em seu apartamento, sozinho e com o livro em cima da cama, o título daquele livro era ‘Sonho, o peso das realizações’.  Ele notou que tudo não passara de um mero sonho ou um terrível pesadelo...
Naquele mesmo dia ele ligou para todos os seus amigos, perguntando como eles estavam e pedindo para eles se encontrarem a noite na praça da cidade, para conversar e rir um pouco. Estavam lá todos os cinco juntos e felizes, diferente daquele sonho horrível.


       Depois daquele sonho Carl se viu mais apegado a todos os seus amigos, as conversas, sorrisos, brincadeiras, até mesmo, as brigas eram mais intensas, ele decidiu viver tudo com eles mais intenso, um dia após o outro. Ele não contou a seus amigos sobre aquela noite, guardou como um segredo. Naquele mesmo ano, Júlio e Beatriz assumiram um romance um tanto inusitado, pois ninguém do grupo esperava. Acabou durando alguns anos e terminaram. Muitos anos se passaram e Carl já havia esquecido daquela noite e de seu sonho maluco. A vida por si só, fez com que eles se afastassem para que cada um seguisse seus sonhos e ideais, mas as circunstâncias dessa louca vida acabaram por fazer com que ele lembrasse daquela noite.  Da forma mais natural possível, aquele sonho foi aos poucos se tornando verdade, claro que, nem tudo foi perfeitamente igual, mas a maneira como tudo ocorreu encontraram-se como em um encaixe perfeito de vidas.



Mesmo tendo um pequeno romance com Beatriz, Júlio se assumiu homossexual mais tarde, entretanto, manteve uma maravilhosa relação com todos os seus amigos, inclusive Carl, eles ficaram bem mais unidos depois dos anos. Costumam dizer que são e serão sempre melhores amigos.








Adolf da mesma maneira, buscou coragem mais tarde, assim como Júlio, e também se assumiu homossexual. Sua mãe não teve nenhuma doença mortal e eles vivem juntos até hoje. Uma relação maravilhosa entre filho e mãe. Continua com aquela velha amizade com o grupo, tentando sempre fortalecer os laços em cada encontro.







Paula, de fato, acabou se afastando do grupo depois dos anos, matem um contato raro com o pessoal, a boa notícia é que ela não se tornou prostituta, muito menos drogada. Busca cada vez mais a realização profissional e realizar seus sonhos um a um sem hesitar. Acabou casando e está vivendo esta vida tão curta, tão efêmera, tão dura e ao mesmo tempo tão feliz.





Beatriz foi sempre a mesma pessoa contente, entusiasmada e a amizade com Carl só fez crescer cada vez mais, assim como com Adolf e Júlio. Estuda bastante e tem sonhos a realizar, sem pressa, mas sempre em frente, pois não há tempo para perder. Mesmo sem Paula, ainda continuam se encontrando e relembrando os velhos tempos com boas gargalhadas.





Carl aos poucos foi conquistando seu espaço como músico, escritor e compositor. Ainda não é ‘o maior de todos os tempos’, mas com suor e trabalho pode chegar lá, com certeza. Vive sua vida ainda naquele apartamento de sempre, onde pertenceu a Paula em seu louco sonho. Lá na rua Macaparana, n° 85, apartamento 24. 











Esses acontecimentos acabaram por lembrar a Carl seu sonho, sua noite. Ele estava sentado ao lado da Igreja daquela cidade, lembrando dos seus amigos, pensando nos acontecidos e no sonho, ele se perguntava como as coisas tinham acontecido assim, Júlio e Adolf realmente viraram homossexuais; Paula se afastou; Beatriz ficou e ainda está junto a todos. Então ele sorriu, sozinho, olhando aquele céu bastante estrelado daquela cidade, feliz pelas cosias ruins não terem acontecido, mas um tanto angustiado pela distância de Paula do grupo, mas ele entende sua ausência e fica feliz por suas realizações. Então, Beatriz chegou, ele a olhou bem fixamente e lá no fundo dos olhos dela um brilho diferente aconteceu. Aquele olhar de tristeza não existia, mas sim, um olhar vivo e feliz. Foi ali que ele descobriu que era Beatriz, que era ela de verdade, a pessoa que ia estar ao seu lado para sempre, ou que pelo menos era o que ele queria. Ela perguntou o porque dele a olhar tanto, ele respondeu que não era nada, então, a abraçou, como de costume, e foram andando juntos sorrindo e conversando. Mal sabiam que tempos a frente iriam formar uma bela família.






Fim!







Título: O preço de uma escolha
Autor: Carlos F. Jr.
Revisão: Rossana Maximino / Dáfenes Rodrigues
Epílogo: Carlos F. Jr. / Rossana Maximino
Ilustração: Carlos F. Jr.
Categoria: Drama
Local: Recife-PE
Ano: 2016